Desenvolvido pela Fluxcopic Ltd. e publicado pela tinyBuild, empresa responsável por jogos com Graveyard Keeper, Mayhem in Single Valley foi anunciado há mais de 3 anos, mas só agora esta super aventura que mistura um mundo 3D com vívidos e coloridos elementos em pixel art chegou nas principais plataformas do mercado, incluindo o Nintendo Switch. Mas será que o jogo é tão bom quanto ele se apresenta? Você vai descobrir tudo aqui!
História apocalíptica
A história começa com um intrigante momento interativo antes dos créditos iniciais. Você é um garoto que está voando atrás de um avião que está em chamas e onde várias versões de VOCÊ MESMO estão caindo, e você tenta salvar a todos. Mas é claro que tudo não passa de um sonho, certo?
De volta a realidade, o garoto acorda e se prepara para finalmente se despedir da família e ir embora de casa para sempre, rumo a faculdade. Aqui conhecemos um pouco seu contexto familiar, com a mãe cuidando da casa, irmão ainda bebê, um pai alcoólatra e um cachorro brincalhão. Após se despedir de todos, ele está pronto para ir embora, certo?
Ainda não! Um estranho acidente com um caminhão carregado de um líquido suspeito acontece bem em frente a sua casa, fazendo com que diversos animais e outras pessoas da sua cidade se transformem em versões raivosas e que o garoto se torne o principal suspeito disso tudo! Agora ele precisa achar uma forma de ajudar as pessoas, e deixar a sua família em segurança, para enfim poder ir embora daquele lugar!
Um mix interessantíssimo
Só de bater o olho em Mayhem in Single Valley pode ser algo encantador, o estilo gráfico tem todo um brilho próprio, ainda que possa remeter a alguns jogos mais antigos em alguns momentos, de forma bastante positiva. Mas tudo acaba se tornando mais interessante ainda ao jogar, uma vez que o design de som desse jogo também é maravilhoso, com uma vibe chiptune que na minha opinião acaba combinando bastante com o jogo! Alguns personagens apresentados podem ser bem divertidos, mas infelizmente não é o que acontece com a maioria, que falta um pouco de “alma”.
A jogabilidade tem suas falhas, mas no geral tem mais pontos positivos. Temos um menu com as missões em aberto, alguns quebra-cabeças para resolver ao longo do jogo e não existe barra de vida, então se você não estiver portando um item de proteção, a sua morte é instantânea. Inclusive, mortes acontecem com frequência e podem ser frustrantes às vezes, mas também podem ser divertidas também, o que acaba sendo um ponto bem desafiador em alguns momentos do jogo.
Temos recursos e espaços limitados na bolsa, um botão de esquiva e ao longo do caminho pegamos acessórios que podem nos ajudar na nossa jornada, além disso é possível encontrar versões de você mesmo espalhadas pelo mapa, resgatando elas você ganha pontos para melhorar seus equipamentos, como suas botas, mochila, estilingue e escudo.
Lembrando que o jogo sempre salva automaticamente em pontos muito próximos de onde você morreu, mas em algumas situações isso não ocorre, então minha dica é: Ao pegar certos itens importantes, salve de forma manual também!
Um problema puxa o outro…
Os pontos positivos do jogo foram exaltados, mas isso não quer dizer que ele esteja isento de problemas, certo? Começando com o ponto mais básico, que acaba puxando outro ponto lá na frente: A versão de Switch está longe de ter taxas de quadros estáveis. Tentando ao máximo chegar aos 30 frames por segundo, ao sair do seu quarto você já consegue notar uma inconsistência dos quadros, e embora nesse primeiro momento você consiga se acostumar, em momentos mais para a frente do jogo, especificamente em uma área com tornados que te jogam longe, a taxa de quadros cai bruscamente e isso afeta demais a experiência.
No lançamento, entrei em contato com os desenvolvedores através do Twitter, os mesmos disseram que estavam cientes desse problema na versão do Switch, e que iriam resolver. Até o momento que escrevi essa análise, nenhum patch de correção foi lançado.
O segundo ponto é com relação a jogabilidade, muitas vezes puxado justamente pelas inconsistências do próprio jogo. Como falei anteriormente, mortes são frequentes, mas muitas delas podem ser causadas justamente pelo jogador estar sofrendo com as quedas de quadros e não conseguir reagir de forma satisfatória em algumas situações, como por exemplo momentos que você precisa se proteger de algo, desviar dos inimigos ou pisar em plataformas pequenas que precisam de uma maior precisão.
Outra coisa relacionada à jogabilidade pode ser negativa também é o sistema de combate. Gostaria que isso tivesse sido melhor explorado, pois apesar de ser divertido o jogo acaba se tornando uma repetição de “distrair, esquivar e escapar”, quase como se o gênero stealth quisesse estar presente aqui, mas não conseguisse ser bem implementado.
Vale a pena?
Uma coisa que não coloquei nem como positiva e nem como negativa é com relação a duração da campanha. Mayhem in Single Valley é uma experiência curta, na minha opinião ela foi feita para ser assim, embora houvesse mais espaço para deixar essa experiência um pouco maior. Dito isso, em torno de 4 horas já é possível finalizar o jogo, mas vou deixar para você, leitor, decidir se isso é um ponto positivo ou negativo.
Se você está buscando uma experiência curta, diferenciada e tem uma grana sobrando, Mayhem in Single Valley pode ser uma boa opção. O jogo está disponível por R$ 74,99 na eShop brasileira, e vai de cada um julgar se esse preço vale a pena para o que o jogo entrega.
[Nota do Editor: Mayhem in Single Valley foi analisado a partir da sua versão para Nintendo Switch. A cópia do jogo foi gentilmente cedida pela Stride PR em nome da tinyBuild para avaliação.]
