Pokémon: Agora é a melhor hora pra entrar no Competitivo!

Pokémon: Agora é a melhor hora pra entrar no Competitivo!

Percebe-se que a The Pokémon Company se encantou de vez com o mundo dos jogos competitivos e tem demonstrado constantemente a intenção de fomentar esse cenário nas últimas gerações, a própria apresentação, inclusive, começou falando sobre o Mundial que acontecerá em Anaheim, Califórnia. Pokémon Champions é a prova mais concreta desse interesse e tem lançamento previsto para 2026.

Por que esse anúncio é tão relevante?

Pokémon: Agora é a melhor hora pra entrar no Competitivo!

Uma resposta simples e direta: o competitivo enfim tem uma casa.

Nas primeiras gerações, o formato competitivo parecia mais um clube da luta clandestino, daqueles escondidos em becos escuros que vemos em filmes, enquanto nos jogos principais o que importava mesmo eram a história e a amizade entre humanos e Pokémon. Agora, com o devido holofote e investimento, todo o progresso constante que vimos em relação ao PvP finalmente está se pagando.

Ao longo das gerações recentes, foram introduzidas novas mecânicas de combate, monstrinhos com habilidades e golpes interessantes, além de uma facilitação incrível no treinamento deles (acredite: antigamente era insanamente difícil ter um Pokémon que beirasse o perfeito em mãos. Muitos jogadores chegavam a comprar um hackeados em sites).

Além disso, o fato de existir um jogo focado em PvP oferece liberdade tanto para a franquia principal, que não precisará mais carregar sozinha a responsabilidade de agradar casuais e competidores ao mesmo tempo, quanto para o próprio Champions.
Afinal, como já vimos nos trailers, muitas mecânicas de jogos anteriores irão retornar para serem reutilizadas em combate, como o Dynamax e os Z-Moves, por exemplo.

Antes que soe como uma bagunça, vale lembrar: o competitivo de Pokémon é sempre definido por Regulations (como se fossem temporadas), com um documento indicando quais Pokémon e mecânicas podem ser usados durante aquele período. Por exemplo, quando os lendários são liberados, geralmente existe um limite de 1 ou 2 por equipe.

Como é o competitivo de Pokémon?

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Resumidamente, são batalhas por turno em dupla. O jogador monta um time com 6 Pokémon seguindo a Regulation vigente e, no início da batalha, escolhe 4 deles para lutar a depender da estratégia desejada e do time do adversário. É possível até comparar com card games, onde a construção do deck é tão importante quanto o desempenho em jogo.

Ouvi dizer que não posso montar um time bom usando os meus favoritos. Isso é verdade?

Bem… sim e não. Claro que a resposta depende do gosto de quem pergunta, mas o ponto não é esse.

Antes de tudo, ao criar um time, é preciso ter uma estratégia em mente: O que eu quero fazer com esse time? Quero que ele seja balanceado e sem pontos fracos evidentes? Quero uma parede intransponível enquanto derroto o oponente aos poucos? Quero dar espaço para aplicar buffs nos meus Pokémon? Quero dominar cada aspecto do campo e partir para a ofensiva sem deixar o adversário respirar? Quero prender meu oponente em campo para que ele escute a minha canção letal até o fim?

São muitas as possibilidades e estilos. Mas, para obter um bom resultado, o time precisa ser funcional, redondinho, onde cada Pokémon tem uma função clara e bem definida.

A vasta maioria dos Pokémon pode sim se sair bem no competitivo, ao contrário do que muitos pensam, desde que encaixados na estratégia certa e dentro da Regulation devida (Um bom exemplo disso é o icônico Pachirisu de Se Jun Park, que já foi campeão mundial). Aliás, muitos times vencedores nascem ao redor de um Pokémon específico.

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A viabilidade de cada Pokémon depende de vários fatores. É natural que, à medida que os pesos pesados são liberados, alguns Pokémon mais simples se tornem nichados, abrindo espaço para aqueles capazes de bater de frente com os poderosos ou, pelo menos, auxiliar com movimentos de suporte.

Ou seja, diferente dos jogos da franquia principal, no competitivo a ofensiva sem fundamento não é o caminho. Muitos confundem a inviabilidade de montar um time feito apenas com starters e Pokémon ofensivos como sendo um defeito do competitivo, quando na verdade é uma limitação estratégica.

A comparação mais direta seria com os famosos “times dos sonhos” no futebol, onde torcedores montam aquele que, para eles, seria o melhor time de futebol possível e acabam por escalar apenas jogadores ofensivos, visto que são os mais chamativos, mas esquecem que, sem o devido suporte por parte de seus companheiros, esses craques não renderiam o mesmo.
Muitos deles, inclusive, desempenhariam funções parecidas e acabariam se atrapalhando em campo. Resultando em um time nada funcional.

Beleza, quero montar um time! E agora?

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Como já dito, o primeiro passo é pensar na estratégia e na maneira de como você quer jogar. Você pode começar escolhendo um Pokémon que quer muito usar ou então um estilo de jogo com o qual está acostumado. Quer jogar na defesa? Quer atacar com tudo? Quer controlar cada aspecto da partida?

A escolha dos Pokémon é tão divertida quanto complexa. Cada um pode desempenhar múltiplos papéis dependendo de seus stats, habilidades e, principalmente, da sua movepool. Um bom time precisa que varias funções diferentes sejam cumpridas: Quem vai ser minha fonte principal de dano? Quem vai segurar os golpes e garantir tempo para manobras? Quem vai auxiliar os outros com suporte? E como seria esse suporte? E quais tipagens eu preciso para não acabar encurralado por ameaças específicas? Explorar a criatividade para montar a maior ameaça possível enquanto cobre suas fraquezas com lógica é o coração do teambuilding.

Também é essencial entender as mecânicas liberadas. Por exemplo, com Dynamax, ter um Pokémon rápido e poderoso é ideal para tirar o máximo proveito do aumento de poder e resistência que essa mecânica oferece.

Quando definidos os Pokémon e seus movimentos, chega o momento do treinamento para fazer com que eles cumpram as devidas funções desejadas. E é aí que entram os IVs, EVs e itens.

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IVs são os “genes” de cada Pokémon, e hoje em dia é fácil deixá-los no máximo. Em alguns casos, você pode querer IVs mínimos (como para se beneficiar do Trick Room, um golpe que inverte a ordem dos turnos e favorece Pokémon mais lentos).

EVs são a parte mais complexa. Você manualmente manipula uma boa quantidade dos stats que aquele Pokémon específico terá. A combinação certa exige testes, ajustes e experiência. Mas é justamente isso que permite transformar um Pokémon em algo único e inesperado.

Aparentemente, em Pokémon Champions, os IVs serão sempre no máximo e os EVs darão lugar aos SPs (Stat Points), distribuídos por meio de uma barra facilmente manipulável, o que simplifica ainda mais a parte do treinamento e torna o competitivo ainda mais acessível.

E, por fim, os itens sendo a cereja do bolo para complementar cada escolha. Quer que seu Pokémon dure muitos turnos? Leftovers para ele se curar um pouco a cada rodada. Quer uma ofensiva explosiva? Life Orb te ajudará com uma amplificação de dano em troca de uma % de HP a cada turno. A escolha do item certo muda completamente o desempenho em campo.

Mesmo com tudo isso definido, “pilotar” um time leva tempo. É preciso se acostumar com seu ritmo, fazer ajustes ou até mudar estratégias. Paciência é essencial.

Afinal, Pokémon Champions será esse divisor de águas no cenário?

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Ao que tudo indica, sim. Agora consolidado como um jogo competitivo com o seu próprio espaço, Champions carrega um potencial enorme. O cenário está crescendo, a comunidade está engajada, o sistema ranqueado será implementado e os métodos de treinamento estão mais acessíveis do que nunca (mesmo que, aparentemente, envolvam gastos de recursos).

É, se você algum dia pensou em competir… esse talvez seja o melhor momento da história da franquia para entrar de cabeça e tentar se tornar o verdadeiro mestre Pokémon.


[A coluna acima reflete a opinião do redator e não do portal Project N]

Apaixonado pela Nintendo, decidi colocar em palavras algumas das minhas aventuras em mundos com espadas, dados, magia, cartas, e de tudo um pouco. Já venci alguns torneios de Mario Kart por aí e acabei sendo o campeão brasileiro de Mario Strikers uma vez.