É hora de conhecer um mundo cheio de aventuras! Controlando um herói loiro que empunha uma espada e um escudo você terá de enfrentar diversos monstros, resolver puzzles, coletar novos itens e atravessar dungeons para enfim derrotar o grande inimigo que ameaça a paz do mundo. Sim, parece uma descrição de algum jogo da franquia The Legend of Zelda, mas estamos falando de Oceanhorn 2: Knights of the Lost Realm que está desembarcando hoje nas telas de nosso Nintendo Switch depois de fazer muito sucesso no meio Mobile.
Não se engane com suas Origens
Antes de falar do jogo é si precisamos destacar algo que gera muita controvérsia: a origem do jogo. Oceanhorn 2 (assim como o título anterior) não foi um título originalmente desenvolvido para consoles ou PC, mas sim para smartphones. A grande maioria das pessoas quando pensam em jogos mobile pensa em algo mais simples ou casual, porém não é o caso aqui. Oceanhorn não deixa devendo em nada não só aos títulos indies de consoles, mas também disputa de frente com muitos títulos grandes da plataforma! É impressionante a qualidade gráfica apresentada além da fluidez que a jogabilidade apresenta.
Há muito tempo atrás…
Oceanhorn 2 carrega consigo a grande missão de superar o seu aclamado antecessor e para tal ele faz uma escolha, a meu ver, acertada trazendo não uma sequência, mas uma prequela da história original. Tudo se passa a mais de mil anos antes da história do primeiro título da franquia, onde em uma noite de tempestade, Mestre Mayfair recebe em seus braços uma criança que lhe é confiada aos seus cuidados por um demônio chamado Mesmeroth.
Ao passar dos anos a criança chamada de “Herói” (super original né?) se torna um adulto educado para o combate que carrega o sonho de ser parte da Guilda dos Cavalheiros. Para realizar seu sonho será preciso completar seu treinamento recuperando um antigo tesouro de Mestre Mayfair. Essa primeira quest serve como um tutorial para demonstrar as mecânicas do jogo de uma maneira simples e cativante, porém o grande diferencial do jogo só é apresentado quando você consegue retornar à cidade. Estamos falando dos “Companions”
Durante toda a aventura você contará com o auxílio de dois companheiros que vão ser utilizados não só para combate mas também para a resolução de diversos Puzzles, são eles o robô Gen e a jovem Trin, neta do regente de Gaia (mundo onde se passa a história), voltaremos a falar deles futuramente
É justamente ao conhecer seus aliados que a grande jornada de Oceanhorn 2 começa. Trin tem sua nave abatida por uma horda de Dark Troopers em busca de informações que ela possui. O herói acaba salvando a garota do combate (Mais clichê impossível) enquanto mestre Mayfair cuida dos demais moradores da cidade. O Herói, Trin, Mayfair e Gen acabam conseguindo escapar para White City, onde descobrem que Mesmeroth está planejando roubar o trono e governar o reino. Para evitar isso, Herói (ok, está meio estranho esse nome mas fazer o que) e seus companheiros começam sua jornada para encontrar os três emblemas sagrados e por fim aos planos de Mesmeroth
Afinal de contas, é só mais uma cópia de Zelda?
Talvez essa seja a grande pergunta: Oceanhorn 2 é somente uma cópia de Zelda? E já adianto logo a resposta: Não. Obviamente as suas inspirações nos jogos da franquia são notórias, principalmente em Wind Waker (toda a temática marítima) mas também podemos ver elementos de Breath of the Wild em seus cenários. Talvez essa inspiração possa ter sido um pouco exagerada em alguns momentos, uma vez que alguns controles geram até um pouco de conflito como o uso do famoso “lock” da aclamada franquia da Nintendo: estamos tão acostumados com a franquia que logo procuramos esse recurso que até está presente mas de forma um pouco mais discreta.
Porém quando conseguimos superar essa visão comparativa das franquias, percebemos que existem diversos elementos novos e que fazem o jogo ter a sua identidade. Aqui destacamos a dinâmica com os Companions citados anteriormente. A maioria dos jogos que utilizam de mecânicas como essa fazem com o que o jogador seja mais atrapalhado pelo companheiro do que ajudado. Porém em Oceanhorn 2 isso foi usado de maneira muito simples e intuitiva fazendo dos companheiros ajudantes reais. Basta você apontar para algum elemento do mapa como um botão, um inimigo ou mesmo um local que você queira que o seu companheiro vá e com um simples comando ele irá executar a ação. Obviamente em alguns momentos alguns pequenos bugs podem acontecer (Gen as vezes cismava de apertar o mesmo botão mais de uma vez e acabava me atrapalhando) mas nada que irá gerar grandes aborrecimentos como em outros títulos.
Outra mecânica interessante do jogo é a presença da Arma de feitiços. Ao longo da jornada você irá destravar diversos feitiços que podem ser usados tanto para ataque como defesa, mas também para interagir no cenário e abrir passagens. Esses feitiços são uma espécie de itens consumíveis que podem ser adquiridos facilmente ao derrotar inimigos, quebrar vasos ou cortar arbustos (Zelda mais uma vez fazendo escola).
O Fantástico mundo de Gaia
Sem dúvida o que mais chama a atenção em Oceanhorn 2 é a beleza do mundo de Gaia. Tudo parece muito vivo e bonito! Os membros da Cornfox and Brothers (desenvolvedora do jogo) tiveram todo o carinho possível com o mundo criado. Gaia é um local fantástico que traz uma atmosfera que mistura elementos de Magia e tecnologia em um ambiente harmonioso e belo. A vontade que se tem em alguns momentos é de parar com a história principal e explorar cada cantinho das cidades, cavernas, florestas e mares do jogo. Parece que em cada ponto q ainda não fomos existe algo novo a ser descoberto.
Isso é um prato cheio para aqueles que gostam de conhecer as diversas histórias existentes, fugindo da narrativa principal e se deliciando com cada um dos NPCs que compões o universo de Gaia. Eu mesmo por várias vezes me peguei olhando em volta das cidades ou na beira da água somente admirando o trabalho feito
Nem tudo são flores
Apesar da Beleza de Gaia e das mecânicas interessantes do jogo Oceanhorn 2 sofre bastante com problemas de física. Não vão ser poucas as vezes em que você irá tentar interagir com alguns itens e não vai conseguir ou mesmo arremessar bombas, vasos ou barris (entre outros) e eles vão simplesmente ficar flutuando ou agarrados em paredes. No começo alguns momentos podem parecer até engraçados, mas tem horas que acabam se tornando situações incomodas e que podem gerar um sentimento de “falta de polidez no jogo”
Talvez esse seja o legado da migração do meio Mobile para um console, uma cobrança maior nesses pequenos detalhes que fazem a diferença. Contudo é nítido que são problemas pequenos e que podem ser solucionados com pequenas atualizações por parte da desenvolvedora.
Vale a pena?
Oceanhorn 2: Knights of the Lost Realm é, sem dúvida, um marco nos jogos mobile e não deixa nada devendo a grandes títulos dos consoles. São carisma consegue superar a sombra dos jogos que lhe inspiraram fazendo dele como que uma grande carta de amor aos clássicos RPGs de Ação. Sua jogabilidade fluida as vezes pode ser um pouco ofuscada pela presença de pequenos bugs, mas nada que impeça a sua aventura de ser algo realmente épico. Sem dúvida um título muito promissor levando em consideração o seu custo ($ 30,00), seu tempo médio de duração (cerca de 20h segundo os desenvolvedores) e o fato de que o jogo conta com legendas em português.
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[Nota do Editor: Oceanhorn 2: Knights of the Lost Realm foi analisado a partir da sua versão para Nintendo Switch. A cópia do jogo foi gentilmente cedida pela Plan of Attack para avaliação.]
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