Klonoa: Phantasy Reverie Series, desenvolvido pela BANDAI NAMCO, é a coletânea com dois games da franquia, Klonoa: Door to Phantomile, a versão remasterizada do remake exclusivo do Nintendo Wii em 2008, e um “soft remake” da versão antes exclusiva do Playstation 2, Klonoa: Lunatea’s Veil. Ambos agora disponíveis para todos jogarem, em várias plataformas.
O game suporta legendas em: Inglês, Espanhol, Francês.
O retorno de uma ótima franquia esquecida
Eu sempre fui fã de games no estilo plataforma, carga grande de aprendizado e admiração, e que se deu através dos games do nosso bigodudo preferido, Mario. Quando conheci Klonoa pela primeira vez lá em 1996 no primeiro console da Sony, o Playstation, me senti de certa forma abraçado pela Bandai Namco.
Mesmo neste tempo e na mesma plataforma, eu já tinha experimentado outros games do gênero, tais como CROC e GEX por exemplo. Mas quando comecei a vivenciar a mágica odisseia de Klonoa “dos ventos” em uma história meiga e de certa forma também sinistra, o sentimento aflorou. Durante a aventura lágrimas escorreram dos meus olhos, mesmo eu já sendo “grandinho” para chorar em jogos com temática colorida. Sim, além de algumas passagens tensas, o final de Klonoa: Door to Phantomile é simplesmente lindo, mesmo com uma história “nonsense” aos olhos de muitos.
Uma dica que dou é: evitem pular o vídeo de introdução do game ou qualquer diálogo.
Quando a Bandai Namco anunciou na Nintendo Direct de Fevereiro de 2022 o retorno da franquia (mesmo que seja apenas relançamento dos dois primeiros games), meu coração ficou mais quentinho. Eu jamais poderia imaginar que a franquia retornaria.
Infelizmente os games atuais estão tomando novos rumos, mais próximos ao realismo, seja em sua apresentação ou jogabilidade e imaginar que um game de plataforma fofinho fosse retornar para o apreço dos fãs e novos jogadores, era algo distante em minha mente.
Em comemoração aos 25 anos da franquia Klonoa, a Bandai Namco apresentou esse pack com os dois primeiros games da franquia. Lógico que não são apenas os mesmos games de antigamente, pelo menos em alguns aspectos (o que explicarei na análise), mas vivenciar novamente as aventuras do gato orelhudo na Terra dos Sonhos é algo mágico e encantador. Assim acendendo mais uma nova esperança de que a empresa lance um novo game da franquia em breve ou, quem sabe, traga as versões dos games lançados para Game Boy Advance que eram também divertidas.
Mas quem é Klonoa?
Klonoa que também é conhecido como Klonoa dos ventos, é o personagem antropomórfico (cuja forma aparente a de um ser humano) criado pela Bandai Namco, ele é uma espécie de gato com orelhas longas, mas com características acima citada e tem seu próprio dialeto no mundo do game.
É visualmente frágil, mas se irrita facilmente. Tem um coração de ouro e busca a paz por onde passa. Esse é Klonoa. O game de Klonoa é um verdadeiro livro de contos infantis.
Histórias encantadas, mas com momentos tenebrosos
Klonoa não seria tão eficiente na caminhada sem seus amigos Huepow no primeiro game e Lolo no segundo game, eles se fundem com o anel que Klonoa utiliza nas aventuras para agarrar os inimigos e alcançar áreas. A história inicial gira em torno deste anel e o mundo dos sonhos.
Novamente, tente não pular o vídeo de introdução dos games ou qualquer diálogo, veja Klonoa encontrando o anel na floresta em Klonoa: Door to Phantomille e a partir daí siga atentamente ao desenrolar de toda a aventura. Também lembre-se bem do rosto deste ser abaixo no primeiro game, não vou falar nada sobre ele para não entrar em Spoiler, mas o sonho fofo se tornará um pesadelo perante ele e seu “bobo da corte”.
Enfim, a história de Klonoa: Door to Phantomile é fofa e bizarra, beirando ao “nonsense” para os mais novos críticos dos games, mas na época que o primeiro game foi lançado, era mágico e triste por assim dizer.
Enquanto que Klonoa: Door to Phantomile tem uma história que pode causar impacto em alguns momentos, o seu sucessor Klonoa 2: Lunatea’s Veil não teve o mesmo feeling, embora envolva a “tristeza” no game (quem jogou vai entender do que estou falando). Agora o herói embarca na nova aventura para salvar Lunatea e desvendar os segredos do mundo encantado onde passa essa segunda aventura.
Visuais “retrabalhados” para essa coletânea
Antes de mais nada você tem que saber que Klonoa: Door to Phantomile aqui presente, é o remaster da versão remake lançada para Nintendo Wii em 2008 e Klonoa: Lunatea’s Veil é o remake/remaster da versão no Playstation 2.
Klonoa: Door to Phantomille apresenta as mesmas modelagens do remake do Wii (lógico que agora em alta definição), e Klonoa: Lunatea’s Veil que antes tinha um estilo artístico puxado para o cel-shading (é uma técnica que faz com que a modelagem em 3D se assemelhe a um desenho animado) agora está totalmente remodelado em 3D, nas mesmas características de Klonoa: Door to Phantomile. Isso é ruim? Não, não é. Lá no passado era bem charmoso um game em cel-shading, mas atualmente vejo poucos games assim lançados no plano comercial.
É notável que a produtora deu uma atenção especial para polir algumas coisas nos dois games da coletânea, os pequenos detalhes no próprio personagem, nas plantas, flores e ambientes, são notáveis. Enfim, a Bandai Namco fez um trabalho legal não deixando apenas o game com aspecto “copia e cola” como muitas produtoras fazem em remasterizados.
No mais, Klonoa: Phantasy Reverie Series tem em sua bagagem um remaster do remake já lançado e “soft remake” para o segundo título, visto que não é apenas uma remasterização do título do Playstion 2, eles realmente mudaram as modelagens.
Tudo é apresentando belamente no console, sendo no modo Dock ou na melhor versão que é no portátil, isso se você não for muito exigente para gráficos e colocar na mente que esses games são antigos, sendo o mais atual o remake de Klonoa de 2008 da era Nintendo Wii.
Além disso, também poliram a apresentação do Hud como um todo. Estábem polido e visível, com uma fonte interessante, além dos antigos balões de conversas, agora o game apresenta um retângulos com as mensagens encaixadas no contexto, não é algo tão impactante, mas cumpre o papel na proposta desta coletânea.
São pequenas mudanças, que são notadas por quem é fã e conhece os games como um todo, mas também é elegante para os novatos na franquia.
Jogabilidade simples e objetiva
Klonoa é um game de plataforma em 2D, onde você deve chegar no final do estágio vivo, reconhecendo itens (colecionáveis) e diamantes, para isso você usa os inimigos como suporte para impulsos e assim acessar as áreas, também você jogará inimigos em outros, em interruptores para puzzles e etc. e seu amigo anel vai ajudar na caminhada pra que isso aconteça.
Ops, corrigindo: Ele não é um game de plataforma em 2D e sim 2.5D, mas que o que isso quer dizer? Klonoa tem ambientação modelada em 3D, assim como itens e os personagens, mas você anda com movimentos em side-scroller (rolagem lateral) e a câmera se move em eixos 3D alinhados na progressão.
A ideia é que você consiga recolher todos os diamantes e resgate todos os residentes aprisionados em bolhas ou ovos, é assim que se desenrola sua aventura nos dois games da franquia, nada muito difícil, exceto em algumas áreas que pode demandar do jogador um pouco mais de habilidade, além disso, é só prestar atenção no layout das fases e rapidamente você chegará no final de cada estágio (Vision) que sempre será acompanhada com um Boss no final das Visions daquele ponto.
Alguns chefões são interessantes e cada um tem sua personalidade e formas de ataques diferenciadas. Geralmente os confrontos contra esses Bosses, rolam no campo de 3D completo e não em side-scroller.
Klonoa é o tipo de game para se relaxar, se divertir sem estresse. É isso que me encantou no game desde a primeira vez que coloquei minhas mãos no game lá em 1996. Você tem aquele dia conturbado, agitado e no final da noite se senta pra jogar um game colorido, animado e objetivo, que te faça esquecer dos perrengues do dia a dia, pelo menos pra mim, é gratificante, e Klonoa consegue isso com maestria.
Os dois games na coletânea tem campanhas curtas, sendo que em 10 horas, no máximo, você consegue fechar os dois, esse tempo se estende se você for querer fazer os 100%, ou seja, pegar todos os residentes aprisionados e recolher todos os diamantes.
Coisas novas sim, mas poderia ser melhor…
O game funciona e roda muito bem no Switch, com gráficos e modelagens polidas, inclusive na HUD, nota-se o carinho que a empresa deu para essa coletânea em comemoração ao aniversário de 25 anos da franquia.
Ainda no campo de melhorias em comparação aos games anteriores, agora você pode escolher níveis de dificuldade, sendo o normal para os veteranos da franquia com menos corações de life e vidas que se acabam, e o modo modo fácil, no qual a vida é infinita, os danos sofridos são de apenas 1/3 do normal e sem contar que neste modo mais fácil, o personagem tem um pulo mais alto, facilitando assim o acesso aos colecionáveis.
Também foi adicionado o modo HARD após finalizar a primeira vez o game, neste modo você começa com apenas 1 vida e 1 coração, ou seja, encostou no inimigo já era (1 Hit to Kill), de longe a melhor das adições pra mim. Além disso, após finalizar a campanha pela primeira vez, também será liberado o modo teatro para você assistir todos os filmes e diálogos que se passou pelo game e para finalizar, um modo Time Attack, no qual você enfrenta os chefes do game para que você tente derrotar todos em menos tempo.
Independentemente do modo escolhido, o game não é tão difícil a ponto de você desistir, visto que ele é repleto de checkpoints. Mas essa nova adição de dificuldade é um agrado da produtora para atrair mais público para a franquia.
A produtora também adicionou um modo de filtro antigo, no qual o sistema faz uma simulação do gráfico típico dos games da era do Playstation 1, e isso é empregado nos dois games da coletânea, é um agrado estético interessante para você rejogar o game todo com esse filtro, visto que o fator replay para o game depois que você finaliza ou faz 100%, fica apenas em você rejogar tudo novamente no modo HARD.
Também foi adicionado uma função na qual você consegue ver seu “time play” na tela, e assim ver quanto tempo você está jogando o game. Sim, nada demais, mas é uma adição a mais nas novidades deste lançamento.
A Bandai Namco também adicionou alguns chapéus extras para o Klonoa, este ponto em especial vou comentar logo abaixo. Mas voltando nesta questão estética, o game comprado digitalmente te dará direito a um chapéu do inimigo Moo, neste caso, ele já está incluso assim que você compra o game. Não muda em nada na progressão, é apenas estético.
As músicas continuam iguais, sem novos arranjos, assim como todos os efeitos sonoros já existentes. A produtora também fez questão de colocar tutoriais pra tudo no game (essa opção pode ser desativada no menu) e adição mais significativa para quem quer fazer 100% em Klonoa: Door to Phantomille é a contagem dos cristais como opção de perfeição no recolhimento dos cristais durante as visions, sendo que agora mostra no mapa quantos você recolheu e quantos faltam para receber uma coroa ao lado da contagem, mostrando assim se você fez ou não 100% daquela vision.
Também tem a ajuda coop que sinceramente, é totalmente descartável. Aqui, um outro jogador assume o controle 2 e apenas ajuda Klonoa a dar um pulo mais alto, mas isso você já consegue jogando na dificuldade mais fácil, porém igualmente desnecessária esse tipo de ajuda para esse game.
Eu acharia interessante se a produtora colocasse visions extras (novas), nem precisava ser muitas, ou até mesmo, um sistema de missões assim como a SEGA fez em Sonic Origins, pois estenderia a vida útil do game, visto que esse é um lançamento em comemoração aos 25 anos de Klonoa, realmente eu esperava mais neste aspecto.
De resto, o trabalho foi feito com carinho pra alegrar os fãs da franquia e pra atrair novos jogadores.
Coisas novas sim, mas poderia ser melhor – Part II
Tá bom, eu entendo que a indústria de entretenimento está tomando alguns rumos e fazendo alguns faturamentos com remakes e remasters e adição de DLC’s que poderiam tranquilamente virem juntas com os games comprados.
Caso recente aconteceu com Sonic Origins e a Bandai Namco está adotando a mesma moda nesta coletânea de Klonoa. Os fãs, assim como eu, até compram o conteúdo extra, mas pelo menos aqui no Brasil, o preço aplicado para os itens que são puramente estéticos, além da Art Book com 30 páginas digitais, não estão em um preço equivalente para a realidade no país.
Estes itens, poderiam vir sim já embutidos na coletânea, mas não vêm. Ou seja, você paga pelo game o valor de R$249,90 + R$104,90 se você quiser o pacote adicional, isso totaliza R$354,80, você paga o valor de um game novo AAA se quiser pegar todo o conteúdo.
É um estratégia ousada das empresas, certo que, você só compra se quiser o conteúdo adicional, mas não é tão legal, visto que o conteúdo poderia estar facilmente embutido no produto final sem sombra de dúvidas
E o que você recebe com o pacote adicional?
Pacote de DLC incluindo o Livro de Arte Digital e Trilha Sonora de Klonoa: Phantasy Reverie Series, o Conjunto de Máscaras de Joka e Tat e o Conjunto de Trajes da Colaboração com a Bandai Namco.
O conjunto contém
- Livro de Arte Digital e Trilha Sonora
- DLC de traje: Conjunto de Máscaras de Joka e Tat
- DLC de traje: Chapéu de PAC-MAN
- DLC de traje: Máscara de DON-chan
- DLC de traje: Chapéu do Príncipe
- Livro de Arte Digital
- Coleção de 30 artes, incluindo artes conceituais do jogo original e artes novas deste título.
Sim, são itens para quem é fã realmente, mas não justifica o valor aplicado (pelo menos aqui no Brasil)
Dica: a mesma coletânea, pode ser adquirida na eShop da Colômbia ou Chile, pela metade do preço aplicado aqui no Brasil.
Especificações do game na e-shop
PREÇO ATUAL DO GAME : R$ 249,90
PREÇO ATUAL DO PACOTE COM CONTEÚDO EXTRA : R$ 104,90
Recomenda?
Klonoa: Phantasy Reverie Series é prato cheio de diversão para os fãs existentes e uma adição doce na biblioteca de jogos para os mais novos jogadores na franquia. A coletânea vem com os dois primeiros games, repaginados visualmente e com algumas adições em seu pacote básico. É um game para você relaxar jogando um ótimo game em plataforma 2.5D. Recomendo!
