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Pandemia, games e depressão

Eu realmente não sei por onde começar. Já apaguei e reescrevi essa introdução umas 10 vezes e em nenhuma delas (inclusive essa) não sinto que essas sejam as palavras certas para delinear os três assuntos do título. Nem sempre é simples como apertar Start. Porém, as coisas vão se encaixando num Puzzle de ideias e memórias temperadas com sentimento, lógica e uma vontade de entregar sempre meu melhor texto, mesmo que só o Paulo Victor ( revisor e um dos fundadores deste belo site) e a minha amada esposa Regina sejam as únicas pessoas a lerem minhas palavras. Mas nem sempre as coisas são tão diretas como escrever, principalmente em 2020, quando centenas de milhares de pessoas morreram e ainda morrem por causa de um inimigo que ainda não sabemos como derrotar.

Pandemia, games e depressão
Ah se o Corona fosse fácil assim …

O confinamento foi doloroso por nos afastar dos que amamos, das atividades favoritas (quase 1 ano sem sentar numa sala de cinema) e sem sabermos como as coisas iriam terminar para podermos recomeçar o que nunca mais seria o velho normal (que de normal não tinha nada). Obrigados a confrontar nossos medos e conviver 24 horas com as pessoas que vivem conosco, cada um de nós teve que buscar alternativas para não aumentar a pressão psicológica despejada nas nossas cabeças pela mídia e por toda a nossa curiosidade em ir atrás de informações.

Pandemia, games e depressão
Tá fácil, não …
fonte: https://danbooru.donmai.us/posts/994813

Então o outrora vilão alienador de crianças e jovens, aquele que estragava televisores e “viciava” jovens dedicados a jogar sempre melhor, ele ninguém menos que ele, o “VIDEO GAME” surgiu como uma solução simples e divertida para quebrar a rotina unindo no mundo virtual pessoas já saturadas pelo convívio real. As vendas do Switch bateram recordes jamais sonhados pelos “nintendistas” ou pela própria indústria de games. Um aumento de 400% (sim, isso mesmo) nas vendas da Nintendo esse ano para alegria de acionistas e novos gamers muito bem vindos ao “vício” da jogatina virtual e muito bem salvos da depressão decorrente do isolamento.

Pandemia, games e depressão
Um herói inesperado…

Esse mesmo que vos escreve beirou o poço da depressão por inúmeras vezes pois, como professor fui obrigado a me afastar de alunos, colegas e familiares numa tacada só. A depressão é traiçoeira como o primeiro Goomba de todo jogo do Mario, você acha que vai passar de boa e do nada acaba sendo encolhido e vendo sua barrinha de energia sugada sem a menor explicação. Uma sensação de impotência e tristeza surgem sem avisar, assim como as palavras “game over” de um jogo qualquer. É como andar com o Link com meio coração, o Megaman com uma barra de energia ou como você mesmo sem forças para lutar e ver coisas positivas ao redor (só quem viveu, sabe).

Pandemia, games e depressão
Lembra dele?

Fico feliz em saber que como eu, milhões de pessoas buscaram no Switch uma forma de aliviar o stress e viver inúmeras aventuras sozinho ou disputas em grupo. Que milhões de pessoas encontraram força para viver um dia melhor apenas apertando seus joycons (controle do Switch) rindo com seus familiares e amigos a cada partida ganha ou perdida. Que cada game jogado representa hoje uma pessoa que atravessou de forma mais feliz um dos momentos mais terríveis (senão o mais terrível) que a nossa geração viveu e ainda está vivendo.

Pandemia, games e depressão
Juntos, sempre.

Para aqueles que ainda sofrem desse mal que é a depressão eu desejo melhoras, a vida não é como um jogo (as vezes parece muito) e você não precisa ser o herói solitário nessa jornada, com o peso da espada e do escudo nas suas costas, olhando para o castelo imaginando se vale a pena todo o sacrifício para salvar a princesa e o reino. A vida é um multiplayer forçado que nos apresenta pessoas (e alguns NPCs) maravilhosas capazes de compartilhar todo o peso do dia a dia e assistir aos créditos finais de cada aventura vencida no seu sofá. Olhe para o lado ou pros contatos do seu celular, chame alguém pra ser seu Player 2 e vença esse vilão, que parece imbatível mas com toda certeza, não é. Eu zerei esse jogo e você vai zerar também.

Pandemia, games e depressão
A jornada é mais legal com amigos ao nosso lado.

Um Mega Abraço.

Até um domingo qualquer…


[A coluna acima reflete a opinião do redator e não do portal Project N]

Nerd, nostálgico, pai e professor. Reclamador profissional com PHD em Harvard. Conheço o Mario, e daí? Assopra a fita e bora jogar! Canal Juninhos Fun Club no Youtube!!!