Após anos de espera e ansiedade por parte dos fãs, Hollow Knight: Silksong finalmente está prestes a ser lançado, chegando em 2 semanas, dia 04 de Setembro. Mas por que o tão aguardado jogo da Team Cherry demorou tanto para chegar às mãos dos jogadores? Diferente de muitos títulos com longos ciclos de produção, a demora não foi causada por crises internas, má gestão ou problemas financeiros. Pelo contrário: para os cofundadores Ari Gibson e William Pellen, criar Silksong foi um processo prazeroso do começo ao fim.
Em conversa com o jornalista Jason Schreier, da Bloobmberg, Gibson e Pellen, direto do escritório da Team Cherry em Adelaide, Austrália, contaram que o desenvolvimento foi sempre uma experiência criativa e divertida. “Tudo o que fazemos aqui é um veículo para a nossa criatividade. É muito bom criar coisas que a gente acha divertidas”, afirmou Gibson.
O projeto começou em 2017 como uma expansão para Hollow Knight, centrada em Hornet, uma das protagonistas do primeiro jogo. Mas logo ficou claro que o conteúdo era grande demais e o projeto evoluiu para uma sequência completa. O desafio não era apenas expandir o universo de Hollow Knight, mas criar algo igualmente profundo e envolvente, com múltiplas cidades, sistemas de quests elaborados e interatividade maior.
“Mesmo naquele ponto já sabíamos que iria se tornar algo gigantesco, provavelmente rivalizando ou superando Hollow Knight. E, claro, por como trabalhamos, o mundo acabou ficando ainda maior”, disse Gibson.
O estilo de desenvolvimento da Team Cherry contribuiu para o prolongamento do projeto. A equipe, pequena e altamente criativa, foi capaz de experimentar ideias rapidamente e incorporá-las ao jogo quase instantaneamente. “Estamos sempre testando novas ideias, novos itens, novas áreas e novos chefes. Poderíamos continuar para sempre se não houvesse um ponto de parada”, explicou Pellen.
Outro fator importante foi a preocupação com o polimento e a consistência. À medida que o jogo crescia, cada novo sistema ou área adicionava complexidade e demandava ajustes minuciosos em todo o mundo do jogo. “Há um nível de acabamento que precisa ser mantido em todo o jogo. À medida que você adiciona coisas, amarrar tudo aumenta exponencialmente”, disse Pellen.
Curiosamente, a Team Cherry também não sentiu a pressão financeira que aflige muitos estúdios independentes. O sucesso de Hollow Knight, com mais de 15 milhões de cópias vendidas até hoje, permitiu que Gibson e Pellen trabalhassem sem medo de esgotar recursos. “É um privilégio, de certa forma. Não preciso me preocupar com dinheiro enquanto faço o que amo”, contou Gibson.
A pandemia de Covid-19, que atrapalhou diversos estúdios no mundo, teve impacto mínimo em Adelaide, permitindo que a equipe continuasse trabalhando quase normalmente. No entanto, para evitar spoilers e frustrações, a Team Cherry ficou em silêncio por longos períodos, enquanto o hype crescia nas redes sociais um fenômeno que os próprios desenvolvedores chamam de “silkposts”.
Mesmo com toda a pressão e expectativa, Gibson e Pellen mantiveram o ritmo de trabalho saudável. Nenhum dos dois sofreu burnout; pelo contrário, já pensam no futuro e em conteúdos adicionais para Silksong mesmo após o lançamento. “Lançar o jogo é excitante, mas o que vem depois também é. Estamos planejando novas coisas, e algumas são bastante ambiciosas”, disse Gibson.
Em resumo, a demora de Silksong não foi por problemas ou atrasos inesperados, mas sim uma combinação de ambição criativa, polimento meticuloso, liberdade financeira e, acima de tudo, prazer em desenvolver o jogo. O resultado promete ser uma experiência tão rica e encantadora quanto o primeiro título, mostrando que, às vezes, esperar vale a pena.
