Hyrule Warriors: Age of Imprisonment carregou um estigma curioso antes mesmo de ser anunciado, ainda na Nintendo Direct que revelou o Nintendo Switch 2. Embora o anúncio, publicado pela Nintendo e desenvolvido pela Koei Tecmo, tenha sido, no geral, bem recebido (especialmente por qualquer fã de The Legend of Zelda), também pairava no ar aquela sensação de que todos já sabiam que esse terceiro capítulo da série Hyrule Warriors surgiria em algum momento desde o lançamento de The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom.
A sequência de Breath of the Wild, por mais espetacular que seja, deixou algumas lacunas pontuais, como a falta de profundidade na exploração dos Sages da era de Rauru. Os novos Sages ganharam destaque, enquanto os antigos aparecem pouco e de forma até estranha em suas interações. E, claro, ao ouvirmos o termo Imprisoning War, muitos fãs tiveram o mesmo pensamento imediato: “Vai acontecer como em Age of Calamity , um novo Hyrule Warriors vai surgir para mostrar a guerra contra Ganondorf, o Rei dos Gerudos, certo?” E é exatamente o que a Nintendo tratou logo de apresentar, como um dos jogos para mostrar o poder do novo console
Ainda sob a sombra pesada deixada por seu antecessor, especialmente no aspecto narrativo, Hyrule Warriors: Age of Imprisonment chegou em 6 de novembro ao console da Nintendo com a promessa de expandir a lore apresentada em Tears of the Kingdom, mostrar a vivência da Princesa Zelda nos primórdios de Hyrule, aprofundar a história dos Sages e, finalmente, mergulhar na tão mencionada Guerra do Aprisionamento.

A magnificência de uma excelente narrativa
A história de Hyrule Warriors: Age of Imprisonment começa exatamente no ponto em que Zelda cai do abismo e é salva pela misteriosa Secret Stone, aterrissando em uma Hyrule ainda em seus primeiros passos — um reino bebê, em formação, guiado pelo Rei Rauru e pela Rainha Sonia. O que antes conhecíamos apenas por meio das memórias da Quest Dragon Tears agora ganha vida com uma profundidade raramente vista na franquia.
É bem provável que, neste ponto do lançamento, você já tenha lido ou ouvido que o game se afasta dos fantasmas de Age of Calamity e que, sim, é canônico. Mas se há algo que precisa ser exaltado nesta review é o quão brilhante ele é ao explorar sua narrativa. The Legend of Zelda é uma das maiores franquias da história dos games , rica em detalhes, culturas, personagens, raças e contos que marcam profundamente seus fãs.
E aqui está o feito surpreendente: mesmo sendo tratado como um “quase spin-off”, Hyrule Warriors consegue concorrer a um dos melhores “Zeldas” já contados — ainda que tecnicamente não seja um Zelda tradicional. Carregando o estigma de ser um Musou, gênero injustamente pouco popularizado e alvo do rótulo simplista de “jogo de apertar botão e atacar”, o título rompe essa percepção logo nas primeiras horas

Age of Imprisonment se aprofunda com maestria na sua proposta: retratar a Guerra do Aprisionamento.
E faz isso com sensibilidade. O jogo potencializa não apenas a profundidade da história introduzida em Tears of the Kingdom, mas também os sentimentos que ela desperta, tristeza, alegria, adrenalina e até desespero. Tudo é trabalhado com afinco pelos desenvolvedores.
Um ponto brilhante, já presente em Age of Calamity, retorna ainda mais forte: não é a guerra em si que move o game. Não são apenas batalhas, hordas ou combos infinitos. O fio condutor é a ameaça crescente de Ganondorf e a exploração de suas motivações para confrontar Rauru,que, apesar da benevolência, também possui falhas como rei, ainda que não tire o fato de que Rauru é um Rei digno do trono.
Hyrule Warriors: Age of Imprisonment consegue o feito de ser tocante, dramático e emocional dentro de um gênero construído sobre adrenalina. E talvez esse seja o maior triunfo do jogo: transformar um Musou em uma experiência verdadeiramente memorável.
De Princesa a Guerreira
A Nintendo vem, aos poucos, entregando cada vez mais protagonismo às suas princesas — e com Zelda não foi diferente. Depois de estrelar seu primeiro jogo verdadeiramente como protagonista em The Legend of Zelda: Echoes of Wisdom, ela assume aqui um papel ainda mais central. Zelda é a figura mais marcante de Hyrule Warriors: Age of Imprisonment.
Sim, pessoas: Link não está presente. (Ainda que o Constructor apresentado tenha praticamente os mesmos movimentos, com algumas evoluções, do herói de Hyrule Warriors: Age of Calamity.) E, sinceramente, não há outro personagem tão conhecido além dos já conhecidos Rauru, Sonia, Mineru e dos Sages, que finalmente ganham rosto e nome: Agraston (líder dos Goron), Qia (princesa Zora) e Raphica (líder dos Rito). Temos também Ardi, a guerreira Gerudo cujo arco é excelente, especialmente sua rebeldia contra o Rei dos Gerudos, Ganondorf, e uma nova criada do Reino de Lanayru, chamada de
Um dos muitos acertos do game, na opinião de quem vos escreve, é não repetir a Zelda do inicio de Age of Calamity, aquela que era… digamos… um teste de paciência para jogar. (Perdão, Princesa. Te amo.) Sim, havia o contexto de que ela ainda não havia despertado seus poderes e era propositalmente retratada como insegura diante das batalhas, mas ainda assim, era uma personagem que no meio da adrenalina, era difícil de controlar.
Mas aqui, começamos justamente com a Zelda Badass que encerra Age of Calamity: destemida, habilidosa, combativa, e capaz de fazer o jogador não sentir nenhuma falta de Link. Ela assume o rosto do jogo e puxa o protagonismo com naturalidade, mesmo em meio a tantos personagens novos. É o porto seguro para quem talvez não esteja tão empolgado com as novidades.
Ainda que o tema tenha gerado polêmica para alguns, a introdução de novos personagens jogáveis é uma excelente oportunidade de expandir aquilo que vimos em Tears of the Kingdom e criar um laço genuíno com figuras inéditas. Aliás, precisamos comentar: como a Nintendo consegue entregar diversos Zora’s carismáticos? Depois de Sidon e Mipha, temos Qia, mais uma personagem memorável e extremamente divertida de controlar, com um arco também emocionante.
E aqui peço licença para usar a primeira pessoa e exaltar a maior surpresa do elenco: se em Age of Calamity os Koroks ganharam representação de forma… digamos… questionável com Hestu (perdão a quem gosta), Age of Imprisonment traz um dos personagens por quem eu torço para aparecer novamente na franquia: Calamo, um Korok aventureiro que anda o tempo todo com seu Bud (sem spoilers!), o Constructor à la Link e que entrega e muito em cada momento de tela que aparece.
Divertido, carismático e com uma gameplay surpreendentemente interessante, o pequeno Korok prova que o novo pode ser deliciosamente agradável.
O delicioso combate
Antes de mais nada: por mais que a narrativa seja o ponto mais brilhante, gente, ainda é um Musou. E isso significa uma dose generosa de adrenalina. Prepare-se para encarar hordas de Bokoblins, Moblins e afins, em batalhas intensas e cheias de energia.
Mas o combate aqui está longe de ser apenas bater, esquivar e revidar. Ele ganha uma camada extra de diversão e estratégia graças aos dispositivos Zonai, que podem ser equipados, alternados e utilizados de maneiras criativas durante as lutas. Eles funcionam como ferramentas estratégicas que realmente fazem diferença em momentos mais caóticos.

Assim como em Age of Calamity, há ataques específicos que podem ser ativados em janelas de tempo curtas para atordoar inimigos, abrindo brechas preciosas para combos. Porém, o grande charme está mesmo na variedade das animações de combos de cada personagem — e, principalmente, nos ataques especiais.
Cada herói possui uma cena cinematográfica própria ao executar seu poder especial, todas muito bem dirigidas e com estilo de sobra. E melhor ainda: a combinação desses poderes para realizar o “ataque supremo” é visualmente impressionante e entrega aquele momento épico digno de Zelda.
Sinceramente? Tédio não foi algo que senti em nenhum momento da jogatina. As batalhas são, ao mesmo tempo, divertidas, caóticas e incrivelmente envolventes, um equilíbrio delicioso que mantém o ritmo sempre lá em cima.

O real poder do Nintendo Switch 2 em meio à sonoplastia exuberante
Não à toa, Hyrule Warriors: Age of Imprisonment é um dos títulos escolhidos pela Nintendo para inaugurar, de fato, a nova fase de seus consoles. Chegando cinco meses após o lançamento do Switch 2, o game mostra até onde podemos sonhar com os próximos grandes títulos da empresa. É simplesmente magnífico acompanhar lutas e batalhas rodando de forma fluida em 4K e 60 FPS estáveis — uma combinação que deixa qualquer fã com aquele sorriso involuntário no rosto.
Mas, mais do que exibir o poder bruto do console, é gratificante ver o estilo cartunesco e vibrante iniciado em Breath of the Wild ganhar destaque novamente, tão exuberante quanto em 2017. Mesmo sendo um jogo mais linear e com pouca exploração, o título encontra maneiras de encantar com seus cenários e, principalmente, com suas cinemáticas.
As batalhas, como citado anteriormente, não são apenas divertidas, são lindíssimas de acompanhar. Em certos combos, você quase esquece de apertar o próximo botão, simplesmente solta o controle por um segundo para apreciar a arte deslumbrante que toma conta da tela. É o tipo de espetáculo visual que lembra por que Zelda é tão especial.
Outro ponto igualmente gratificante de experienciar é a já consagrada trilha sonora da franquia The Legend of Zelda. Com batidas frenéticas nos momentos de maior tensão e versões remixadas de temas ambientais que ficaram incríveis, o jogo não dá espaço para qualquer sensação de descompasso. Toda a sonoplastia e execução dos efeitos sonoros é impecável: ao conectar um golpe preciso, o boom que ecoa é tão satisfatório que eleva ainda mais a emoção do combate.
E segurem-se, amigos(as): emoção é um sentimento constante neste jogo. Seja na narrativa, no visual ou no áudio, Age of Imprisonment sabe como envolver o jogador do início ao fim.

Conclusão
Ainda que o jogo tenha recebido inúmeros elogios ao longo desta review, alguns pontos precisam ser debatidos com honestidade. Quando pensamos em adquirir um game, especialmente no cenário brasileiro, é impossível ignorar fatores como preço. E, neste caso, os R$ 439,90 cobrados por Hyrule Warriors: Age of Imprisonment certamente pesarão para muitos jogadores.
Outro ponto sensível é a ausência de legendas em português brasileiro. O jogo possui muitos diálogos, cenas importantes e uma narrativa densa, longe de ser apenas a “porradaria” que alguns podem imaginar ao ouvir o termo Musou. A falta de localização pode afastar ou prejudicar a experiência de boa parte do público.
Dito isso, é preciso destacar: Hyrule Warriors: Age of Imprisonment é um excelente e extremamente divertido jogo, que abraça com carinho a essência da franquia. Ele não apenas expande a rica história introduzida em Tears of the Kingdom, mas também revisita e aprimora elementos de Age of Calamity, aprendendo com os erros do passado.
Ao invés de ousar de forma desmedida ou se distanciar do que funciona, o game opta por entregar uma narrativa sólida, emocionante e, finalmente, verdadeiramente canônica. O resultado é uma experiência que se posiciona com segurança dentro do universo de The Legend of Zelda.
No fim, Age of Imprisonment se torna um título obrigatório para qualquer fã da saga, uma celebração épica da Guerra do Aprisionamento e um vislumbre promissor do que o Nintendo Switch 2 ainda pode oferecer.
Hyrule Warriors: Age of Imprisonment is one of the most remarkable experiences ever delivered by the The Legend of Zelda universe outside its mainline titles. With a deep narrative, memorable characters, and deliciously satisfying combat, the game not only learns from the mistakes of Age of Calamity but surpasses it with ease. It’s epic, emotional, and technically impressive on the Nintendo Switch 2. This is an essential title for any fan who wants to truly understand and feel he real Imprisonment War.
Nota do Editor: Hyrule Warriors: Age of Imprionment foi analisado em sua versão de Nintendo Switch 2. A chave do jogo foi gentilmente cedida pela Nintendo para avaliação.]



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