Já tem um tempinho desde a última vez que passei por aqui para deixar uma análise, não é mesmo? O tempo estava corrido, mas dei meus pulos para trazer ela até vocês. O jogo em questão me deu trabalho e bota trabalho nisso para analisar e por isso acabei atrasando, mas antes que eu comece a dar algum spoiler, confira os motivos ao ler a review abaixo, ok?! Ah, e antes que eu me esqueça, quero agradecer a Stride PR , que em nome da Binary Haze Interactive, nos cedeu a chave do jogo para tornar possível essa análise.
Sobre o Jogo
Redemption Reapers é um RPG de estratégia desenvolvido pela Adglobe e publicado pela Binary Haze Interactive no dia 22 de fevereiro de 2023. A começar pelo visual, ele não é primoroso, mas se sai muito bem na versão de Switch. Os personagens são bem feitos e os cenários bem construídos, mas meio genéricos em alguns aspectos, já as cutscenes são bem animadas e, embora tenha chegado a ver alguns defeitinhos, não foram nada preocupantes ao ponto de me incomodar durante a jogatina.
A trilha sonora é boa e causa certa empolgação durante as batalhas contra as diversas hordas de inimigos. A história é um pouco genérica, onde temos um grupo de heróis (Ashen Hawk) combatendo os Morts, seres brutais e implacáveis que surgiram subitamente pela terra e descem sobre as civilizações, deixando destruição em seus ataques noturnos. Já os personagens, temos o quinteto principal: Sarah (Ladina), Glenn (Guerreiro/Cavaleiro), Lugh (Lanceiro), Karrem (Arqueira) e Urs (Bárbaro). Mas eventualmente, em algumas missões, você terá Socius (Arqueiro) e Rowen (Guerreiro/Cavaleiro) como integrantes do grupo, porém, eles são controlados pela máquina e tem a inteligência de um broto de feijão, o que é bem diferente dos inimigos, que até combam ataques para te derrubar.
Gameplay
Agora, aqui as coisas começam a ficar preocupantes, pois se você não é um profundo apreciador de RPG’s táticos, vai acabar dropando fácil fácil este game, isso porque ele é extremamente punitivo, e já desde o começo. Redemption Reapers conta com um sistema de níveis e talentos, sejam passivos ou não, assim como em todo RPG, mas os personagens só adquirem a experiência para avançar de nível caso façam alguma coisa durante o combate, ou seja, se você ataca mais com um personagem, ele ganhará mais experiência que os demais e se deixar de atacar com um deles durante o combate, ele não ganhará sequer um mísero ponto de experiência. No entanto, assim que você conclui uma missão, ganha um pequeno bônus de experiência, que é bem pouco mesmo, então tire o sorriso da cara que pode ser alocado em um ou vários personagens diferentes na aba de treinamento entre as batalhas, então, use esses pontos sabiamente.
Mas se você acha que já acabou, se prepare, porque tem mais. Os personagens têm poucos pontos de vida, e possuem uma quantidade de poções para se curar bem limitada, uma para cada e, o que deveria ser a solução para esse problema, na verdade só piora, pois, para poder encher novamente o frasco de uma poção que já foi gasta é necessário que o personagem em questão se desloque até determinados pontos no mapa para recuperá-los. Mas agora você deve estar se perguntando qual seria o problema, e eu te explico: O jogo é tático, os personagens tem movimentos limitados e se movem em turnos, ou seja, imagine a situação em que você inicia um combate já com um desses pontos de cura próximos do seu grupo. No início da batalha você não precisa de cura a menos que faça alguma burrada, então irá passa pelos inimigos até o outro lado do mapa, e lá você começa a precisar recuperar sua vida e as poções gastas. Tendo isso em mente, é muito problemático ter que deslocar um dos seus personagens até lá só para se curar e depois reagrupar passando pelo mesmo caminho tudo de novo, perdendo vários turnos no processo. A única coisa realmente boa nesses pontos de cura, chamados de veios, é que além de encher o frasco de cura, ele também preenche completamente a vida do personagem.
Reforços
Outra coisa que normalmente acontece e me deixou bastante revoltado é a quantidade absurda de inimigos por cenário e a quantidade de reforços que chegam ao mapa para ajudá-los. É muito frustrante quando você está quase vencendo um grupo de inimigos depois de ter montado uma estratégia para chegar ao objetivo da missão com o mínimo de baixas possível, e do nada aparecem reforços para o lado deles. E digo mais! Não é somente uma vez, mas sim, várias. Isso te obriga a gastar sem necessidade a durabilidade das armas já que muitos deles não podem ser evitados.
Sistema de contra-ataques e ataques em sequência
Os ataques em sequência funcionam mais ou menos como os chain attacks em Xenoblade Chronicles, ou seja, é um combo que os personagens aplicam nas unidades inimigas, mas neste caso, precisam estar cercando o alvo. Então, desde que você esteja com pelo menos dois personagens bem posicionados em torno do alvo, pode bater com os dois antes que o inimigo em questão efetue um contra-ataque em você.
Os contra-ataques são uma maneira a mais para te punir, onde mesmo quando você bate, também apanha. Aqui, toda vez que você ataca um inimigo, recebe um ataque na volta e, da mesma forma, se você receber um ataque do inimigo, seu personagem sempre irá contra atacar, desde que seja possível. O ponto interessante aqui, é que é possível evitar contra-ataques com certas habilidades de personagens, então explore isso! Também é possível esquivar-se dos golpes caso tenha um pouco de sorte.
Armas que se quebram
Por último, a cereja do bolo. O jogo possui um sistema de quebra de armas e, acredite, elas quebram com uma facilidade incrível! Mas o grande “x” da questão dessa mecânica no jogo, não é o fato das armas se quebrarem, mas sim o problema que você tem para concertá-las, pois excluindo o capítulo 3, onde te é apresentado o comerciante onde você pode concertar, comprar, vender ou aprimorar equipamentos, você não ganha mais gold em nenhum momento do jogo! Todo o dinheiro que você adquire ao longo da gameplay a partir daí, é fruto dos itens que você vai achando ou dropando para vender no comerciante e como se isso já não fosse um problema, o valor cobrado para reparar as armas é muito alto, mesmo para armas iniciais.
Mas em quê isso acarreta? Bem, isso faz com que você evite ao máximo os combates, enfrentando inimigos somente quando extremamente necessário, além de explorar pouco os cenários. Tudo isso acaba te fazendo conseguir menos itens para vender e menos experiência para subir de nível os personagens, além de te deixar com o c# na mão o tempo todo, pois se a durabilidade da sua arma acabar durante a luta, você dará pouco ou nenhum dano nos inimigos e vai acabar morrendo ou demorando mais que o necessário para passar da missão.
Conclusão
Sim, mesmo diante de toda essa dificuldade, eu gostei do jogo (está é a parte em que você me chama de doido), mas cada um é cada um! Eu já estou acostumado com o gênero e posso dizer com toda certeza que já fazia um bom tempo que um jogo de estratégia me fez pensar tanto, mas e você, está preparado? Vale lembrar que o jogo roda liso na Switch, ocupa apenas 7,5GB de espaço no seu Micro SDXC e está completamente localizado em português, o que facilita e muito a jogatina. Além disso, apesar de estar saindo por R$214,00 na eShop brasileira, o jogo com certeza vai te dar horas e mais horas de gameplay, pois dificilmente você passará de primeira de 100% dos cenários e com certeza vai querer rejogar para encontrar novas maneiras de passar menos aperto nos combates.
[Nota do Editor: Redemption Reapers foi analisado a partir da sua versão para Nintendo Switch. A cópia do jogo foi gentilmente cedida pela Stride PR em nome da Binary Haze Interactive para avaliação.]
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