Jogos de plataforma sempre foram meus favoritos. A simplicidade da proposta foi sempre o que mais me agradou no estilo, tendo um objetivo claro: Sair de um ponto inicial até uma linha de chegada. Vimos o estilo crescer e se desenvolver ao logo das gerações de consoles, sempre nos surpreendendo acrescentando novos elementos ao estilo, mas nunca perdendo o seu carismático objetivo inicial.
Assim, os jogos de Plataforma (ou “plataformers” para alguns) acabaram se tornando experiências mais imersivas, tais como os aclamados Limbo e Inside, e tantos outros que beberam dessa formula. Seguindo essa mesma linha, o Nintendo Switch acaba de ser contemplado com uma excelente experiência do estilo plataforma, que te leva a uma viagem magnifica, cheia de segredo e revelações, estamos falando de Stela.
Produzido pela Skybox Labs, o indie Stela busca levar o jogador a um experiência profunda, onde sair de um ponto e ir para o outro (que seria o objetivo básico de qualquer jogo do estilo) acaba sendo um mero detalhe em meio a inúmeras situações e revelações propostas ao decorrer do jogo.
Cenários dignos de uma tela
Ao despertar em meio a uma caverna (Breath of the Wild Fellings), nossa heroína se vê em meio a um mundo destruído, recheado de inimigos macabros que a perseguem a todo momento. Todo o jogo carrega em si uma mistura de cenários pós apocalípticos com um quê de magia e ficção cientifica, como se fosse um mundo mágico que passou por uma grande guerra com seres extremamente avançados (ou se preferir, você pode comparar com algum filme série B que quer ser moderno mas mistura coisas demais).
Os cenários são bastante ricos, trazendo muitos detalhes bonitos e com uma direção artística a ser elogiada. O estilo gráfico meio poligonal traz um quê de arte moderna ao jogo, transformando a experiência em algo único e marcante.
Cada ambiente traz em si diferenças notórias, indo desde uma fazenda abandonada até uma grande caverna com inimigos gigantescos ou mesmo uma floresta assombrada por seres humanoides parecidos com uma espécie de Gollum gigante.
Trilha sonora dos sonhos
Se a ambientação é algo que salta aos olhos do jogador, com certeza a trilha sonora faz com que a experiência proposta por Stela seja única! Uma mistura de trilha de filmes de suspense, carregada de elementos orquestrados como tambores e violinos fazem com que cada momento da aventura seja vivida com extrema emoção e entusiasmo.
Em alguns momentos, confesso, que cheguei a querer voltar uma fase só para ouvir a trilha sonora novamente. Seu estilo crescente, faz com que cada desafio tenha a intensidade necessária, transmitindo ao jogador desde momentos de extrema adrenalina até o mais profundo temor de dar um passo em falso e ser pego por um inimigo escondido.
Pegando o básico e acrescentando elementos não tão novos
A jogabilidade simples é algo positivo no jogo. Temos apenas dois botões de ação: Pular e agarrar. Nada de um botão de correr ou coisa do tipo, simples e objetivo: faça seu caminho sempre se utilizando do cenário para chegar ao objetivo final. Uma boa escolha, diga-se de passagem, pois o jogador não irá encontrar grandes dificuldades ao longo da jogatina.
Porém, vale ressaltar, que alguns elementos de profundidade foram acrescentados no jogo, fazendo do jogo um estilo 2.5d. Nada muito inovador, mas ajuda a diversificar a jogabilidade e fazer com que não seja uma experiencia monótona.
O que gostaria de destacar aqui é a dimensão furtiva do jogo. Por não se ter um botão de ataque a protagonista tem que sempre fugir dos inimigos. Logo, ser discreto nas ações e saber se esconder é fundamental. Aqui o 2.5d faz com que a jogabilidade seja desafiadora, pois em alguns momentos você terá que ir para o fundo do cenário para se esconder, e nem sempre o jogo te mostra isso. Depois de algumas mortes (nada no nível frustrante) é que percebemos que existe uma maneira de sair ileso dos encontros com inimigos.
Era uma vez… O que?
A história talvez seja o maior problema de Stela. Não existe uma história sendo contada de maneira linear nele. Sim, eu sei, isso é normal em muitos jogos atuais, porém isso me incomodou muito. Até agora não sei se Stela é o nome da personagem, do local, ou de algo ali presente! Poderiam ter colocado algumas pequenas falas de personagens, algo que mostra-se o que estava acontecendo.
Ao final da aventura muitas peças se encaixam, mas acredito que algumas coisas poderiam ter sido faladas ou mostradas de maneira mais direta ao jogador, o que tornaria tudo algo mais prazeroso, afinal de contas, não se trata de um jogo muito extenso (Cerca de 5h de jogo apenas).
Um jogo artístico e divertido
Apesar da história não ser o ponto forte, Stela é uma experiência interessante e um grande acréscimo ao catálogo de Nintendo Switch. O jogo está muito bonito no console, mostrando o carinho dos desenvolvedores para entregar um jogo que é essencialmente artístico. Se você gosta de jogos plataforma, e busca uma aventura misteriosa e cheia de suspense e revelações, está ai uma boa pedida.
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[Nota do Editor: Stela foi analisado a partir da sua versão para Nintendo Switch. A cópia do jogo foi gentilmente cedida pela desenvolvedora Skybox Labs (via Stride PR) para avaliação.]
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