Linn: Path of Orchards

Linn: Path of Orchards – O elemento surpresa dos puzzles

Linn: Path of Orchards, da publisher Carbon Fire Studio e desenvolvedora Fanoos Games, é mais um jogo de quebra-cabeças da crescente lista de games que fazem a transposição do mobile para o híbrido Nintendo Switch (e as vezes também para potências gráficas como Xbox e PlayStation). Linn: Path of Orchards não deixa a desejar na questão conceito, ele é um elemento surpresa entre os puzzles, pois consegue trazer esse elemento surpresa para sua jogabilidade e se fosse pensado primariamente como um jogo para consoles poderia ter alcançado status melhores.

Linn: Path of Orchards

Quebre sua cabeça, duas vezes

Puzzle é um dos gêneros de jogos que eu, pessoalmente, mais gosto. A sensação de resolver o quebra-cabeça, entender o caminho certo, o que fazer para conseguir solucionar o teste é bastante interessante e atrativa. Mas quebra-cabeças em geral seguem um ritmo e um padrão de evolução de dificuldade quase sempre iguais.

O sistema de solução é apresentado no primeiro enigma e a partir daí aparecem mais dificuldades, outros obstáculos, alguns enigmas a mais, caminhos mais difíceis, puzzles mais complicados. Linn: Path of Orchards tem sucesso por um caminho diferente a esse.

Em Linn: Path of Orchards a resolução é simples. Você deve levar seu personagem do ponto inicial ao portal final. E o problema também é simples. As plataformas entre você e o final se movem dentro de um eixo central (ou alguns eixos). E é aqui que acaba a semelhança com outros puzzles. O enigma, o quebra-cabeça em si não evolui muito ou apresenta diversas outras mecânicas entre as fases (Linn apresenta uma única mecânica diferente das dos primeiros enigmas até o fim).

O que diferencia de estágio para estágio, além das plataformas, é que você nunca sabe como elas vão se movimentar, para que lado, com qual velocidade. E com seus movimentos limitados você tem que pensar rápido para conseguir chegar ao fim. Você conta apenas com um pulo, um segundo pulo a partir desse, troca de lado direcional e um dash, uma corrida por alguns segundos. E é com esses movimentos e o elemento surpresa das plataformas e sua movimentação que você deve resolver os enigmas de todas as mais de 50 fases.

Linn: Path of Orchards

A beleza do pomar

Linn: Path of Orchards traz uma beleza minimalista singular que, apesar de por vezes trazer a personagem pequena demais, tem um efeito tranquilizante singular e, auxiliado pela trilha simples mas bem produzida, aumenta o modo replay do jogo. E ele é muito necessário. Dentre as 56 fases espalhadas por 4 “mundos” de 14 fases cada e ainda mais 5 fases “modo noturno” ou bônus desbloqueadas apenas após a conclusão de todas as missões de cada mundo, serão bem poucas as vezes que você conseguirá concluir todas as missões em apenas uma jogada da fase.

Você irá precisar pelo menos de uma primeira vez para entender a movimentação das plataformas e tentar pensar na melhor maneira de chegar ao fim, e as próximas vezes serão tentando resolver as missões que englobam pegar todos os shards brilhantes da fase, pegar o Elder Shard (que é o mais difícil da fase) e outra missão que pode ser tempo, quantidade de movimentos ou outros.

Ao fim do caminho

Linn: Path of Orchards traz algo diferente aos padrões do gênero, tem uma bela apresentação e um sistema de missões desafiador. Mas não vai além disso, e seu maior defeito vem do fato de não ter sido pensado em consoles. Oriundo dos smartphones ele foi bem adaptado ao touch do Switch e aos controles mas você ainda sente estar jogando um game mobile.

O jogo é simples e não agrega elementos de história, tem uma boa quantidade de fases, mas é limitada e não apresenta mecânicas que poderiam elevar a jogabilidade a um patamar digno de um jogo de console. Não há por exemplo um menu de configuração, ou como ver as missões antes de entrar na fase. Não há interatividade entre um estágio e outro ou uma melhor utilização de botões pelo jogo como um todo.

Linn: Path of Orchards traz um ar novo bastante interessante para o gênero de quebra-cabeças, mas não evolui além de apresentar essa mecânica nova, situa-se no limbo entre um ótimo jogo de celular e um jogo que poderia ser ótimo em um console, mas ainda não é. Mas por apenas US$4,99 é um jogo que apresenta o que vale.

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[Nota do Editor: Linn: Path of Orchards foi analisado a partir da sua versão para Nintendo Switch. A cópia do jogo foi gentilmente cedida pela Carbon Fire Studio para avaliação.]


[A coluna acima reflete a opinião do redator e não do portal Project N]

O corpo do Mario. A sociabilidade do Link. A fome do Kirby. E tão vencedor na vida quanto o Ash Ketchum.