Jogos de terror passam um sentimento de adrenalina diferente dos jogos comuns. Obviamente isso é algo bem subjetivo, mas na minha modesta opinião, é inigualável a angustia que você sente ao explorar cada cenário com o receio de um susto surgir a qualquer momento. E é muito curioso porque a medida que o jogo segue sua narrativa, o paradoxo de você querer explorar mais e torcer para o temor acabar logo andam juntos até o fim.
São poucos os jogos que conseguem com exatidão não ficarem presos no suspense ou nos famosos jump scares e Devil Inside Us: Roots of Evil, jogo brasileiro desenvolvido pela Mr.Skull Game Studio e publicado pela QUByte Interactive, consegue ser um excelente titulo imersivo para fãs do gênero.
Em DIU, você acompanha o padre Aughust Heylel (preciso abrir um parênteses aqui antes para enaltecer a brilhante dublagem feita por Lauro Fabiano, o mesmo dublador de Dumbledore na franquia de filmes de Harry Potter), um padre exorcista legitimado pelo vaticano que ao perder sua fé, relata em uma carta o seu pior caso, conhecido como raízes do mal, no ano de 1984. Aughust deveria investigar uma casa que possuía estranhas atividades paranormais e que assombrou os pensamentos dele durante muito tempo.
Ok, a trama talvez seja um pouco clichê sendo vista por esse ponto, claro que você já deve ter percebido diversos filmes com sinopses semelhantes, mas garanto que o jogo entrega boas horas de adrenalina.
É um acerto gigantesco trazer o modo em primeira pessoa, casa muito bem com a proposta do jogo de investigar uma residência possuída por um ente demoníaco. A cada passada de cômodo, a sensação de que algo irá acontecer é iminente e cada vez mais assustadora, sendo um ponto extremamente positivo da desenvolvedora em conseguir casar esse modo com a própria historia que conta no jogo.
Algo que vale a pena também exaltar, é a curiosa escolha da arma no enfrentamento dos momentos de embates do jogo. Ao mesmo tempo que traz uma simplicidade a gameplay, é bastante original trazer o uso do crucifixo para combater a ação do inimigo. A medida que você exorciza determinados lugares, novas áreas vão sendo desbloqueadas e os a resolutiva dos puzzles é bem interessante já que exige bem do seu raciocínio para a progressão.
O jogo consegue trazer a tensão com maestria em um ponto que também deve muito ser exaltado. A sonoplastia do lugar, seja com o caminhar, as portas rangendo, causam um temor grande durante a sucessão de fatos. É interessante como isso acaba sendo um dos pontos altos do jogo até mesmo em relação aos jump scares, que consegue sair da previsibilidade e arrancar bons saltos do coração no jogador.
Ah e sabe o clichê da sinopse?! Pode esquecer com a narrativa. Obviamente para não estragar a experiência que não irei adentrar, mas o que pode ser dito é que o game entrega uma história interessantíssima, sendo mais um ponto positivo no game. Como ponto negativo, infelizmente o jogo é deveras escuro, trazendo dificuldade por vários momentos para o jogador explorar os cenários. Não foram poucos os momentos que tive dificuldade em enxergar algo por ali, que sendo intencional ou não a escuridão, atrapalha bastante em certos momentos.
Mas o que posso garantir aqui a você que veio nessa página em conhecer mais sobre o jogo, é que sim, vale demais a pena conhecer. É um trabalho muito bem feito pela turma de desenvolvedores brasileiros que poderia explorar mais as aventuras de Aughust em outros jogos e que merece sim sua atenção. O jogo ta com um preço muito legal na eShop, apenas R$ 49,99 e se tornando uma excelente opção para o gênero de terror.
[Nota do Editor: Devil Inside Us: Roots of Evil foi analisado a partir da sua versão para Nintendo Switch. A cópia do jogo foi gentilmente cedida pela QUbyte Interactive para avaliação.]
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