Me recordo que ao ver o trailer pela primeira vez desse jogo, minha vontade de jogar foi instantânea diante de sua história. Afinal, Bramble: The Moutain King, jogo desenvolvido pela Dimfrost Studios, demonstrou em seus trailers além de um belíssimo gráfico, uma história que envolveria mitologia nórdica, com criaturas das mais diversas e pouco habituais dentro de nossa cultura.
E ao me deparar da possibilidade de fazer a review desse jogo, confesso que foi um deleite misturado a uma grande expectativa por a mãos nele, que como um grande fã de jogos de terror, reconheço que entrega com exatidão todo o ar sombrio prometido.
Sobre o Jogo
O jogo é centrado no personagem Olle, que ao acordar durante a noite, não encontra sua irmã Lillemor em uma floresta vasta, escura e repleto de monstros com as aparências mais horripilantes.
Apesar do começo de fato morno, sem de fato empolgar, vale aqui um elogio a atmosfera que nós é contada a história. Apesar de não haver diálogos entre os personagens, tudo que vivenciamos no jogo é como uma espécie de conto, remetendo como se fosse possível adentrar de fato um conto de fadas sombrio, com o personagem explorando e se deparando com uma aventura que de inicio, parece despretensiosa.
E um aviso ótimo para os nintendistas ávidos na luta pela localização dos nossos jogos First Party, esse jogo possui localização com legendas em português brasileiro. Junte a isso, uma trilha sonora cada vez mais densa com o andar do jogo, com a tensão tomando conta de toda atmosfera casando perfeitamente com tudo que o jogo apresenta. Mas a medida que o jogo caminha, vamos cada vez mais inseridos a um ambiente bem ao estilo Labirinto do Fauno, brilhante filme do cineasta Guillermo del Toro, com uma mistura de Little Nightmare, da Bandai Namco.
Inclusive com uma jogabilidade que lembra demais o premiado jogo de terror, desde o caminhar do personagem, seus saltos e até na resoluções de pequenos puzzles por exemplo. A sensação de início inclusive, é como se fosse um jogo da franquia com gráficos diferenciados e um mundo vasto a ser explorado de outra ótica. Mas a comparação para por ai.
O jogo de fato, não é pra qualquer um. E quando isso é dito, não é diante de uma incapacidade do jogador ou por uma dificuldade que o jogo apresenta, que alias, possui uma jogabilidade tranquila de ser comanda, fluida, fácil de se aprender. Mas o jogo é muito mais que simples sustos caso você imagine isso.
O jogo é brutal, desde o aspecto psicológico ou aniquilações dos personagens. Por vezes o ar sombrio era tremendo, que era necessário intercalar uma pausa para voltar a jogar de novo. Sem adentrar a spoilers ou qualquer outro comentário que possa estragar sua experiência sobre o jogo, esteja preparado para loopings emotivos e narrativas e cenas fortes. Inclusive, logo antes de se iniciar o jogo, há um aviso para você se preparar com cenas brutais e potencialmente sensíveis. Não a toa o jogo possui recomendação para maiores de 18 anos.
O jogo nesse quesito entrega com exatidão àquele que controla o personagem uma experiencia de fato única e uma imersão muito bem explorada. Sobre as criaturas nórdicas, vale aqui uma nota especial: muito bem exploradas e bem detalhadas, com visual assustador, perceptível aos olhos o cuidado que o Studio, que é sueco, teve a recontar sobre os monstros que habitam o folclore de sua cultura.
Enormes e como dito antes, assustadores, transformam o frágil Olle em uma criança totalmente indefesa e amedrontada, e ai mais um ponto na narrativa, porque o jogador é absorvido nessa fragilidade, pela agonia de fugir das criaturas, escapar das tentativas de ataque e sucumbir a uma violenta morte.
Conclusão
Porém, apesar de elogiar bastante o jogo em si, vale aqui uma critica que talvez possa afastar bastante os jogadores da sua versão no Nintendo Switch, que tem suas reconhecidas limitações gráficas frente a outros consoles. Nas divulgações do jogo e até em comparativo com demais consoles, vemos um ambiente detalhista e realista, vasto e com cores nítidas.
De fato, o jogo é belíssimo em muitos momentos, com a precisão de tornar o ambiente da floresta tão vasto a ponto de aparentar que se trata de um jogo de mundo aberto. Mas, talvez na tentativa de tornar o jogo fluído ao console japonês, os gráficos sofreram uma redução considerável, a ponto de vermos visual de personagens, ambientes, bastante serrilhados e por vezes, bem simples, semelhantes até a jogos de gerações antigas.
O problema é encarado logo no começo do jogo, basta apenas observar o cabelo de Olle, que infelizmente, chama atenção negativa nesse quesito. Mas deixo claro, a questão de um gráfico reduzido não deve causar impeditivo em jogar, mas reconheço que talvez traga dificuldades a alguns jogadores. Até porque fica complicado criticar esse ponto, diante de todo o trabalho em entregar um mundo tão detalhista que mesmo diante de uma capacidade inferior, você consegue reconhecer as belezas que ali tem.
Ainda mais observando a questão perceptível que é o esforço do estúdio em trazer esse jogo ao Nintendo Switch, que infelizmente, teve esse sacrifício para que possa rodar de maneira mais fluída. Mas fica aqui um conselho, continue a jogar, explore o mundo que o jogo trás. A jogabilidade é divertidíssima e o ar sombrio e tenso do jogo, torna o jogo um dos melhores do gênero de terror da atualidade. E se você der essa chance, verá que não é nenhum exagero.
[Nota do Editor: Bramble: The Mountain King foi analisado a partir da sua versão para Nintendo Switch. A cópia do jogo foi gentilmente cedida pela Masamune em nome da Merge Games para avaliação.]
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