E Pokémon conseguiu trazer o melhor sentimento da nostalgia em 2022, aquela vontade de verdade de jogar o jogo do monstrinhos que todos sentiram quando crianças. Essa é a maior franquia do entretenimento mundial, bate recordes atrás de recordes, mesmo quando faz algo mal recebido por público e crítica. E essa não é uma dessas vezes. O sucesso veio junto com a aclamação. E isso em mais de 20 anos de história.
Em 1999, Pokémon foi um sucesso estrondoso, toda criança queria jogar Pokémon, assistia ao anime e se jogava e assistia era só sobre o que eles queriam conversar. Pokémon Legends: Arceus, lançado em 28 de janeiro pela desenvolvedores original dos monstrinhos Game Freak, conseguiu, mesmo que não tao poderosamente, trazer um pouco desse sentimento.
É a evolução de Pokémon que a franquia tanto necessitava.
Uma Nova Jornada
Pokémon teve centenas de jogos durante a história da franquia, mas a linha principal segue os moldes e atualizava a passos lentos os primeiros jogos de RPG de turno e captura de monstros Pokémon Red & Green, de 1996. Desde lá, nesta linha, tivemos mais de 14 entradas entre novos e remakes, sem contar as versões extendidas e variações, contabilizando 8 gerações de monstrinhos. E já há algum tempo, que se tornou ainda mais evidente após Pokémon Sun & Moon, de 2016 para o Nintendo 3DS, a franquia entrou em um plateou, uma estagnação em que, mesmo vendendo rios de dinheiro, os jogos não tem sido bem recebidos pelos fãs e críticas que clamavam por novidades na franquia que vinha a muito fazendo o mesmo feijão com arroz (sem tempero) de anos.
Claro que deve ser difícil e talvez dê um pouco de medo (principalmente para os executivos detentores do dinheiro) mexer em uma fórmula que dá muito sucesso em vendas sempre. Mas ao mesmo tempo, dá medo continuar na mesmisse so aguardando a decaída do sucesso. E por isso a Game Freak deu um salto no escuro e jogou uma tentativa nova com Pokémon Legends: Sucesso. Lançado após um remake de uma das gerações mais adoradas pelos fãs, em uma época diferente e nesta mesma região também em uma época diferente dentro da história, com elementos novos, mudança na linearidade da série e também das mecânicas de batalhas e captura. E deu certo!
Almighty Sinnoh
Pokémon Legends: Arceus acontecem em Sinnoh, de Pokémon Diamond & Pearl, mas em uma época muito distante, em que nem mesmo a região se chamava assim e era conhecida como Hisui. Com um pano de fundo bem “Japão Feudal”, nesta época os humanos e os Pokémon não são tão companheiros e amigáveis uns com os outros como nos dias atuais e você, junto com o Galaxy Expedition Team é incubido de desenvolver pesquisas com os misteriosos monstrinhos. Aqui não há ginásios e sua função é detalhar a primeira PokéDex da história, estudar as formas de vida ao mesmo tempo que conhece as pessoas da região e ajuda a desvendar o grande mistério que está mudando a paisagem da região atual com Pokémon agindo estranha e violentamente e fendas temporais acontecendo a todo momento.
Além de não ter ginásios, sua jornada não se prende em caminhos retos entre cidades para derrotar, um a um em ordem os líderes da região. Aqui temos vastas áreas de mundo aberto para explorar, por terra, ar e água, vendo, capturando e lutando com os monstrinhos de cada área. Parece que a Wild Área de Pokémon Sword & Shield e suas DLCs foram a base criativa para essa nova direção de estrutura e, diga-se de passagem, foi uma das melhores novas ideias apresentadas por essa evolução da franquia. Liberdade de exploração era o que o mundo Pokémon precisava.
Assim como a infame comparação que todos viram o olho ao ler, Pokémon Legends: Arceus traz consigo uma das melhores mecânicas de jogabilidade que The Legend of Zelda também apresenta: aquela sensação de sair do caminho principal da história para explorar e ainda assim se divertir horrores e ter muito o que fazer e descobrir. Recheado de missões secundárias interessantes e uma história rica, apesar da falta de diálogos falados e tradução que podem arrastar certas passagens, Pokemon Legends: Arceus traz um ótimo novo ar a franquia que esperamos, seja seguida para os próximos títulos da série.
Correndo, Pulando e Tropeçando
O RPG de turnos passivo e linear dá lugar a um misto de RPG de turnos e ação com furtividade e elementos FPS que dá uma cara totalmente nova a Pokémon. Você não mais se decepciona ao encontrar um mesmo Caterpie aleatório no matinho em direção ao próximo ginásio, aqui você escolhe se tenta capturar o Pokémon habilidosamente jogando uma Pokémon nele ou engajando em uma luta ou apenas passa batido por ele (ou fugindo se ele decidir te atacar). O personagem passivo que não consegue pular montinhos de terra da lugar a um protagonista que corre, pula, se afoga e pode sofrer ataques dos Pokémon em si mesmo, podendo até se envenenado e cair no sono dependendo dos ataques dos oponentes. E tudo isso some para trazer uma das melhores experiências da franquia em muito tempo. De verdade. Fazia muito, muito tempo que não se via uma comoção tamanha da comunidade, feliz e ansiosa por jogar um game de Pokémon.
Mas o jogo apresenta algumas falhas sim, principalmente no quesito que os fãs reclamam desde que a franquia fez o pulo para os consoles de mesa (ou para o console híbrido), os gráficos. Sim, nesse quesito a desenvolvedora precisa ainda trabalhar bastante. O estilo artístico do game está mal trabalhado, com texturas falhas e detalhes de renderização aparentemente ruins que ficam muito evidentes em locais de água e cavernas. A falta de um dublagem também se faz evidente no arrastar do jogo em momentos de diálogo e agora que a desenvolvedora acertou o caminho e a mecânica do futuro da franquia (esperamos) esse seria o proximo passo para subir a franquia de patamar, consertar os tropeços gráficos.
Apesar de remover também alguns elementos já conhecidos dos jogos e, principalmente, do competitivo de Pokémon, as mudanças boas foram tantas e fez tão bem para a série que essas remoções não foram tão sentidas e reclamadas pelos fãs, como a mudança do sistema de turnos, a remoção dos itens equipáveis, a não-presença de todos os Pokémon existentes. O que mostra que o caminho sim, é esse, nem que seja para um spin-off principal e ideias que devem ser aplicadas também a série normal se ela assim vir a acontecer dividida.
Temos que Pegar, Pokémon
Novas mecânicas, um novo (conhecido) mundo aberto, uma jogabilidade modernizada em uma (boa) história feudal, que tropeça apenas na apresentação. Esse é Pokémon Legends: Arceus, o jogo que tem reacendido a nostalgia no coração de muito fã e promete um futuro promissor para a franquia dos monstrinhos. É o jogo que me fez sentir como aquele menino de 1999 que só conseguia pensar em Pokémon. E esse sentimento é bom demais para não sentir mais. E uma dica, Game Freak, após uma nona geração com essas mecânicas em mundo aberto, Johto tem uma história passada incrível, hein!
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