Akumajou special boku dracula-kun (saúde), ou Drácula Kid/ Castlevania Jr. do NES é conhecido e amado por pouquíssimas pessoas (eu acho) por sua jogabilidade viciante, herói carismático e visual simples porém, caprichado. Caprichado num nível que só um console como o NES ( e seus derivados) permitia existir. Foi mais uma daquelas descobertas as escuras de uma sexta-feira de locadora, todo em japonês, com uma cara de anime e sem qualquer ideia do que poderia ser o jogo, acabei levando pra casa.
Que jogo bom, simples e sem frescura. Você acorda no caixão e sai matando outros monstros sem nem saber a razão (tinha uma estória, em japonês). Múmias, cachorro kung-fu, Frankensteins genéricos e um Fantasma Nazista (verdade) apareciam na primeira fase. Esse vampirinho simpático pula e atira bolas de energia pra frente, pra baixo e pra cima enquanto inimigos vêm por todos os lados dentro de um castelo (descaradamente) baseado na primeira fase de Castlevania 1 do NES.
As fases são cópias de fases famosas de outros jogos. A fase dois se passa numa plataforma no céu (descaradamente, de novo) idêntica à fase do Airman em Megaman 2 . A dificuldade aumenta, os inimigos também aumentam mas o grande herói/vilão é o “famoso LAG” do Nintendinho. Cada vez que a tela ficava lenta durante um pulo, duas coisas poderiam acontecer: ou deixava o jogo odioso ou dava um boost de adrenalina por parecer uma câmera lenta proposital e dirigida para tornar a sua morte mais épica. O poder adquirido no começo da fase, cada chefe derrotado te dava um novo poder, ( onde eu já vi isso?) eram bolinhas que seguiam o inimigo por toda a tela, então quanto mais bolinhas maior a lentidão.
Tinha Chefe Galinha, Chefe Robozão Genérico, Chefe Cavalo de Fogo ( é verdade ), Chefe Estatua da Liberdade ( um quiz, em japonês ), uma cabeça de Faraó Flutuante ( juro que é verdade ), Chefe Dragão com espada e o chefão final era um alienígena verde que voava e te matava em 5 segundos. As fases eram super divertidas pois toda loucura e referências a filmes de terror foram colocadas de forma fofa e com cara de desenho que passaria de boa depois dos Muppet Babies no SBT a tarde ( entendedores, entenderão ).
As fases bônus eram ainda mais malucas indo desde de um jogo bobo de bingo até um “Cancan” ( joga no Google!) onde você tem que adivinhar a cor das roupas de baixo das dançarinas ( é eu também não acreditei da primeira vez) com tudo escrito em japonês ( era a versão que eu tinha acesso na época) e sem manual e guia em lugar nenhum ( mais raiz impossível ) morrendo e começando do zero. Mas até essa bizarrices foram feitas de forma tão fofinha e inocente que não chocava e nem agredia ninguém. Uma linguagem simples e divertida num 8 bits honesto e bem feito.
Do começo ao fim Castlevania Jr ( vou usar o nome afetivo ) é leve, divertido, desafiador e irritante numa medida tão perfeita que não tem como não se apaixonar. Uma fórmula simples de trazer o terror pra uma nova narrativa, quando os filmes de terror estavam no auge nos cinemas, televisões e nossos videocassetes. Um vampiro fofo, cativante, cheio de atitude e carisma ( chupa Edward Cullen !!!). Vai logo jogar !!!.
Um mega abraço. Até semana que vem!
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