Lunch a Palooza - A loucura e o desconforto de uma guerra de comidas

Lunch a Palooza – A loucura e o desconforto de uma guerra de comidas

Um prato farto de aspirações e possibilidades que é mais bonito na foto do que quando chega na sua mão. Lunch a Palooza parte de uma ideia incrível, mas não mistura bem os ingredientes e deixa um gosto azedo na boca.

Lunch a Palooza, da desenvolvedora Seashell Studio e publisher AlternativeSoftware, é um jogo de batalhas multiplayer que traz a bagunça para as mesas dos restaurantes (virtuais, por favor). O jogo promete lutas frenéticas entre alimentos, com ataques especiais, armadilhas no estágio, garfos, pipoca, e muito mais que se tem direito. Mas será que na prática do Super Comida Bros. Ultimate funciona tão divertidamente assim?

Lunch a Palooza - A loucura e o desconforto de uma guerra de comidas

Colocando a Mesa

Mesmo dentro do menu (nem tanto) variado de modos, o objetivo do jogo é simples: vencer. Ser o único alimento (ou dupla de alimentos) a continuar vivo no “ringue”. Cada iguaria tem um tipo de ataque normal e especial, o pulo e um ataque carregado e com eles você deve tentar sobreviver às lutas frenéticas. Escolha entre milho, hamburger, flan/gelatinas, uma gosma não-identificada por mim (descobri depois que é almôndega) e outros itens desbloqueáveis, todos com variações de cores que nem sempre correspondem a realidade. E tudo bem, já que realismo não é a proposta do jogo.

Escolha o modo de jogo entre Main Corse (batalha PvP), Side Dish (batalha de duplas), King of the Cloche (disputa por quem fica mais tempo em um prato de sobremesa que aparece na mesa na partida) e Royal Buffet (em que os combatentes são alternados entre os ingredientes aleatoriamente) e entre na competição tentando sobreviver até o fim em um restaurante italiano, uma mesa de jogos, uma mesa de piquenique em uma jangada ou até em uma mesa assombrada.

Pesadelo na Cozinha

Lunch a Palooza é um jogo no mínimo interessante, com uma premissa que promete muita diversão, mas a realidade tende a ser um pouco diferente, tal qual quando você visita a cozinha de um lugar do qual você gosta muito da comida. Seu sentimento pode drasticamente mudar.

Uma das coisas que mais me irritou no jogo, foi que ao final de cada partida, voltando à tela principal, a tela de sincronia de controles do Nintendo Switch aparecia. Não faz sentido você “aprovar” as configurações dos controles a cada partida jogada. Sem isso, com certeza a imersão e diversão dentro do jogo não seria quebrada e poderia ser um pouco melhor.

Os gráficos não são dos melhores, mas eles por si só não deixam a jogatina ruim, o que atrapalha são os controles um pouco erráticos, a inabilidade de mudar a dificuldades da inteligência artificial e a confusão geral apresentada pela UI mal aproveitada. Os trocadilhos com comida estão bem “ao ponto”, mas muitas vezes pequenos detalhes como contrastes ruins, sobreposição de cores e fontes, sistema de desbloqueio confuso (com conquistas sem indicação de como resolver, mesmo após abrir o item desbloqueado). O jogo peca tecnicamente e suas falhas podem deixar a jogatina bastante difícil e cansativa logo nas primeiras horas.

Lunch a Palooza - A loucura e o desconforto de uma guerra de comidas

Pedindo a Conta

Apesar de tudo isso, se você quer um jogo de luta casual, interessante, com algumas falhas que podem não te atrapalhar e você não quer nenhuma das outras melhores opções no mercado, pode tentar dar uma chance a Lunch a Palooza, que está, incrivelmente, mais barato do que em outros consoles (sem contar pela Steam) por US$15,99.

Assim como uma verdadeira guerra de comida, Lunch a Palooza é uma experiência que parece muito mais divertida em tese do que na prática. O jogo tem uma premissa e um conceito interessantes, prometendo um Super Smash Bros. das delicatessen e ingredientes de uma cozinha, mas entrega uma gameplay bagunçada, desconfortável com gráficos sem polimento e uma física bastante estranha. Lunch a Palooza poderia ter sido mais divertido se tivesse um cuidado de finalização do game melhor, mas infelizmente peca ao deixar muitas falhas em sua mecânica principal, e assim ideia boa nenhuma consegue ser bem sucedida.

[rwp_box id=”0″]

[Nota do Editor: Lunch a Palooza foi analisado a partir da sua versão para Nintendo Switch. A cópia do jogo foi gentilmente cedida pela Plan of Attack para avaliação.]


[A coluna acima reflete a opinião do redator e não do portal Project N]

O corpo do Mario. A sociabilidade do Link. A fome do Kirby. E tão vencedor na vida quanto o Ash Ketchum.