Eu sempre fui fã de games com uma pegada diferente e que FUJA dos moldes tradicionais que vimos hoje em dia que no geral é sempre a mesma coisa. Sempre que tenho a oportunidade de jogar games “ousados” e com novas perspectivas, eu encaro e em muitos casos, descubro preciosidades.
Já joguei desde simulador de namoro entre pombos, de torradeiras e ralos de banheiros, e agora é a vez de eu falar pra vocês de um game que é uma mistura de simulador e gerenciamento, tipo aqueles games Monopoly ou games na pegada Sim+ (mas puxado para SimCity BuildIt ou Cities: Skylines), porém de uma forma mais simplista , os personagens centrais ou que ditam a regra de como querem ser gerenciados, são prédios abandonados, isso mesmo, prédios falantes que te darão a “letra” do que querem ser ou do que acham que poderia ser melhor pra comunidade. Bem vindos ao universo doido de Buildings Have Feelings Too!
“TÁ ME TIRANDO É?”
Logo no começo do game, me deparei com um prédio que era um hospício, mas a seus vizinhos que também são prédios abandonados não gostavam dele por que o hospício era “doido” e falava nada com nada. Mas não pelo fato dele querer ser assim, mas ele aprendeu a ser daquela forma durante anos que ali ainda era algo que funcionava para a comunidade, porém, seus vizinhos (um hortifrúti por exemplo), não vai com a cara do prédio que era um hospício e isso o deixou muito triste, o prédio então pede para ser “redirecionado” para uma nova localização e que sua vizinhança lhe aceite, mas ninguém o aceita como prédio hospício. Então deprimido, pede sua ajuda pra transformar ele em um prédio de advogados, acreditando que assim será maios aceito pelos seus vizinhos prédios.
Essa maluquice toda é o que você mais vai presenciar em Buildings Have Feelings Too! da produtora Merge Games.
O game vai muito além destas maluquices, é um game de gerenciamento e construção bem complexo por ser um pouco confuso logo de cara, não se enganem. Porém é facilmente compreensível com um pouco de atenção e empenho do jogador.
SEJA VOCÊ O DEUS, OUÇA SEUS PRÉDIOS PRA PROSPERAR, ELES SÃO SENTIMENTAIS
É muito, mas muito engraçado como a “história” deste game se desenrola, passando por várias eras e assim acompanhar o progresso. Na verdade, a parte engraçada mesmo são as conversas entre os prédios, sério, você vai rir com algumas ocasiões, além da já citada ocasião logo acima do hospício que gostaria de ser um escritório de advogados, tem um outro exemplo peculiar: fofocas. Sim, como esses prédios são fofoqueiros, tem prédios falando mal de outros, tem prédios que não liga para o design que seu vizinho está adotando (mediante suas ações e escolhas dentro da árvores de talentos que já vou falar sobre ela), tem alguns prédios que são invejosos. Essa maluquice é o pano de fundo fazer fazer o game fluir de maneira engraçada e leve, para que você esqueça que é estranho jogar um simulador de prédios falantes. Você acaba se sentindo parte da família, isso é fato constatado!
Os diálogos são bem engraçados, você vai ouvir do prédio o que precisa pra prosperar ou não, do que ele gosta ou do que ele gostaria de se tornar, aí você estará no comando para obedecer ou não, afinal de contas, você é o Deus na parada. Mas não se esqueça que sempre irá ter um prédio depressivo, falante, alegre ou até mesmo irritado com suas ações e o progresso é facilmente visível apertando o comando para visualização.
NÃO PARECE ACESSÍVEL, MAS ACABA SE TORNANDO
Quem é jogador de JRPG com certeza já viu em muitos games do estilo, a famosa árvore de talentos ou habilidades, é algo natural em games de JRPG.
E aqui eu apresento pra vocês a “árvore de talentos” do game e mesmo que você já tenha jogado games do estilo simulador/gerenciamento, vai ficar perdido (pelo menos nos momentos iniciais) do game. É simples e confuso ao mesmo tempo, simples por que está na cara o que cada prédio precisa (quests para a evolução) e complicado para saber a evolução seguinte para a prosperidade, creio que se essas informações fossem mais acessíveis, ficaria mais legal e menos chata a navegação e compreensão. Detalhe, se você não souber Inglês ou Espanhol nível intermediário para avançado, vai ficar bem perdido e o game vai perder a graça, até mesmo porque a graça toda está nos diálogos, infelizmente não tem a opção de português do Brasil.
Voltando no sistema de mecânicas do game: Você tem que ouvir seu prédio, checar informações se o mesmo está feliz, gerando prosperidade para a cidade, ou seja, fazendo crescer a harmonia, após isso, consulte o que ele precisa para o próximo level (tem limite para cada tipo de prédio) e cumpra aquela missão para desbloquear novas e com “a grana” obtida nas “quests” você poderá ir dando upgrades no prédio através da árvores de habilidades ou você tem a opção de transformar ele em outro tipo de prédio e ainda pode demolir se você achar que aquele prédio está passando dos limites para o crescimento da harmonia da comunidade. É estranho como tudo funciona , mas você acabará se acostumando e até absorvendo as ideias no sistema doido de Buildings Have Feelings Too!.
OS PRÉDIOS NÃO SÃO “POLIGLOTAS”
Antes de mais nada, quero logo avisar que a versão analisada foi a do Nintendo Switch e é com base na versão do console híbrido da Nintendo que irei falar.
Não ficou elegante (pelo menos no Switch) o design misturando um plano de fundo + objetos em 3D frontal, é estranha e muitas das vezes destoam com o cenário que você está. Isso é mais uma questão estética que me incomodou várias vezes.
Cadê o som? A trilha sonora de um game quando bem aplicada, pode nos fazer viajar para outras dimensões. Em Buildings Have Feelings Too!, acontece diferente, os únicos poucos sons existentes, te causarão depressão. Ops, não é pra tanto, mas eles são repetitivos e para meu gosto apurado, preferi deixar o som desligado. Não é de tudo ruim, talvez você curta, sei lá!
Ah, legendas traduzidas made in google translate: O game não tem português brasileiro, e se forem localizar como fizeram em outras línguas, melhor nem fazerem por favor. Sim, o game em inglês é perfeitinho, tudo sincronizado nas legendas e tal, mas mude para outra língua para você ver o que acontece. Infelizmente a localização para outras línguas parecem que fizeram de qualquer jeito. No Espanhol por exemplo, eles cortaram palavras quase que pela metade. Sorte que eu entendo bem da língua senão iria ficar boiando em algumas frases. Também tenho que mencionar a sobreposição das legendas dos comandos em outas línguas, pelo menos na versão do Switch, é de dar dó. Tomara que numa possível atualização eles corrijam isso, até mesmo porque o game é bom.
Os controles funcionam na maior parte do tempo bem, mas existem tropeços mínimos que eu percebi, exemplo quando você vai se posicionar em frente ao prédio que quer conversar, o comando para a conversa apertando o (Y) as vezes parece que falha, não é um grande empecilho, mas tenho que citar. O game é curto com poucas áreas para se explorar e o que salva mesmo são as “quests” que ficarão pra você fazer e deixar o game mais longo, além de você poder ficar brincando do Deus dos prédios.
ME RECOMENDA?
Vou ser sincero : o que faz de Buildings Have Feelings Too! ser legal é a proposta diferentona dele, as conversas entre os prédios que são na maior parte do tempo engraçadas e reflexivas (porém você tem que saber um pouco de inglês ou outra língua que não seja português) para poder absorver a maestria nos diálogos. É isso que salva o game como um todo.
Sobre mecânicas e estilo de jogabilidade : Se você curte games na pegada de gerenciamento, Sim+ , pode ir sem medo até mesmo porque o game se sustenta com seu conteúdo entre as conversas dos prédios e os erros que tiverem por trás, você acabará esquecendo. Realmente é que você acaba se envolvendo com a família dos prédios, isso é algo bem diferente e engraçado em certo ponto de você achar que é “retardado” mas na verdade o game é diferente, ousado e bom! Se curte games nestas pegadas de jogabilidade e games “diferentes” na narrativa e estilo artístico, SUPER RECOMENDO.
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[Nota do Editor: Buildings Have Feelings Too! foi analisado a partir da sua versão para Nintendo Switch. A cópia do jogo foi gentilmente cedida pela Evolve PR]
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