A Epic Games precisou agir rápido após uma série de clipes viralizarem nas redes sociais mostrando Darth Vader, controlado por IA em Fortnite, usando ofensas homofóbicas e racistas, além de frases inapropriadas. A voz do personagem era gerada por modelos de linguagem da Google (Gemini 2.0 Flash) e da ElevenLabs (Flash v2.5), possibilitando interações dinâmicas com jogadores.
A presença do icônico vilão da franquia Star Wars no jogo foi lançada em 16 de maio como parte de um evento comemorativo em parceria com a Disney e a Lucasfilm, com aval da família de James Earl Jones, falecido em 2024 aos 93 anos e conhecido por dar voz original ao personagem.
“James Earl sentia que a voz de Darth Vader era inseparável da história de Star Wars, e sempre quis que fãs de todas as idades continuassem a vivenciar essa experiência icônica”, declarou a família.
Apesar da intenção de homenagear o legado de Jones, a tecnologia permitiu que jogadores manipulassem a IA para gerar frases ofensivas envolvendo pornografia gay, piadas sobre o rapper Diddy, palavrões e insultos contra pessoas LGBTQ+.
Diante da repercussão negativa, a Epic Games confirmou que aplicou hotfixes para impedir que o sistema de IA continue a reproduzir esse tipo de linguagem. Ainda assim, a situação levantou questionamentos sobre o uso de inteligência artificial em jogos.
Paralelamente, o sindicato dos atores dos EUA (SAG-AFTRA) entrou com uma queixa legal contra a Llama Productions e a Epic Games por uso de IA na interpretação de Vader sem negociação prévia com os representantes da classe.
“Defendemos o direito dos membros e de seus espólios de controlar o uso de réplicas digitais”, afirmou um porta-voz do sindicato. “Porém, a Llama Productions optou por substituir o trabalho de dubladores humanos por tecnologia de IA sem aviso ou barganha com o sindicato.”
A queixa alega que a empresa violou as normas de relações trabalhistas ao não negociar os termos dessa substituição. Até o momento, a Epic Games não comentou o caso publicamente.
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