[Entrevista] Dudu Cavagnari, campeão brasileiro de Mario Strikers, fala sobre o campeonato e mais

[Entrevista] Dudu Cavagnari, campeão brasileiro de Mario Strikers, fala sobre o campeonato e mais

Em comemoracao aos eventos da Copa do Mundo de Futebol, a Nintendo anunciou um evento especial de Mario Strikers: Battle League, com um torneio latino americano que ocorreu no final do mes de dezembro, tendo como seletiva torneios locais em cada um dos paises participantes.

O evento no Brasil ocorreu entre os dias 16 e 21 de dezembro e teve como campeão o simpático paranaense Eduardo Cavagnari, nascido em Ponta Grossa (quem não conhece o lugar, fica a dica de conhecer a cachoeira Buraco de Padre, lindíssima).

Em uma entrevista que esbanjou bastante simpatia, Dudu, como é conhecido nas redes sociais, compartilhou conosco como foi sua experiencia no campeonato nacional e sulamericano, contando como foi participar da primeira edição, a emoção de ser o campeão, alguns detalhes da organização e mais. Confere esse bate-papo bem bacana que rolou:

Project N: Primeiramente Dudu, tudo bem? Começa contando um pouco de você, contando um pouco da tua historia com a Nintendo, jogos que você curte…

Dudu: Olá, me chamo Eduardo Cavagnari, tenho 20 anos e nasci em Ponta Grossa, Paraná. Sempre fui um pouco reservado e jogo videogame desde que me entendo por gente, sempre sendo minha paixão. Cresci jogando jogos do Super Nintendo (SNES), iniciando ai minha paixão pela Nintendo. Minhas memorias mais fortes são com Donkey Kong Country 2 e Super Mario Bros. 3, onde sequer desligava o videogame porque não conseguia salvar!

E desde o SNES, eu acabei deslanchando, [fui para] jogos de Nintendo 64 (foi no [The Legend of Zelda:] Ocarina of Time em que conheci a franquia Zelda, de longe o jogo mais tocante que joguei), Wii, 3DS, a Nintendo sempre teve presente na minha vida. Sempre fui muito proximo até por ser justamente mais reservado, sempre encarei como uma amiga próxima mesmo, considerava até como melhor amiga por muitas vezes.

[Entrevista] Dudu Cavagnari, campeão brasileiro de Mario Strikers, fala sobre o campeonato e mais

Project N: Conta um pouco pra gente de como foi o campeonato brasileiro, como foi participar do primeiro campeonato oficial de Mario Strikers: Battle League?

Dudu: O campeonato em si era uma incógnita, vários jogadores ali que jamais tinha enfrentado, mas estava confiante. Depois que me inscrevi no torneio fui em busca de treinar e realmente ficar em nível competitivo, até vendo vídeos no Youtube que nem maluco e etc. E a medida que ia jogando online, vi que estava capacitado e acabei indo tranquilo pro campeonato e consegui o título (vale a menção que de maneira invicta). Os duelos eram no sistema melhor de 3 e curiosamente venci todos por 2×0. As dificuldades sempre eram as surpresas né?! O adversário jogar melhor do que de fato você esperava e sem dúvida, no momento que cheguei no top 8 que a dificuldade aumentou mesmo.

Project N: Em algum momento, algum adversário te fez aquele famoso “friozinho na barriga”, bateu aquele nervosismo grande?

Dudu: Na primeira partida de mata-mata eu estava tremendo de nervoso e não estava conseguindo jogar da maneira que estou acostumado. Durante boa parte da primeira etapa estive em desvantagem e batia aquele medo né? “Meu Deus, será que vou estragar tudo mesmo? (Hahaha)”, mas acabou que deu tudo certo e consegui sair com a vitória. Já no outro dia, quando aconteceram as semi e as finais, estava mais tranquilo que no dia anterior e consegui jogar do jeito que vinha treinando.

Project N: E qual foi a melhor partida para você?

Dudu: A melhor partida não vou saber te dizer, talvez a semi final, consegui ganhar de 10×1 e senti ali um gosto de [ser] campeão já, sabe?

Project N: Sentia de certo modo, uma confiança que podia ir longe?

Dudu: Não vou mentir, desde que eu comecei a vencer jogadores do mundo todo, com mais de 200 horas de jogo, eu sentia que era um dos favoritos, sim, ao campeonato. E conforme ia passando de fase, a confiança só aumentava mais e mais. Só no primeiro jogo do mata mata que bateu um certo nervosismo, mas acho que normal por iniciar a fase que estava (no caso se Dudu perdesse a partir dai, estava eliminado).

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Project N: Conta agora pra gente como foi a organização do campeonato, deu tudo certo, algo que você queira comentar sobre…

Dudu: Apesar de comigo não ter tido problemas pessoalmente, a organização foi um pouco polêmica para outros pessoas. Acompanhei várias pessoas relatarem que estavam confusas quanto aos horários das partidas, o check-in para entrar e etc…

A maior polemica no caso, foi a exigência de que os próprios jogadores ficassem encarregados de gravar as suas partidas quando chegassem ao top 8, o que resultava na exigência da compra de uma boa placa de captura (sendo reembolsado posteriormente pela própria Nintendo) e de um computador que conseguisse rodar as transmissões. Eu mesmo tive que pegar emprestado um Notebook de um amigo meu durante os dias do campeonato porque o mesmo não suportava e posteriormente comprar a placa pela internet e torci muito para que chegasse a tempo.

No mais, não tive nenhum problema em si com a organização via Toornament e via Discord, foi tudo muito limpo pessoalmente. Porém como disse, vi pessoas reclamando um pouco que não conseguiam tirar todas as dúvidas.

[Entrevista] Dudu Cavagnari, campeão brasileiro de Mario Strikers, fala sobre o campeonato e mais
Com o manto sagrado todo mundo é abençoado

Project N: Mario Strikers: Battle League é um jogo incrível de futebol. Qual sua relação com o esporte, torce pra algum time?

Dudu: Flamengo maluco desde pequeno, mano! Meu pai é flamenguista maluco e acabei herdando isso dele. Sempre tive muito contato com futebol, as vezes mais as vezes menos, mas cresci jogando bola e acompanhando sempre o Flamengo (Nota do editor: que a entrevista foi pausada para parabenizar pelo excelente gosto no time que torce).

Project N: Você disputou também o sulamericano em seguida, como representante brasileiro, infelizmente nao saindo como campeão, pode nos contar como foi?

Dudu: Continuei treinando bem forte após o brasileiro, jogando contra adversários de alto nível no modo online sempre que o tempo permitia, por conta do meu trabalho. Acabei notando que a composição que usava apresentava muitas falhas quando exposta a alguém de alto nível, até que consegui arranjar uma composição que apresentava resultados altamente positivos, o problema que so descobri horas antes do torneio!

Project N: Qual sua composição?

Dudu: Eu utilizava o Shy Guy de capitão, por ser meu personagem favorito, Bowser e Rosalina nas alas e Pauline/Diddy Kong na zaga. Já no sulamericano mudei para Birdo como capitã, Bowser Junior e Diddy nas alas e Pauline na zaga.

Project N: Voltando a falar sobre o sulamericano, como foi o campeonato? Os adversários eram muito diferente dos brasileiros?

Dudu: As chaves ja tinham sido montadas, eram 2 grupos com 3 jogadores (os campeões de cada país, no caso) e apenas o primeiro passava de fase. Logo no começo pude observar a diferença de tempo de jogo dos adversários, literalmente o dobro do meu. Os colombianos, por exemplo, tendo o triplo de horas jogadas. Estava com frio na barriga e não sabia o que esperar de nenhum dos campeões dali, ainda mais jogando com minha composição que nao passava de um protótipo com alguns bons resultados positivos, mas era o que eu tinha na hora haha

Logo nos primeiros segundos contra a equipe colombiana tive um choque, o nível ali era completamente diferente, mas ainda assim consegui sair vencedor ganhando por 2×0. Já contra os peruanos o choque foi maior ainda, ganhando a primeira partida na base de muito sofrimento, já a segunda acabei perdendo o que resultou na disputa em aberto na última rodada. O último adversário era claramente mais experiente que eu, na verdade todos adversários. Uma sensação de talento contra experiencia, já que a diferença de horas era gritante.

Nessa ultima partida sofri uma pressão absurda e de repente o jogo se tornou emocionante. Estava ganhando por 2 gols de diferença, mas ele acabou empatando em 5×5 e foi decidido então no globo de ouro (quem fizesse o primeiro gol ganhava). Em um ataque fulminante, quando tudo indicava que sairia com a vitória, o goleiro deles fez uma defesa milagrosa e acabei tomando um contra-ataque e acabei perdendo. Vitoria merecidíssima dele.

Uma sensação muito estranha perder representando seu país, como se tivesse decepcionando toda uma comunidade, mesmo que não houvesse uma premiação de fato, não sei, posso tá sendo dramático também. Fiquei impressionado com o quão longe fui. No mais, foi super divertido ser o primeiro campeão brasileiro desde o retorno da Nintendo ao país.

Project N: E o que você espera pra Nintendo em 2023

Dudu: Espero mais um ano grandioso assim como foi em 2022, com o novo Zelda chegando (impossível não ficar contando os dias). Ao que tudo indica, eles vão se inserindo cada vez mais aqui no Brasil, curioso pra ver como se dará isso daqui pra frente.

Project N: E para finalizar, FIFA, PES (agora eFootball) ou Mario Strikers?

Dudu: (risos) Sempre digo que pra jogar futebol, jogo na vida real! Mas [entre os jogos] prefiro Mario Strikers, não curto FIFA nem PES.

Gostou da entrevista? Quer ver mais dessas no site? Fala pra gente o que achou nos comentários. Se quiserem seguir o Dudu nas redes sociais o link ta logo abaixo, este é o seu Twitter: https://twitter.com/Dudu_Cavagnari0


[A coluna acima reflete a opinião do redator e não do portal Project N]

Um grande entusiasta da Nintendo, "fanZeldaboy" e confesso dono de um sofisticadíssimo sotaque nordestino visse?