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Mario vs. Donkey Kong – Uma revitalização muito bem vinda

Contos de rivalidade são comuns na cultura do entretenimento. Competições em esportes, animes, novelas, filmes e até mesmo nos jogos são combustíveis para a criação de diversos novos rivais e o desenvolvimento desse relacionamento que é algumas vezes amigável, e outras vezes menos amistosa, nos rende boas histórias e bons jogos como é o caso desse remake de Mario vs. Donkey Kong antes lançado para Game Boy Advance em 2004.

Mario vs. Donkey Kong - GBA - 2004
Mario vs. Donkey Kong – GameBoy Advance – 2004

Embora tenha sido em um clima “nada amistoso” que nasceu uma das primeiras rivalidades da história dos videogames com o jogo Donkey Kong em 1981 para arcades, onde um gorila sequestrava uma donzela e um intrépido homem baixinho pulador passava por diversos desafios e plataformas para resgatá-la, Mario (que na época mencionada era conhecido apenas por Jumpman) ainda tem sua rivalidade com Donkey Kong que se tornou cada vez mais competitiva e presente como foi evidenciado mais recentemente no filme Super Mario Bros. O Filme de 2023.

História

Mario vs. Donkey Kong age como um reboot de Donkey Kong revitalizando a rivalidade entre ambos protagonistas colocando Donkey Kong no papel de vilão com o jogo começando com DK assistindo TV e se encantando por um comercial de um brinquedo do Mario (tal qual qualquer um de nós também ficaria) e se frustrando fervorosamente pois as lojas já estão com os estoques esgotados.

DK então decide invadir a fábrica de brinquedos e pegar para si vários deles, saindo em retirada logo na sequencia. Os Toads em desespero fogem da fábrica e nosso encanador, que surpreendentemente está apenas passeando pela cidade naquele exato quarteirão, acaba esbarrando com DK em sua fuga da fábrica e passa a persegui-lo afim de recuperar os brinquedos roubados. E é aqui que iniciamos a nossa jornada!

Essa é a história de ambos os jogos, o original de 2004 e esse novo de 2024 no Nintendo Switch.

Gameplay

Nesse jogo devemos controlar Mario no encalço de DK por muitos puzzles, plataformas e através de oito mundos distintos. Cada um com seu toque de dificuldade e nuances específicas. No geral devemos avançar cada uma das oito fases de cada mundo sendo divididas em seis fases comuns, uma fase para reunir os brinquedos e a luta contra o DK.

Cada uma das primeiras seis fases é dividida em duas etapas, a primeira etapa devemos pegar uma chave para abrir a porta trancada. Na segunda fase devemos recuperar o brinquedo. Em cada etapa temos um tempo limite e diversos inimigos e dificuldades para superar.

A fase de reunir os brinquedos serve como um puzzle a mais onde devemos levar todos os mini Mario Toys até o baú recolhendo no caminho as letras T-O-Y e, se possível, sem perder nenhum dos brinquedos no percurso. assim que concluído é iniciada a luta contra o DK que usará plataformas e inimigos do mundo atual contra você. Diferentemente das fases comuns, aqui cada dano levado não termina em perder uma vida, mas sim perder um dos brinquedos reunidos no baú. Caso perca todos os brinquedos, ai sim perderá uma vida.

Mecânicas

Para avançar cada fase podemos nos mover, pular, pegar e arremessar coisas. Inclusive pegar e arremessar será a forma de se alcançar determinados locais, derrotar inimigos e alcançar a chave da fase e o mini Mario de brinquedo.

Conforme avançamos nas fases e mundos novas interações são apresentadas com botões, esteiras, caixas de transporte, cordas, latas e muitas outras coisas. Bem como os inimigos e características de cada fase que também aumentam sua dificuldade conforme seguimos. Não pense que pular em um inimigo resolverá o problema, alguns são arremessáveis, mas muitos outros não são e basta encostar em um deles para perder uma vida e precisar reiniciar a fase.

Falando em vidas, após 4 ou 5 fases concluídas de um mesmo mundo possivelmente aparecerá uma fase bônus para “garimpar” alguns 1UP Mushrooms. Nessas fases bônus teremos trinta segundos para perseguir uma chave voadora e levá-la ao baú e conseguir assim de três a cinco vidas. Na maioria das fases outros 1UP Mushrooms estão posicionados.

As boas e clássicas plataformas

Assim como no jogo origem, Donkey Kong, de 1981, ou no “reboot” dessa franquia em Mario vs. Donkey Kong de 2004, as plataformas aqui dão o ar da graça e se tornam a essência de todo o gameplay e level design.

Todas as fases trazem uma variedade de plataformas acionáveis por botões e dificuldades a serem superadas combinando estratégia e um pouco de habilidade para conseguir finalizar a tempo. E assim como nos clássicos, o tempo em tela as vezes parece não ser o suficiente e decisões rápidas são necessárias.

O que há de novo?

Na versão original de Mario vs. Donkey Kong de 2004 tínhamos seis mundos e algumas fases bônus de dificuldade elevada que eram liberadas após concluir o jogo uma vez. Nesse remake temos ao todo oito mundos, os mesmos seis da versão original mais dois mundos novos, e um novo modo de dificuldade avançada para se passar todas as fases.

Além disso é possível optar por jogar no modo clássico, onde as falhas te fazem perder vidas e o tempo é limitado, ou no novo modo casual onde não temos tempo limite para conclusão da fase e teremos 6 chances por fase para finalizar sem perder vidas (perdemos bolhas no lugar).

Uma outra grande novidade foi a adição de um modo multiplayer local onde o segundo jogador assume o papel de um dos Toads e pode ajudar a concluir determinados obstáculos sem precisar ir e voltar tantas vezes pela fase pressionando botões no tempo certo, por exemplo.

Design

Aqui tivemos um “glow up” tremendo com gráficos mais modernos e muito bem apresentado. Veja bem, falo em comparação ao jogo de 2004, pois muitos dos gráficos parecem que foram pegos da série New Super Mario Bros. U Deluxe ou mesmo do Super Mario Maker.

Isso não é um ponto inteiramente negativo, mas decepciona ao sabermos que o Nintendo Switch tem capacidade para muito mais. Do lado positivo então podemos mencionar as CGs que ficaram incríveis e fluídas e o level design que traz uma dificuldade bem pensada e mais de uma forma de resolução para os puzzles.

Semelhanças e Diferenças

Cada uma das fases dos seis mundos previamente existentes no jogo original permanece com o mesmo level design, porém com os gráficos melhorados. Nesse ponto sem novidades marcantes o que gera um gosto meio amargo, porém as coisas melhoram e muito nos dois mundos novos e nas inúmeras fases extras dos modos de maior dificuldade.

Que tal dificultar um pouco mais? Plus e Expert

No jogo original tínhamos seis mundos normais, seis mundos plus e mais doze novas fases de dificuldade elevada chamadas de Modo Expert que eram liberadas apenas após a conclusão da história. Agora porém temos um total de oito mundos iniciais que ao concluir a historia libera outros oito mundos com ambientação semelhante e paralela a cada um dos oito primeiro (Mario Toy Company / Mario Toy Factory +), porém com maior dificuldade, igual ao jogo original.

Esses mundos possui um plus junto ao nome e nele temos a principal diferença onde não teremos mais duas etapas para resolução e sim uma única onde o mini Mario Toy e a chave já estão juntos e devem ser coletados ao mesmo tempo.

Após passar por todos as fases do “modo plus” temos enfim o “modo expert”, agora contando com dezesseis fases de altíssima dificuldade para por em teste e garantir maior rejogabilidade. Caso ainda não ache que isso seja o suficiente, finalizando as fases Expert será liberado uma nova modalidade chamada Time Attack onde um tempo limite mais curto será aplicado para todas as fases do jogo.

Bom, se queria um desafio que justificasse o preço do jogo, esses vão te render boas horas de jogatina!

Trilha Sonora

Com músicas condizentes às fases e alegres até mesmo no mundo assombrado, toda a jogabilidade e sua tensão fluí de forma orgânica e suave. Com alguns pontos altos que ficam gravados na memória como a abertura da boss fight e os efeitos sonoros, a trilha embala e garante que o jogo não seja massante, mesmo que por vezes aparente ser repetitivo.

Detalhes Técnicos

Mario vs. Donkey Kong foi lançado para o Nintendo Switch em Fevereiro de 2024, quase exatos vinte anos após sua estreia no Game Boy Advance. É um jogo desafiador e que pode proporcionar muitas horas de diversão casual. Nada de mapas gigantescos, nada de estratégias mirabolantes e itens para “farmar”. A simplicidade é a chave.

Pesando pouco mais de 1,5gb e sem localização para PT-BR (quase não há textos também, mas não faria mal ter) Mario vs. Donkey Kong está custando R$ 250,00 na e-shop brasileira. Sua mídia física pode ser encontrada, no momento de escrita desse artigo, por valores próximos ao da mídia digital.

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Mario vs Donkey Kong - Remake
Veredito
É um jogo desafiador e que pode proporcionar ao todo muitas horas de diversão casual. Nada de mapas gigantescos, nada de estratégias mirabolantes e itens para "farmar". A simplicidade é a chave. Mas ser simples demais também fez com que se tornasse enjoativo ao jogar repetitivamente. É um jogo casual, não algo para se maratonar (a menos que seja muito fã da série e do gênero).
Design
70
Trilha Sonora
80
Diversão
75
Gameplay
80
Custo x Benefício
70
Prós
Intuitivo e de controles simples
Animações bem feitas
Grande quantidade de fases mais dificeis
Contras
Preço alto para um jogo tão casual
Torna-se visualmente repetitivo quando jogado por muito tempo
75
Nota Final

[Nota do Editor: Mario vs. Donkey Kong foi analisado a partir da sua versão para Nintendo Switch. A cópia do jogo foi gentilmente cedida pela Nintendo para avaliação.]


[A coluna acima reflete a opinião do redator e não do portal Project N]

Desenvolvedor, gamer, marido e pai de pet. Um fã de Zelda, Monster Hunter, RPGs e Metroidvanias, que ama dar risadas, desenhar, jogar e reclamar que não tem tempo para fazer isso mais vezes.