Lançado dia 10 de Agosto de 2023 para Nintendo Switch e PC pela Kodansha Games Creator’s Lab e sendo desenvolvido pela Tokoronyori, Bokura (que significa Nós em Japonês) é um jogo de puzzle e plataforma obrigatoriamente multiplayer onde devemos concluir diversos quebra cabeças de forma cooperativa enquanto é narrada uma história profunda com a visão diferente do mundo pela perspectiva de dois garotos.
História
Bokura começa com um adulto no metrô imerso em seus pensamentos e mencionando fatos passados de sua infância, em especial um decisão que o marcou quando ele e seu amigo jogavam Pokéman Red e Green. E com isso somos transportados para esse momento da sua história e cada jogador deverá escolher um personagem. Um se assemelha ao adulto do metrô, o outro é seu amigo (um veste verde e o outro azul) e então somos transportados para em algum momento onde dois garotos de cerca de 10 ou 11 anos estão conversando sobre jogos em um parque.
No decorrer da conversa, um deles dá a ideia de derrubar a estatua do prefeito que está no alto da montanha aos fundos e então começamos nossa aventura já dependendo da cooperação para alcançar e progredir no jogo. Devemos progredir (sempre para a direita) até que chegamos em uma clareira onde encontramos um cervo morto e os personagens começam a passar mal e desmaiam quando um ser mutante aparece e a tela esmaece com estática.
Desse momento em diante o jogo traz a tona sua real proposta quando os personagens após acordar se veem em um mundo totalmente diferente inclusive eles mesmos. Porém cada personagem vê o mundo e seus residentes de forma que reflita parte da sua criação: O personagem de roupa verde (possui pais abastados que não se importam com ele) vê o mundo vivo e alegre onde ele mesmo se tornou um pássaro verde e seu amigo um urso marrom, enquanto o outro personagem de roupa azul (que não possui pai e vê sua mãe trabalhar sempre até tarde) vê um mundo distópico e mecânico onde ele e seu amigo se tornaram máquinas.
Com isso temos duas visões de mundo diferentes em um mesmo jogo e agora devemos seguir adiante, mantendo a comunicação e cooperatividade, para voltar para a realidade ao mesmo tempo que é discutido assuntos profundos como família, abandono, amor fraterno, assassinato, questões morais e muito mais.
Gameplay
A jogabilidade segue o padrão plataforma com diversos puzzles que dependem inteiramente da cooperação entre ambos os jogadores para solucionar. Com isso é necessária uma comunicação ativa durante o processo, principalmente a partir de determinado momento onde o mundo passa a diferir entre os jogadores não apenas em estética mas também com plataformas únicas e objetos visíveis apenas por você.
Enquanto na resolução dos puzzles, diversos perigos vão aparecendo e aqui é One Hit K.O., qualquer toque no perigo e more instantânea, mas não tenha medo de errar! Não há punição, nem continues. Ao morrer, o puzzle é reiniciado e então basta tomar cuidado e seguir em frente.
Ao concluir um puzzle e passar as plataformas o jogo salva automaticamente. Logo é sempre possível continuar de onde parou, caso o host da sala seja o mesmo. Se alterar o host um new game se iniciará.
E falando em host, esse jogo é obrigatoriamente multiplayer online, logo, uma assinatura do Nintendo Switch Online é necessária para ambos os jogadores. E tem mais, sair pro menu do Switch derruba a conexão (comum na maioria dos jogos online no Switch), mas se o que você precisa é apenas fazer uma pausa, o jogo tem essa funcionalidade. Ao selecionar no menu a função Pass Time, um Game Boy Color surge na tela com um pequeno minigame onde você controla um coelho (ou algo parecido) e deve fugir de uma enxurrada de flechas ala Vampire Survivors.
Um ultimo ponto interessante sobre o gameplay é a necessidade de comunicação. De inicio, para jogadores mais experientes, é intuitivo e não demanda tanto mas a partir do momento em que se tem acessos e objetos únicos a cada jogador e ambos precisam interagir para conseguir avançar corretamente, uma comunicação fluída se faz necessária. Principalmente em partes onde um jogador precisa avançar e depende da ação de outro como, por exemplo, pressionar botões específicos indicados pelo jogador que avançou.
Há também cutscenes que se desenvolvem separadas, onde nesses momentos um símbolo de microfone bloqueado foi exibido em tela sugerindo que talvez uma função de jogo usando um fone de ouvido com microfone estaria inoperante, porém em nossos testes não foi possível utilizar essa função em nenhum momento. Nem mesmo no aplicativo Nintendo Switch App surgiu a opção de chat de voz para o jogo, no fim utilizamos um aplicativo terceiro para chat por voz e nos comunicamos normalmente.
Design
Com um pixelart charmoso mas sem ousar demais em seus detalhes, Bokura mostra sua grandeza ao unir duas estéticas diferentes em um mesmo jogo, uma para cada jogador, modificando o level design, perigos e exigindo uma comunicação ativa.
Em contra partida, a simplicidade dos cenários tornam a sequencia de puzzles maçante pois o cenário permanece o mesmo pra cada jogador por boa parte do tempo. Já os personagens que aparecem arremetem a era Game Boy/SNES seja no tamanho de seus sprites, seja em sua tonalidade ou simplesmente em sua estética.
Trilha Sonora
Puxando da era 16bits, e se unindo com o prólogo onde estamos vivenciando uma lembrança do passado, a trilha sonora coloca sons agradáveis e levemente sintetizados. Não se destaca, mas também não é enjoativo, o que ajuda a efetuar diversos puzzle em sequencia.
Detalhes Técnicos
Apesar de Bokura ser encontrado na eShop brasileira e ser listado a R$ 17,89, o mesmo não se encontra disponível para compra quando acessado. No momento de escrita desse artigo Bokura ainda não está disponível para compra na eShop brasileira, porém pode ser encontrado na eShop americana e/ou argentina.
Bokura pesa 338mb, exige multiplayer para conseguir jogar e precisa ser através de uma conta que possua o Nintendo Switch Online. Não posui localização em PT-BR.
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