Paradise Killer

Paradise Killer: exploração e mistério tiveram um filho excêntrico

Paradise Killer apresenta um mundo aberto de possibilidades para a investigação de um mistério. Mas se perde em seu tamanho, estilo e história.

Antes de tudo, Paradise Killer não é um jogo para qualquer um. Por um lado é um jogo de mistério com bastante foco na narrativa de uma história bastante excêntrica, complicada e apenas disponível em inglês. Por outro lado traz um modo exploração em mundo aberto em uma ilha insana recheada de elementos que parecem saído de um sonho louco de um predador sexual dos anos 70.

Paradise Killer, da publisher Fellow Traveller e desenvolvedora Kaizen Game Works, traz um suspiro ao gênero de mistério apresentando um mundo aberto e caminhos variados, mas se perde na vibe que apresenta e na história complicada.

Paradise Killer: exploração e mistério tiveram um filho excêntrico

Bem vindo ao Paraíso

Paradise é uma ilha fora da realidade, que se regenera a cada poucos milênios. É uma experiência de deuses alienígenas para acharem o mundo perfeito em que o poder psíquico que seus adoradores liberam no universo alimenta e, eventualmente, ressuscita suas divindades caídas. Mas esta força também atrai o interesse indesejado de demônios, que logo corrompem cada ilha, fazendo assim com que uma nova seja criada pelo Conselho.

A ilha Perfect 24 estava quase a beira da perfeição e a próxima com certeza seria A ilha perfeita. Mas as vésperas do renascimento de Perfect 25, o Conselho é assassinado e Paradise é morta. E com isso é necessário que voce, Lady Love Dies, seja convocada de volta de seu exílio para investigar o mistério e encontrar o culpado.

Com seu computador pessoal e assistente eletrônico Starlight você sai explorando essa ilha, coletando evidências, registrando testemunhos dos poucos residentes ainda presentes na ilha (e até de fantasmas da última realidade da ilha) e no fim você deve interpretar os fatos, decifrar o que é verdade, escolher quem acusar e construir um caso para apoiar a condenação. Todos no Paradise têm um segredo a esconder e algo a ganhar.

Miami Vibe

A ambientação de Paradise Killer pode muito bem ser descrita como um sonho alucinógeno de algum fã de Miami Vice. As cores neon tropicais vibrantes dos anos 70 se misturam a divindades excêntricas, relíquias bizarras e uma história recheada de surrealismo. Mas seu maior ponto forte também por vezes se torna seu ponto fraco.

A possibilidade de explorar a ilha a vontade abre um leque de possibilidade e caminhos que deixam a experiência única para o jogador, mas também traz um cansaço ao você andar muito tempo sem encontrar nada para avançar a história. Por muitas vezes me encontrei perdido ou andando em círculos por não saber que caminho tomar ou se estava avançando nos meandros da história. E quando você encontra alguma pista ou personagem, a exposição da narrativa vem toda a tona de uma vez. São linhas e linhas de diálogo que, sendo em inglês, pode ser complicado para a gente entender todas as minúcias dessa fábula surreal.

Pelo menos a ótima trilha sonora não deixa tanto o sentimento de cansaço e de estar sem rumo nesse mundo aberto aflorarem tanto. É sempre revigorante achar uma nova trilha escondida nos caminhos da ilha, trocar sua música e curtir aquela vibe incrível de mistério de assassinato em um filme B dos anos 70.

Paradise Killer

Jogo matador

Paradise Killer inova no gênero com um mundo aberto, a possibilidade de você criar o seu caminho e sentir que sua história é única para você. Angariar provas, andar por essa ilha bizarra torna-se divertido com a vibe e a trilha sonora apresentada.

Paradise Killer traz bastante conteúdo e narrativa para seus US$19,99 de valor, mas peca ao trazer uma história muito complexa por vezes, somente em inglês e um mundo superexposto que pode se tornar cansativo. Se você curte o gênero de mistério e curte a vibe anos 70, esse é definitivamente seu jogo.

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[Nota do Editor: Paradise Killer foi analisado a partir da sua versão para Nintendo Switch. A cópia do jogo foi gentilmente cedida pela Evolve PR para avaliação.]


[A coluna acima reflete a opinião do redator e não do portal Project N]

O corpo do Mario. A sociabilidade do Link. A fome do Kirby. E tão vencedor na vida quanto o Ash Ketchum.