Eu nem tinha o Switch em mãos, estava nos meus planos comprá-lo somente dali dois meses, mas a ansiedade era tanta para embarcar com o Link na sua “nem tão nova aventura” pois já estamos em 2020 que eu decidi comprar o jogo mesmo sem ter o console. Namorei aquela caixa por dias, ainda embalada no plástico, intocada. Estava na minha estante quase como um troféu. Eu me sentia o Gollum desejando o Um anel, MEU PRECIOSO.
Quando finalmente coloquei as mãos no meu Switch a primeira coisa que fiz depois de prepará-lo foi calmamente abrir a caixa do meu jogo. Pode parecer besta, mas foi quase como uma celebração. Apreciei cada detalhe da caixa, das imagens, até o cheiro de jogo novo eu sinto cada vez que eu lembro desse dia. Coloquei o jogo pra rodar já nos primeiros minutos eu entendi cada elogio, cada palavra, que foi proferida a respeito dele. Que jogo magnífico.
Eu achava tão besta ouvir as pessoas falando, “perdi horas parado só apreciando a paisagem”, quisera eu que fosse bobagem. Não sei quantas vezes eu fiquei parado observando, me apaixonando por aquele lugar. BOTW é algo tão magnífico que é impossível expressar em palavras. É um sentimento tão surreal, que poucas vezes, eu senti na vida com um jogo. Sou muito fã da série da era Super Nintendo, N64 e confesso que não dei a devida atenção para os jogos que vieram depois desse período, mas meus amigos, percebi meu erro no exato momento em que o primeiro raio de sol de Hyrule bateu em meu ser.
Foram dias frenéticos de jogatina. Horas pareciam segundos e por mais que eu ficasse dias ali jogando e jogando a história se movia lentamente, não porque o jogo é demorado, NÃO, era porque eu estava ali, curtindo cada momento, cada detalhe, cada paisagem era uma nova explosão de sensações que a muito tempo um jogo não me proporcionava.
Mas aí veio o baque. Algo não estava certo. Algo me incomodava de tal maneira que me impedia de continuar jogando. Era uma sensação estranha de falta, de não se sentir completo. Parei de jogar por uns dias. Foi quando eu passei em frente a uma loja, essas que vendem televisores, em uma das telas, Zelda.
Era um televisor grande, não desses enormes que parecem um cinema, mas grande o bastante para fazer o meu aparelho parecer pequeno. Foi então que tudo se encaixou! Comecei assistir as imagens transmitidas naquela tela e aquela chama reacendeu de tal maneira que era como se meu coração fosse sair pela boca. A quantidade de detalhes e cores que Hyrule transmitia era surreal. Logo eu percebi que o que me fez parar de jogar tinha sido o meu televisor (32 polegadas).
Você deve estar pensando: “mas para de frescura!!!!” e quer saber, você provavelmente está certo em pensar assim. Mas para mim isso foi tão significativo e inédito que não pude simplesmente ignorar aquele sentimento. Esse jogo mudou não somente a indústria dos jogos, mas a vida das pessoas que o jogaram. Talvez não seja a aventura mais épica do Link, ou a história mais profunda, mas o conjunto que forma essa obra a torna além do seu tempo, fora da curva, ÚNICA.
É… Ainda não voltei a jogar, pois ainda estou com meu velho televisor. Sinto que assim como esperei meses com o jogo em mãos sem poder jogá-lo pois não tinha o console, preciso esperar novamente até poder ter todas as armas necessárias para me entregar de vez a essa aventura.
Nunca havia passado por isso e talvez nunca volte a passar, mas uma coisa eu sei, quero desfrutar de cada momento, cada sensação, cada sentimento.
Às vezes tudo que precisamos é esperar o momento certo, as condições certas e só assim aceitar nosso destino.
Eu aceitei o meu e você?
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