Bright Memory: Infinite, desenvolvido por FYQD-Studio e publicado por PLAYISM, é um jogo que mistura os gêneros de FPS e ação. Aqui você irá usar armas de fogo, bem como Katana e poderes no melhor estilo Darth Vader para aniquilar inimigos. Mas o que muitos querem ouvir é se realmente o gráfico do game para o Nintendo Switch é tudo aquilo mostrado em vídeos de divulgação. Acompanhe a análise para descobrir.
O game suporta legendas em: Português do Brasil
ANTES DE MAIS NADA…
Bright Memory: Infinite não é um jogo ruim, mas sua jogatina aqui se resume em um game curto, sem narrativa fundamentada e com alguns problemas técnicos, que se sobressai no quesito diversão, pois incrivelmente é bem dinâmico e interessante! Ah, mas os gráficos são lindos, se é isso que você quer ouvir.
Bright Memory: Infinite foi vendido como um game de FPS padrão, talvez se tivessem optado por apresentar ele como uma Tech Demo (embora não faria sentido comercial para arrecadar verbas) ou até mesmo como um game FPS na pegada Arcade, opiniões seriam diferentes.
Antes de mais nada, tiro meu “chapéu” para o produtor (sim esse game foi feito por apenas uma pessoa), que conseguiu demostrar todo seu conhecimento em modelagens 3D, conhecimento técnico no que diz respeito à ambientação, na jogabilidade fluída e conceito artístico, porém não conseguiu transmitir beleza no quesito narração de histórias (Storytelling). Boa parte do encanto do game se acaba no momento que você analisa esse quesito, até mesmo porque é bizarra a forma que é jogada a história para você, é um loop de informações sem conexão. Diria que é uma mistura de informações apressadas para apenas falar que há uma história, foi essa a sensação que me passou.
UMA HISTÓRIA CORRIDA E DESCONEXA
Todos os games tem uma história, seja ela representada por imagens, narradas ou até mesmo em arquivos.
Bright Memory: Infinite tem uma “história” que logo de início te mostra que você estará diante de uma baita narrativa de ficção científica em meio ao caos ocasionada por fenômenos climáticos, mas você vai perceber que, do nada, tudo aquilo não faz mais sentido, você ficará perdido tentando entender o contexto geral conforme vai avançando, mas não vai rolar, a narrativa deste game é literalmente uma bagunça, se é que existe uma narrativa.
Eu mesmo depois de 30 minutos de game, desisti de entender, você vai notar que tudo que era para ser mais um dos pontos fortes do game, é jogado na sua cara e de forma ligeira (sim, parece que foi apenas colocado ali na pressa pra justificar uma pseudo-história).
Só pra você ter uma ideia: o ano é 2036, Sheila Tan (personagem) é uma agente de uma força especial especializada em estudar ocorrências sobrenaturais a SRO. Certo dia, alguns buracos negros começam a surgir inexplicavelmente, então a personagem é enviada para investigar. Rapidamente descobre que este estranho fenômeno é um mistério e que tem uma organização externa com interesse no que está acontecendo.
Viu como daria pra ser um game muito bom nesta parte? Mas não é o caso aqui. Imagine um combatente soldado do mal vindo pra cima da protagonista e em outra tomada, meio que do nada, brota literalmente um guerreiro ancestral. Os acontecimentos são jogados um em cima do outro sem uma explicação clara aparente, a impressão que me deu é que o produtor “dormiu” literalmente neste ponto e deixou a história para entendimento do jogador em último plano. Não é aquele tipo de história inteligente de filmes que mesmo sem você entender, “faz sentido”. Em Bright Memory: Infinite isso não faz sentido pelo ritmo ligeiro que essas “histórias” são jogadas e você nem fará esforços pra entender. É uma pena!
NÃO TEM HISTÓRIA, MAS TEM JOGABILIDADE DELICIOSA
Bright Memory: Infinite se destaca com louvor por apresentar aquilo que ele é: um game de FPS, e nesta parte fãs de Call of Duty vão se deliciar com o game, porque neste quesito Bright Memory: Infinite brilha majestosamente.
A jogabilidade não é complexa depois de dominada, é fluida e gostosa até demais com seu ritmo frenético nas partes do tiroteio e ação nos combates, onde você irá defender golpes com uma Katana e puxar um inimigo no ar com um “gancho”, que até me trouxe um déjà vu do jogo Bulletstorm. Tudo funciona bem e fluído, tornando a curta campanha bem viciante.
O game conta com uma variação aceitável de armamentos (rifle de assalto, espingarda, sniper, pistola) e são efetivos, com disparos padrão e secundário, além disso, existe uma lâmina para cortar os inimigos, sem exageros, além de funcionar como “parry”. Alguns jogadores de Sekiro se sentirão familiarizados com ela.
Além de arma branca e de fogo, a personagem pode usar poderes cinéticos como é o caso do gancho e de poderes sobrenaturais para empurrar inimigos entre outras possibilidades, assim você se verá em meio a combos interessantes, usando as armas em seu domínio. Você usará um botão pra cada ação, parece complicado de início, mas logo você estará dominando tudo. Fico imaginando se esse game fosse projetado para ser algo ARCADE, iria ser arrasador de críticas positivas.
O game consegue, contudo, propor diversas formas de interação com o jogador naquele mundo. Você irá se ver em tiroteios, lutas, escaladas de parede e até mesmo pilotando um carro destruidor, enfim, é um game que tem em seu recheio essas partes que são deliciosas para serem jogadas.
GRÁFICO SOBERBO NEM SEMPRE É TUDO
Respondendo a maior curiosidade da turma: Os gráficos são realmente bonitos? Sim, são realmente um espetáculo a parte! Mas calma lá “pequeno gafanhoto”, vamos com calma!
Aqui está mais uma prova de que gráficos em games, não é tudo! Indiscutivelmente, esse é um dos principais aspectos que mais chamaram atenção nos vídeos de divulgação do jogo para mim. Os gráficos deste game são lindos de se ver, tanto no modo portátil como na dock, mas tenha em mente que você estará jogando em um console que não tem a capacidade de processamento de outros consoles ou PC, e mesmo sendo um console “mais fraco” consegue, supreendentemente, se sair bem nesta proposta, com algumas limitações, lógico.
Embora a modelagem como um todo, incluindo cenários e personagens, são louváveis por ter sido criada apenas por uma pessoa, não posso deixar de citar que em alguns momentos quando a câmera se aproxima da personagem, você notará texturas baixas na modelagem e não sei porque o Nintendo Switch praticamente se recusa a processar “cabelos” em personagens de alguns jogos no console. Você notará e talvez se incomodará com esse detalhe estranho, o cabelo da personagem nos remete aos games da geração de 128 bits e que destoam de todo o resto que foi trazido para o console híbrido da Nintendo.
O game se passa maior parte do tempo em localizações reais na China, e é notável o trabalho artístico para mostrar ao jogador a beleza de templos ou construções como um todo. Você notará detalhes em pedras, paisagens, e toda a beleza é acompanhada com um maravilhoso trabalho de iluminação e partículas, incluindo explosões, raios e chuva. Realmente a versão do Switch é um esplendor visual, salvo as limitações do console que é justificável.
No quesito som, o game consegue atender com ótimos efeitos sonoros. Não é nada assim que será memorável, mas cumpre seu papel no game.
TENTE AVANÇAR, MAS PRIMEIRO FAÇA A LIMPA
Você deve chegar na marcação do seu destino para prosseguir a história, o que é normal, já que Bright Memory: Infinite é extremamente linear. Ao chegar próximo a marcação você deve eliminar alguns inimigos, mas você não consegue simplesmente ignorar e ir direto ao ponto, o game te obriga muitas das vezes, a eliminar todos inimigos no campo. Sim, você ficará preso ali até que o trabalho seja feito. É tipo uma Wave obrigatória. Em celulares e alguns jogos mobiles, esse tipo de progressão é até aceitável, mas talvez eu tenha ido com muita expectativa para cima de Bright Memory: Infinite, me esquecendo de seu passado como um game mobile, mas isso se deve ao fato de eu não ter jogado o anterior.
BUGS AMADORES SÃO QUASE “INFINITOS“
Bom, você elimina os inimigos e acha que acaba aquele trecho maçante, mas não, do nada surgem mais inimigos, brotando magicamente na sua frente, isso sem contar quando não ficam presos no cenário e agem como abestados ou as vezes ficam congelados, mostrando assim que a programação tem seus defeitos.
Somando a tela de carregamento um pouco demorada, travamentos ocasionais fazendo você ter reiniciar o game e bugs no comando envolvendo o Joy-Con, que em duas vezes fez com que a arma da personagem ficasse atirando a esmo sem parar que quase me fizeram deixar o game, algo ainda me faz acreditar que esses pequenos detalhes possam ser corrigidos através de atualizações (assim espero).
Especificações do game na e-shop
PREÇO ATUAL DO GAME : R$ 74,95
Me recomenda?
Bright Memory: Infinite é um game bem competente em cenário para game em FPS, e também tem momentos grandiosos de pura ação. Peca muito no Storytelling e bugs ocasionais irão ocorrer mesmo não sendo um grande problema para a curta campanha. É um game ambicioso em sua estética gráfica como um todo, rodando bem no Switch com suas limitações de hardware. Se você gosta de games de FPS e curte ação exagerada com um toque de adrenalina, pegue esse game, ah, e esqueça a história dele (fica a dica).
[Nota do Editor: Bright Memory: Infinity foi analisado a partir da sua versão para Nintendo Switch. A cópia do jogo foi gentilmente cedida pela Stride PR em nome da PLAYISM para avaliação.]
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