Existe uma barreira erguida imposta a jogos atuais que não possuem narrativa, derivada de uma geração que não puderam aproveitar o auge dos fliperamas e suas peculiaridades, o passatempo predileto do pessoal mais antigo. Felizmente, alguns jogos estão aí para nos lembrar que é um equívoco taxar jogos assim; há várias maneiras de se divertir e até de se surpreender. Desenvolvido pela Hyperstrange, com lançamento dia 29/01 no Nintendo Switch, Crossbow: Bloodnight se mostra um shooter simples no velho estilo arcade, que prioriza o desafio em uma gameplay sem muito compromisso.
Gameplay
Quando iniciamos o download de Crossbow: Bloodnight, seu tamanho de arquivo faz o jogador presumir que está diante de algo simplório, pelos seus 410 mb que não seria possível abrigar tanta informação. Seguimos adiante e vemos um Menu visualmente agradável e com poucas opções, para não delongar o começo da jogatina. A partir daí é tudo muito rápido; nos vemos em uma arena de formato circular com monstros que surgem de maneira progressiva, sem tutorial e apenas uma “besta” na mão.
Crossbow: Bloodnight até agrada em seu visual, mas limita o jogador a vivenciar um mesmo cenário e música durante a estadia pelo game. Não existe modos de jogo, recompensas, progressão de níveis ou um enredo concreto. Tudo que temos a respeito de sua história é uma sinopse descrita na eShop, que menciona a existência de uma ordem de caçadores que fazem uso de bestas e visam manter o equilíbrio entre as forças do céu e inferno. Prevalecendo até o ano de 1666 (onde o jogo acontece), a ordem passa por seu momento de maior desafio, com a chegada da peste negra, incêndios e forças malignas do além que devastam a cidade de Londres. Não há como saber a origem ou quem é o personagem que controlamos; apenas podemos deduzir que somos um caçador membro dessa ordem, buscando abolir as criaturas em meio a noite de sangue.
A respeito de sua jogabilidade, o shooter em 1ª pessoa tem comandos básicos de atirar com movimentação livre, podendo segurar o gatilho (ZR) para que o tiro seja constante. No outro gatilho (ZL) temos um tiro mais forte que é carregado, eficaz contra monstros mais poderosos. O pulo está ali no botão (B) para desviar de alguns ataques desferidos por monstros específicos. Já o botão (L) é o que faz impulsionar para qualquer direção, como uma esquiva, evitando a aproximação indesejada do inimigo. Por fim o botão (R) aciona o especial, que elimina instantaneamente monstros em um linha vertical, ação ótima para sair do sufoco e garantir mais uns segundos de sobrevivência. Após seu uso é necessário aguardar seu tempo de carregamento para utilizar novamente. Crossbow: Bloodnight imprime uma ação frenética, conforme monstros caem, outros pipocam na tela sendo preciso estar em constante movimento. Sua dificuldade imposta é elevada. Sobreviver por mais que um mísero minuto chega a ser um “porre”. Ao mesmo tempo que nos preocupamos em ter uma boa mira, a quantidade de monstros que brotam e sua retaguarda viram um problema — isso porque ataques direcionados nas costas são os mais imprevisíveis.
O único intuito de Crossbow: Bloodnight é sobreviver para colocar seu nome no placar de líderes, nada mais. Em um primeiro momento questionei se seria uma experiência que pudesse me fazer querer retornar. Isso me veio a mente porque o jogo entra em um loop infinito de caçar, morrer e caçar novamente, sem grandes novidades. A resposta apareceu pra mim quando percebi que estava apto a sempre iniciar mais um ciclo depois de uma morte. O jogo é viciante, mesmo com seus atributos deveras repetitivos. Me peguei no âmbito de querer avançar para saber o que tinha além, ou até onde iria o surgimento de monstros mais fortes. Em seguida, estava “bolando” estratégias para permanecer vivo, desafiado a perseguir tempos melhores. Certo ponto dá para até entender a proposta de Crossbow: Bloodnight sendo ele um score-attack , porém a ressalva está no sentimento amargo pela ausência de conteúdo. No mínimo, cairia bem uma variedade maior de cenários, de armas e uma interação online que aumentasse o fator replay (quem sabe um coop?).
Conclusão
Crossbow: Bloodnight é simples e direto. Peca em vários sentidos, mas tem seu mérito por surpreender o jogador com uma mecânica viciante e desafiadora. Seu maior ponto fraco fica por conta da ausência de uma maior variedade de opções de jogo e de cenário. Seu preço praticado de $4,99 (cerca de R$27,00) não chega a ser absurdo, mas pode ser que se encontre experiências indies mais completas na mesma faixa de valor, principalmente para quem acompanha promoções da eShop. Crossbow: Bloodnight no final da contas deixa uma impressão positiva por divertir e conseguir manter a atenção do jogador.
Crossbow: Bloodnight pode ser adquirido a partir do dia 29/01 na eShop americana, pelo valor de $4.99. Vale lembrar que o jogo tem a classificação etária “M” (Mature: não recomendado para menores de 17 anos).
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[Nota do Editor: Crossbow: Bloodnight foi analisado a partir da sua versão para Nintendo Switch. A cópia do jogo foi gentilmente cedida pela Better Gaming para avaliação.]
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