Airborne Kingdom é um jogo de gerenciamento e criação de cidade desenvolvido pela The Wandering Band e publicado pela Freedom Games. O jogo recebe agora, em novembro de 2021, sua versão para Nintendo Switch.
PEQUENA GRANDE CIVILIZAÇÃO
Na busca pela concretização de uma antiga profecia, o jogador deve gerenciar a cidade flutuante que dá nome ao jogo, além de fazer acordos com outras cidades do mundo e criar alianças capazes de beneficiar todo o reinado.
A premissa do jogo é simples, mas contém alguns momentos de narração e bastante textos que evocam as conquistas do jogador e da nação.
A construção da cidade começa a passos curtos, e o jogador, no controle da câmera, observa a cidade quase como se fosse uma maquete, e aos poucos a aventura vai entregando ao jogador os recursos necessários para aumentar sua metrópole flutuante.
O gerenciamento da cidade é sem dúvidas o melhor aspecto do jogo. É apresentado várias dificuldades ao longo do caminho para que o jogador pense nas melhores formas de gerir tudo sem fazer com que sua cidade caia (literalmente) e seja destruída. Claro, perder propulsão é só uma das dificuldades. Alimentação, água, são mais alguns dos problemas. Necessidades básicas como as citadas são facilmente remediadas com busca por recursos pelo mapa do jogo. Ao encontrar um rio, o jogador deve enviar seus coletores de recursos em aviões para que busquem água, o mesmo para comida e o carvão que serve de combustível.
AGRADANDO A POPULAÇÃO
Airborne Kingdom também pensa com maestria um dos aspectos mais importantes de uma civilização: as pessoas. E quanto mais importante algo é, mais difícil de lidar. A população possui níveis de satisfação, sendo o maior deles o “jubilante”, nível bastante difícil de alcançar já que as pessoas tendem a ser bastante exigentes com seu padrão de vida. Para manter sua comunidade feliz, o jogador precisa fornecer aquilo que o povo quer: templos religiosos, iluminação de qualidade, conforto por meio de contato com a natureza e atendimento médico são alguns dos pedidos mais comuns. Para conseguir estas construções, o jogador deve comprar as plantas destes projetos para que a Academia Científica da cidade possa ser capaz de construir tudo.
Claro que numa civilização tão boa assim, pessoas querem fazer parte, e desta forma o jogador deve recrutar novos moradores, que só terão interesse em fazer parte da metrópole se o nível de satisfação dos seus habitantes for bom. É essencial que novos cidadãos se juntem ao seu governo, pois a maioria das construções que o jogador implementa necessita de trabalhadores.
Claro que além de tudo isso, os cidadãos precisam de casas, que devem estar distantes de locais que produzam barulho, como turbinas e forjas. E devem estar próximas de locais com iluminação, centros religiosos e etc. Ademais, os cidadãos também se sentirão bastante desconfortáveis se o nivelamento da cidade estiver torto, o que pode ocorrer caso o jogador não projete o peso das construções de forma adequada.
No processo de construção, o menu do jog é bastante didático e de fácil acesso, o problema mesmo é a câmera, que muitas vezes dificulta bastante o processo simples de implementar um novo projeto na cidade, ela se movimenta de forma estranha e é preciso prática até se acostumar.
EXPLORAÇÃO E DESIGN
Como já citado, a exploração é essencial para coletar recursos diversos, que servem para necessidades básicas e até para construção, como madeira, argila, metal e outros.
O design do jogo é visível aqui, quando o jogador precisa viajar pelo cenário, que não é enorme, mas no tamanho ideal para o que se propõe. Infelizmente, a vista não é tão interessante, as cores são básicas e o mundo é bem vazio. Acredito que mais elementos no cenário, como construções antigas, dariam um ar inóspito ao mundo, ainda que apenas para ilustrar. Tudo que o jogo oferece de “paisagem” é o que será interativo. Exemplo: você encontra torres de iluminação antigas, mas elas servem a missão que você encontrará em breve, o mesmo vale para ruínas antigas, que são todas iguais.
As cidades que você visita para criar as alianças até se diferenciam no design, mas no fim das contas não faz tanta diferença ao jogador; é como ir de ponto A ao B e única diferença é o nome da cidade mesmo.
Por sinal, o objetivo principal do jogador é estabelecer a conexão com 12 cidades diferentes, e para isso, é preciso sempre cumprir uma missão para elas. Estas missões não apresentam nada de diferente ou satisfatório, geralmente é ir a um lugar, coletar algo, voltar e fazer o acordo com a cidade.
No fim das contas, a parte do design brilha bastante em tudo que concerne a sua criação. O jogo permite customizar as cores das suas construções ao passo que você encontra ruínas antigas que liberam novos padrões de cores. É possível deixar tudo do seu jeito, alterando cada casa, cada construção ou alterando tudo ao mesmo tempo para que tudo fique no mesmo padrão de cores. As construções feitas na sua cidade são bem criativas e misturam bem o estilo antigo do jogo com as engenharias fictícias baseadas em Da Vinci.
Ao fim do jogo eu contemplei minha gigantesca metrópole flutuante com um sorriso no rosto e um print feito no modo foto do jogo, um recurso bem legal e com boas opções para quem gosta de registrar a aventura com imagens.
Vale comentar da trilha sonora do jogo, que evoca um ambiente oriental e antigo muito bem, mas com pouca variedade, começa a cansar bastante.
PERFORMANCE E CUSTO-BENEFÍCIO
O jogo funciona majoritariamente bem no nosso querido Switch, mas notei muitos travamentos na hora de construir, além de alguns pequenos atrasos de resposta ao solicitar alguma ação. Apenas uma vez encontrei um bug na trilha sonora (parecia um disco arranhado travando). E duas vezes, ao fazer uma construção específica que me revelava o mapa inteiro do jogo, ao fechar o jogo e retornar, a construção estava lá, mas ela não mais mostrava o mapa completo, e por ser uma uma construção única, eu não conseguia apagá-la para reconstruir.
Após fazer todas as 3 construções lendárias, alcançado mais de 200 habitantes, fazer o elo com as 12 cidades e fazer todas as melhorias, eu cheguei aos créditos do jogo com 12 horas de jogo, aproximadamente. Após o fim do jogo, o jogador pode seguir aumentando sua civilização indefinidamente, o que para os mais empolgados deve conceder mais algumas boas horas de jogo. O jogo custa 127,99R$ na eShop, um ótimo valor pelo tempo de diversão que oferece, apesar de não estar legendado em português do Brasil e sofrer com letras minúsculas no modo portátil.
CONCLUSÃO
Airborne Kingdom é um dos jogos mais criativos do gênero, com vários elementos de gerenciamento de qualidade e que trazem diversão certa, com possibilidade de desfrutar disso num ótimo modo portátil. O jogo sofre com problemas de otimização e um mundo desinteressante, mas construir sua civilização é tão gratificante que ela certamente será o ápice de sua aventura.
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[Nota do Editor: Airborne Kingdom foi analisado a partir da sua versão para Nintendo Switch. A cópia do jogo foi gentilmente cedida pela Stride PR em nome da Freedom Games.]
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