The Minish Cap - Banner

The Legend of Zelda: 20 anos de Minish Cap

Nesta data, a 20 anos atrás, era lançado no Japão um dos jogos mais amados e bem feitos da franquia The Legend of Zelda para o também amplamente querido Game Boy Advance, The Legend of Zelda: Minish Cap.

É satisfatório pensar que duas décadas se passaram, mas a memória continua ativa e bem vívida. Basta fechar meus olhos para vislumbrar as cenas tão coloridas e os sons estridentes, mas ainda assim, tão ricos de detalhes ali nas palmas das mãos de um adolescente que pouco sabia o que faria da vida ou por quais percalços passaria.

Nuances da História

Minish Cap foi, conforme ja dissemos aqui, uma agridoce surpresa para todos que estavam vidrados no trailer de The Legend of Zelda: Twilight Princess e ansiavam por um jogo com um teor mais dark e maduro que não se via desde o lançamento de The Legend of Zelda: Majora’s Mask. Porém o que todos não sabiam era o quão rico e importante esse jogo era (e ainda é).

Digo agridoce pois no lugar de um dark fantasy tivemos uma colorida, brilhante e animada aventura que nos leva para algo inicialmente fofinho e “infantil”, bem distoante do hype até então. Mas que ainda assim carrega diversas nuances de convívio, esperança, pureza, fé, ganância, desejo e arrogância em sua história.

O futuro é das crianças!

Minish / Picori

Não é de hoje que sabemos da esperança que a literatura (em todas as mídias) japonesa coloca nas crianças e adolescentes para que o futuro possa ser melhor, já que os adultos estão cegos ao que está acontecendo, quase como se estivessem petrificados e inertes. Frios diante do perigo, das crenças e do futuro. Exatamente como vemos acontecer em Minish Cap, onde o destino do reino está nas pequenas mãos de Link, um garoto aprendiz de ferreiro, mas de coração puro o suficiente para conseguir enxergar a esperança aqui representada pelo povo Pícori, ou Minish como foi traduzido, e desbravar o mundo em busca das essências elementais para recriar a lendária Espada Pícori e reverter toda essa situação.

No caminho vemos Link tendo que lidar com diversos problemas comuns dos jogos da série, enfrentando monstros e chefes, mas aqui podemos ressaltar uma mecânica que futuramente veríamos algo parecido apenas em The Legend of Zelda: Skyward Sword – a fusão de Kinstones.

Fé, sorte e gratidão movendo o mundo

Essas pedras, também criadas pelos Pícoris (ou Minishes), trazem felicidade para ambos os possuidores. Trata-se de unir duas metades de pedras que variam em cores e padrões de encaixe e ao concluir uma fusão de metades algo no mapa acontece para ajudar nosso herói em usa jornada e a outra pessoa fica feliz pois acredita que terá sorte em sua vida. Algo assim, nao exatamente na mecânica, mas na sua essência, nos é apresentado em Skyward Sword com os Gratitude Crystals (Cristais de Gratidão).

Dicípulo e Mestre

Mas aonde estão a ganância, desejo e arrogância? Todos esses estão presentes no vilão Vaati. Seu desejo por ser mais que um mero aprendiz, sua ganância por poder e sua arrôgancia em se considerar já pronto e superior ao seu mestre o faz dar um passo em direção a maldade culminando na história que temos, pois mesmo tendo superado seu mestre, ainda queria mais.

The Minish Cap - Vaati
The Legend of Zelda: 20 anos de Minish Cap

E seu mestre, o sábio Ezlo, esse também tomado pelo desejo de tornar o mundo melhor pela magia, criou o item que atiçou a escuridão de Vaati, um gorro capaz de realizar desejos, sendo punido pelo sue pupilo sendo transformado no carismático gorro verde que Link usa em sua campanha. Teria Ezlo um pouco de arrogância em si? Talvez.. suas palavras no início da jornada são ríspidas e cheias de presunções. O sábio Ezlo também caiu na ilusão dos adultos, a ilusão do controle sobre as situações ao seu redor, e isso fez com que não percebesse os sinais que Vaati já demonstrava.

Minish Cap é “infantil”, só que não

Isso tudo é um contexto muito maduro pra um joguinho tão colorido não é? Bom, essa é apenas uma interpretação, uma análise desse jogo tão bom que não me canso de jogar e finalizar. E voltar aos jogos que uma vez foram zerados quando criança/adolescente depois de se tornar adulto abre os olhos para muitas coisas que antes passavam tão desapercebidas quanto os próprios Minishes diante de adultos… Contraditório né?


Se por alguma razão você ficou interessado nesse maravilhoso jogo, é possível jogar The Legend of Zelda: Minish Cap de forma oficial através do serviço de assinatura online da Nintendo junto do adicional Expansion Pack. Se for possível, faça! Minish Cap é um jogo incrível que vai te divertir por horas a fio e sempre te convidará a revisitá-lo de tempos em tempos.

Feliz Aniversário Minish Cap!


[A coluna acima reflete a opinião do redator e não do portal Project N]

Desenvolvedor, gamer, marido e pai de pet. Um fã de Zelda, Monster Hunter, RPGs e Metroidvanias, que ama dar risadas, desenhar, jogar e reclamar que não tem tempo para fazer isso mais vezes.