Rogue Walters é um roguelite com uma temática bastante atraente. O jogo nos apresenta a história do Capitão Cutter, um pirata que se tornou imortal e está fadado a um grande destino. Gratidão ao estúdio Ice Code Games por ter conferido uma identidade própria ao título: o combate entre navios e os encontros em batalhas oferecem uma experiência excelente, mesmo para quem não é fã do gênero.
Ao zarpar com o Capitão, o jogador se depara com um mapa ramificado que oferece uma boa noção dos tipos de encontros que enfrentará, permitindo escolher entre batalhas contra navios de elite, exploração de santuários ou paradas em portos para gastar ouro e reparar a embarcação. O loop de gameplay é direto e envolvente.
Os jogadores começam em um covil submerso, onde podem recrutar tripulantes em uma taverna, melhorar o navio, evoluir os personagens e cuidar de tudo antes de seguir para alto-mar. O jogo oferece três caminhos: um focado no avanço da história principal e outros dois opcionais — exploração e coleta de recompensas. Cada rota varia em dificuldade e duração, informações que podem ser vistas antes de se comprometer com um ataque.
Caso o jogador enfrente dificuldades na campanha principal, é possível aproveitar as incursões paralelas para ganhar experiência e recursos, alcançando assim o nível necessário para prosseguir na história.

É no combate que esse jogo brilha lindamente
Assim que você se depara com outra embarcação, há a opção de atacar apenas o navio antes de iniciar o combate tático entre os personagens. Durante essa fase, os jogadores utilizam canhões que podem ser direcionados a partes estratégicas do navio inimigo, oferecendo vantagens importantes: destruir a cabine pode garantir bônus de vida, enquanto atingir os canhões inimigos pode evitar que sua própria embarcação sofra danos. Esse momento representa uma mecânica atípica, que adiciona uma camada extra de estratégia ao tradicional combate por turnos dos roguelites.
Mas atenção: tudo o que você pode fazer contra o inimigo, ele também pode fazer contra você — o que torna cada encontro ainda mais imprevisível e desafiador. Caso o oponente destrua estruturas que concedem benefícios ao Capitão, sua tripulação pode entrar em batalha com menos vitalidade ou até com ações limitadas. Por outro lado, se você conseguir eliminar toda a tripulação inimiga durante o bombardeio, conquista uma vitória antecipada e pode seguir viagem sem precisar embarcar no navio adversário.

Após algumas rodadas de combate entre navios, o jogo muda para um campo em grades, onde sua tripulação entra em confronto direto com os inimigos. Nessa fase, é possível utilizar itens encontrados no próprio navio, como cordas para pular posições, barris de rum para recuperar energia e até áreas em chamas para causar dano. O uso do ambiente, somado às habilidades únicas de cada unidade, mantém o combate estratégico, envolvente e divertido.
Já a história é outra…
No quesito narrativa, Rogue Waters não é exatamente um destaque. A história não é elaborada ou complexa, mas isso não tira o charme da aventura. Você ainda pode esperar por traições, trapaças e um toque sobrenatural. Um ponto positivo é que a narrativa justifica bem a estrutura do jogo: o loop de gameplay se encaixa com naturalidade no enredo. Devido a uma maldição, o Capitão Cutter e sua tripulação são imortais — toda vez que morrem, retornam ao covil submerso, prontos para zarpar novamente.
O jogo conta com algumas dublagens que ajudam a dar vida ao universo apresentado. No entanto, prepare-se para uma boa dose de leitura, já que grande parte da história é contada por meio de textos. Ainda assim, a narrativa tem seu charme e senso de humor: alguns momentos mais intensos até parecem dramáticos demais, mas, convenhamos… essa é a história de um pirata, certo?



Enquanto navega pelos mares, o Capitão pode encontrar ilhas que oferecem escolhas interessantes ao jogador — como, por exemplo, sacrificar um membro da tripulação em troca de ouro ou gastar ouro para curar um aliado ferido. O estúdio conseguiu criar uma experiência bastante agradável e acessível a todos os perfis de jogadores. Há, pelo menos, 15 níveis diferentes de dificuldade, sendo o modo história o mais fácil. A dificuldade pode ser ajustada antes de cada incursão.
Curiosamente, em algumas partidas, o jogador pode optar por não fazer nenhuma escolha significativa durante a navegação, o que pode soar como uma decisão de design questionável. No entanto, isso também abre espaço para jogadores casuais que desejam apenas aproveitar a aventura sem se aprofundar demais nos desafios táticos — o que é compreensível, considerando a proposta inclusiva do jogo.
Conclusão
Apesar de estar em um mar repleto de títulos roguelite, Rogue Waters tem carisma o suficiente para não passar despercebido. Sua temática de piratas e batalhas em alto-mar é envolvente, e o jogo entrega uma experiência única e especial. Ele se inspira no universo dos roguelites sem perder sua própria identidade, e sua abordagem inteligente e acessível conquista jogadores de todos os níveis.
Tive cerca de dez horas de jogo, e posso dizer que Rogue Waters apresenta um bom nível de desafio — com a vantagem de permitir ajustes de dificuldade dentro da própria partida. As incursões opcionais fora da história principal também são uma excelente forma de ganhar tempo, experiência e recompensas.
There are an ocean of roguelites and an ocean of pirate-themed stuff. And while Rogue Walters doesn’t break any new ground in these areas, it inspires by having them! It has a good level of intimacy with its gameplay, its story is the surface of a game for those who just want a game to kill time and have that satisfaction of having a fun and accurate game that will be worth their time.
Nota do Editor: Rogue Waters foi analisado no Nintendo Switch 2. A cópia do jogo foi gentilmente cedida pela Ice Code Games para avaliação.]
Deixar uma resposta