Até que ponto o tarifaço de Trump pode influenciar o Nintendo Switch 2 no Brasil?

Até que ponto o tarifaço de Trump pode influenciar o Nintendo Switch 2 no Brasil?

Antes de adentrarmos neste tema, é importante destacar que o ProjectN não tem a intenção de julgar se determinadas medidas políticas são certas ou erradas. Nosso foco aqui não é emitir opiniões políticas, mas sim analisar os impactos dessas decisões no mercado de games.

A semana foi marcada por uma montanha-russa de emoções para os nintendistas. A empolgação começou com a memorável Nintendo Direct transmitida em 02/04, na qual finalmente vimos o tão aguardado Switch 2 ser revelado — com todas as suas características empolgantes e jogos que aumentaram a ansiedade dos fãs. Tivemos o retorno de Donkey Kong em um novo jogo solo, um Mario Kart inédito ainda mais emocionante, a adição do desejadíssimo GameCube ao catálogo do Nintendo Switch Online, entre outras novidades. No entanto, toda essa euforia logo deu lugar a uma onda de preocupação que vem gerando debates intensos até o momento.

Diversos prints circulando nas redes sociais mostram os preços do console no exterior, assustando o consumidor brasileiro, que já sofre com a falta de políticas econômicas que favoreçam o lado mais frágil dessa relação. As notícias internacionais apenas aumentam o temor de que o valor do console em terras brasileiras seja igualmente elevado, como já vem sendo criticado em países europeus e nos Estados Unidos.

No mesmo dia da apresentação do console, o presidente norte-americano Donald Trump realizou o que seu governo classificou como “o dia da libertação”, quando diversos países passaram a enfrentar um aumento nas tarifas de importação. A medida, voltada à nacionalização da economia americana, causou um verdadeiro rebuliço global, resultando até mesmo no adiamento do início das pré-vendas do Switch 2 nos EUA, para que a empresa possa compreender melhor as consequências dessa nova taxação.

Mas o porque dessa taxação?

Até que ponto o tarifaço de Trump pode influenciar o Nintendo Switch 2 no Brasil?

Como já mencionado, não estamos aqui para julgar se determinada medida é boa ou ruim. O ponto é que, assim que assumiu a presidência em janeiro deste ano, Donald Trump decidiu revisar todos os acordos comerciais dos Estados Unidos com países ao redor do mundo. Segundo ele, os EUA estariam em desvantagem em diversos setores estratégicos.

A partir dessa avaliação, o governo adotou o que foi classificado como uma política de retaliação, com o objetivo de fortalecer o mercado interno. Como consequência, vários países passaram a ser taxados, incluindo o nosso Brasilzão com uma tarifa de 10%, o Japão — terra da nossa querida Nintendo — com 24%, a China com 34%, e Taiwan com 32%, justamente onde estão localizadas muitas das fábricas responsáveis pela produção dos consoles.

A Medida valerá para todos os produtos fabricados nos países da lista e que chegam aos EUA por meio da importação.

Porque existe o temor então do Brasil?

Até que ponto o tarifaço de Trump pode influenciar o Nintendo Switch 2 no Brasil?

Até hoje, não está muito claro como funciona, de fato, a logística do Nintendo Switch para o Brasil. Sabemos que a Nintendo voltou a operar oficialmente por aqui, mesmo sem fabricar os consoles em território nacional. No entanto, ainda não há uma explicação concreta de como esse processo ocorre — nunca foi divulgado oficialmente de onde os consoles vêm antes de chegarem ao mercado brasileiro.

A teoria mais aceita entre os fãs é que o console é primeiramente enviado a um centro de distribuição nos Estados Unidos e, só depois, é redirecionado ao Brasil. Diante desse cenário, é natural a preocupação com o valor final do produto no país.

Nos EUA, o preço já está pré-definido em US$ 450. No entanto, com a taxação de 34% e 32% sobre produtos vindos da China e de Taiwan — países que fabricam o Switch 2 —, a tendência é que o valor final sofra um aumento significativo, caso essas medidas continuem em vigor. Se a teoria predominante estiver correta, os consoles chegarão ao Brasil ainda mais caros, o que torna o cenário bastante preocupante para o consumidor brasileiro.

Até que ponto o tarifaço de Trump pode influenciar o Nintendo Switch 2 no Brasil?

Mas como mencionado anteriormente, ainda não há confirmação oficial sobre como a logística de distribuição da Nintendo realmente funciona. Não se sabe ao certo qual centro recebe os aparelhos antes da distribuição para o restante das Américas. A ideia mais difundida é a de que a Big N utiliza um centro específico como estratégia para escapar das altas taxações e evitar que um de seus principais mercados seja impactado. Porém, sabemos que as coisas não são tão simples assim.

Mesmo que essa estratégia esteja sendo aplicada, os Estados Unidos — maior mercado da Nintendo nas Américas — continuariam enfrentando preços elevados, o que levaria muitos consumidores a buscar o produto em outros países. Isso prejudicaria as grandes varejistas americanas e geraria um efeito colateral indesejado.

E, levando em conta a recente postura da Nintendo ao isolar a eShop da Argentina, é difícil imaginar que a Nintendo Latam vá adotar uma política de proteção exclusiva ao mercado norte-americano. É mais provável que a empresa opte por tabelar os preços nos diversos países da região para evitar discrepâncias muito grandes — afinal, isso também é capitalismo, amigos.

Até que ponto o tarifaço de Trump pode influenciar o Nintendo Switch 2 no Brasil?
imagem Tudo Celular

Diante do cenário atual, o futuro do Nintendo Switch 2 no Brasil realmente inspira preocupação. As chances de o console chegar por aqui com um preço bastante elevado são altas. No entanto, ainda há um fio de esperança no horizonte.

Apesar da rigidez imposta nas negociações comerciais durante o governo Trump, a assessoria da Casa Branca informou que mais de 50 países já iniciaram conversas para rever as tarifas, conforme declarou o então diretor do Conselho Econômico Nacional dos EUA, Kevin Hassett.

Além disso, o primeiro-ministro do Japão, Ishiba Shigeru, declarou em entrevista que pretende entrar em contato diretamente com o presidente Donald Trump para discutir as tarifas aplicadas aos produtos japoneses. O objetivo é encontrar uma saída diplomática e evitar uma guerra comercial prolongada — uma abordagem oposta à da China, que já anunciou retaliações, elevando a taxação de produtos norte-americanos para 34%.

Taiwan também optou por não confrontar os Estados Unidos. De acordo com o presidente Lai Ching-te, o país pretende propor tarifas zero como base para as negociações, sinalizando abertura ao diálogo e evitando medidas recíprocas. O próprio Trump, segundo declarações recentes, teria se mostrado disposto a negociar com o país. O Vietnã, outro país em que o console é fabricado, diz que irá reduzir os impostos dos produtos norte-americanos a 0, com o presidente norte-americano também sendo favorável a negociação

Outro país relevante nesse contexto é o Camboja, que também está entre os locais de fabricação do Switch. Apesar de ter sido afetado pelo aumento nas tarifas, o governo cambojano evitou atritos e anunciou a redução de taxas sobre produtos norte-americanos, buscando preservar a boa relação comercial com os EUA.

Até que ponto o tarifaço de Trump pode influenciar o Nintendo Switch 2 no Brasil?

Sendo assim, é possível crer que a politica tarifária possa vir a ter significativas alterações, com o preço de US$ 450,00 dólares permanecendo como o valor a ser comercializado no continente norte americano. Sobre esta questão em si, de acordo com as noticias recentes, é possível crer que isso não vire um problema de fato para o Brasil, com o console sendo vendido com as pequenas (contém ironia) taxas que já existem hoje em nosso país, com a cobrança IPI e dos Impostos sobre Importação, restando a nós a torcida de que a Nintendo avalie o mercado brasileiro, antes do valor estipulado.

Acredita-se que o console pode chegar a ser comercializado em R$ 4000,00, mas sem qualquer confirmação até o momento.


[A coluna acima reflete a opinião do redator e não do portal Project N]

Um grande entusiasta da Nintendo, "fanZeldaboy" e confesso dono de um sofisticadíssimo sotaque nordestino visse?