Morrer é uma arte que apenas os verdadeiros “gamers” (melhor que jogadores, na minha opinião) aprenderam a dominar através das décadas e da infinita maldade nos corações dos programadores (enviados do Capiroto) de games nas décadas de 80 e 90. Inúmeras formas modernas de tortura / sadismo foram inventadas e programadas nos cartuchos do NES e do SNES, mas nós sobrevivemos a todas elas evoluindo, aprendendo ( chorando de raiva) e refletindo ( tacando controle longe, quem nunca?).
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Era cruel (tentar) jogar sem a menor ideia do que o jogo exigia, sem saber qual a próxima fase, qual porta entrar, como pular e atacar, qual a velocidade das “motinhas” ( Battletoads, lógico ), qual era o enredo (se é que tinha) ou motivação daquele moleque de pijamas jogar doces pra animais e entrar neles (Little Nemo, joga no Google). Muitos joysticks inocentes foram arremessados pela sala contra a parede ou o chão sem terem culpa da nossa falta de habilidade e paciência. Porém, era divertido descobrir tudo isso com seus amigos / família numa tarde de sábado rindo e tirando a vez do irmão mais novo (quem nunca?).
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Jogar sozinho era uma questão de perseverança e inteligência. Cada padrão aprendido em cada “game over” ( save point é para os fracos) te levava um passo mais próximo do final (que nem sempre valia a pena). Ouvir a frase: “Como você passou daquela fase?” Era o mesmo que ouvir um plebeu perguntar pro Cavaleiro como ele salvou o Reino, do Dragão (pra mim era ué!). Ensinar/contar a forma da façanha dependia muito do coração da pessoa e não era uma obrigação ( se eu consegui você também consegue).
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Essa é uma coluna sincerona ( se você ainda não percebeu) por isso, afirmo que não sinto a menor saudade de jogar um jogo ás cegas, sem ajuda, sem entender o idioma e com prazo de 2 dias pra devolver a fita. Não mesmo. Hoje tenho ainda menos tempo e não tenho paciência nem pra comercial de 5 segundos no Youtube. Se vier tudo bem explicado, (só não me chama idiota, como em alguns jogos), eu agradeço e muito. Todo guia e dica na “Internet” sobre aquelas fases torturantes também são bem-vindos.
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A questão é quando o jogo é injusto, roubado, mal feito, sem balanceamento e relaxado de uma forma tão absurda quanto Silver Surfer ou Actraiser 2 (Google, sério). Você deve ter a sua própria lista de jogos que você desistiu depois de ser trapaceado, humilhado e irritado (eu já quebrei uma TV de plasma) apenas por tentar jogar algo que foi feito pra tirar seu dinheiro e paz de espírito. O que dói mais em mim é ver que isso ainda acontece na nova geração de consoles (bem menos, mas acontece).
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Você escolhe o jogo e como vai se divertir. Se vai buscar os 100% naquela madrugada cheia de emoção (e café) ou se vai apenas se divertir por algumas horas e rir com as pessoas em volta. Não aceite que essas duas possibilidades sejam tiradas de você por um trabalho ruim que foi programado as pressas pra afanar a sua grana (Cyberpunk 2077?) e não entregar nada de volta. A vida já é injusta demais, o jogo da sua escolha pode até ser difícil ( ou quase impossível, tem quem goste) mas sem ser injusto.
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Um Mega abraço.
Até semana que vem.
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