Drag x Drive - O test drive perfeito na forma de um esporte inusitado

Drag x Drive – O test drive perfeito na forma de um esporte inusitado

A Nintendo sempre teve o hábito de inovar, às vezes de forma sutil, às vezes revolucionando a indústria. Mesmo com o Switch 2 sendo uma das sequências mais direta de um console da Big N até hoje, a empresa japonesa continua buscando novas formas de jogar. E se o recurso “mouse” dos Joy-Con 2 já aparece em minigames divertidos de Mario Party Jamboree, Tamagotchi Plaza ou até em Puyo Puyo Tetris 2, em Drag x Drive ele é o verdadeiro protagonista!

Drag x Drive - O test drive perfeito na forma de um esporte inusitado

Aqui, a proposta é simples: um basquete 3×3 em cima de rodas, com controles únicos em que cada Joy-Con funciona como uma roda independente. Incline o pulso para arremessar, deslize para frente para ganhar velocidade e aproveite rampas e halfpipes para enterradas acrobáticas. Na prática, a sensação é de estar jogando um “Rocket League da Nintendo”, mas com mais foco no controle preciso e na curva de aprendizado.

Jogabilidade e modos

O tutorial inicial é ágil e deixa claro que a ideia é aprender jogando. As partidas têm um ritmo frenético, já que o tempo é curto (3 minutos) e os pontos podem virar rapidamente em lances aéreos ou bloqueios bem-timbrados. Além do tradicional 3×3 online, há desafios solo que funcionam como missões de treino, desde acertar uma sequência de arremessos em movimento até completar voltas no menor tempo possível. Tudo rende medalhas e uma pontuação global no ranking.

O lobby central, um “parque de rodas” com rampas e miniquadras, serve tanto para treinar quanto para socializar com outros jogadores em tempo real. Ali também é possível acessar minigames extras, como provas de velocidade ou desafios de precisão, que lembram os modos secundários de títulos esportivos arcade da era 2000. Na personalização, o jogo entrega apenas o básico: uniformes coloridos, capacetes e decalques simples. Não chega a ser decepcionante, mas falta aquele algo a mais que sustente a progressão por semanas.

O grande destaque continua sendo o multiplayer online. O matchmaking é rápido, as partidas são estáveis e há até um sistema de ranking dividido em ligas, o que ajuda a dar senso de progresso competitivo. A ausência do multiplayer local, no entanto, é um choque vindo de uma empresa que sempre valorizou jogatina no sofá.

Inovação e limitações

É impressionante como a função de mouse dos Joy-Con 2 funciona bem em qualquer situação. Mesmo sem uma mesa, apoiados na perna ou até numa almofada, os controles respondem com precisão e naturalidade. A vibração HD 2 é outro show à parte, transmitindo a sensação de aceleração e até o giro dos aros da roda. Jogar em uma superfície plana, como uma mesa, também é possível e traz mais estabilidade — mas soa deslocado dentro da proposta de um console híbrido que privilegia tanto a TV quanto o modo portátil.

Outro ponto interessante é ver cadeirantes ganhando os holofotes no centro da ação. É uma iniciativa que vai além do gameplay e ajuda a ampliar a representatividade nos games, mostrando personagens que geralmente não têm espaço como protagonistas. É um detalhe que reforça a sensação de frescor e inclusão que Drag x Drive tenta passar.

O problema é que, apesar do brilho técnico, a ergonomia pesa: sessões mais longas cansam os pulsos e acabam revelando a maior fraqueza do conceito. E quando se olha além do impacto inicial, percebe-se que Drag x Drive não vai muito além de uma vitrine tecnológica. A ausência de multiplayer local (um pecado vindo da Nintendo), as regras fixas das partidas e a variedade mínima de arenas, modos e personalizações deixam claro que a experiência é divertida no curto prazo, mas dificilmente terá fôlego para manter o jogador engajado por muitas horas.

Conclusão

Drag x Drive é o tipo de jogo que só a Nintendo faria: ousado, acessível e diferente de tudo. Ele mostra como os Joy-Con 2 podem ser usados de maneira criativa e garante boa competição online. É um jogo de entrada perfeito para demonstrar o que a nova tecnologia pode oferecer, mas, ao mesmo tempo, não vai muito além de um showcase técnico.

Com preço sugerido de R$ 119,90, ele se posiciona bem abaixo dos atuais valores de jogos AAA, que já beiram os R$ 400. Ainda assim, é um investimento considerável para um título que, apesar da diversão imediata, oferece conteúdo limitado e progressão modesta. No fim, Drag x Drive é uma “tech demo premium”: vale a pena para quem gosta de experimentar o novo, mas dificilmente terá fôlego para competir com esportivos mais robustos no longo prazo.

Drag x Drive - O test drive perfeito na forma de um esporte inusitado
Drag x Drive
Veredito
Drag x Drive é o tipo de jogo que só a Nintendo faria: ousado, acessível e diferente de tudo. Ele mostra como os Joy-Con 2 podem ser usados de maneira criativa e garante boas risadas no online com os amigos. No entanto, falta profundidade e personalidade para se firmar como um clássico esportivo. É divertido, mas funciona quase como uma “tech demo premium” dos Joy-Cons do Switch 2.
Design
75
Trilha Sonora
75
Diversão
80
Gameplay
80
Custo x Benefício
75
Prós
Ótimo showcase para os Joy-Con 2 e sua função mouse
Multiplayer online rápido e divertido
Controles intuitivos e responsivos
Vibração HD 2 traz uma imersão incrível
Contras
Nada de multiplayer local
Variedade limitada de modos, arenas e customização
Ergonomia cansativa em sessões longas
Conteúdo single-player raso
77
Nota Final
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Drag x Drive is the kind of game only Nintendo would make: bold, accessible, and unlike anything else. It showcases how the Joy-Con 2 can be used creatively and guarantees good laughs online with friends. However, it lacks the depth and personality to establish itself as a sports classic. It’s fun, but it almost plays like a “premium tech demo” for the Switch 2 Joy-Cons.

[Nota do Editor: Drag x Drive foi analisado no Nintendo Switch 2. A cópia do jogo foi gentilmente cedida pela Nintendo para avaliação.]


[A coluna acima reflete a opinião do redator e não do portal Project N]

O corpo do Mario. A sociabilidade do Link. A fome do Kirby. E tão vencedor na vida quanto o Ash Ketchum.