Single-player não vai morrer!

Single-player não vai morrer!

Quais foram os jogos que mais te marcaram? E por quê? Essas perguntas são feitas de gamers pra gamers ao longo dos anos, porque curtimos ouvir as histórias, as experiências vividas. Gostamos de ver se nos identificamos com esses jogos. Ouvimos a opinião de quem já jogou, afim de saber se iremos jogá-los também. Uns dias atrás eu me fiz essa pergunta: quais foram os games que mais me marcaram e eu observei um padrão: todos eles eram jogos single-player! 

Jogos single-player ou como falávamos antigamente: ”jogos de um” ou “jogo que só dá pra um”. (nota: essa era a melhor desculpa que eu poderia dar quando aquele primo chato chegava na minha casa na hora que eu estava jogando. ‘‘Coloca pra dois’’ dizia ele. Eu retrucava com um sorrisinho debochado sem ao menos olhar em seus olhos: “ESSE JOGO É DE UM!” rsrsrs). A palavra single-player é auto explicativa: único jogador. Entretanto há algumas variações: games feitos totalmente para um player (ex.: Zelda Breath of the Wild), jogos para um que possui conteúdo multiplayer online (ex.: GTA), outros que você tem a experiência completa jogando sozinho, mas que permite gameplay com um segundo player, online ou offline (ex.: street of rage 4 e Super Mario Odissey, respectivamente). Não importa em que categoria o jogo que você está pensando agora se enquadra. Mantenha a mente apenas na experiência individual. 

Single-player não vai morrer!
Tranquilão curtindo um Zeldinha.

Não intento menosprezar jogos multiplayer, apenas louvar o tipo de jogo que mais amo. Sou amante dos ‘jogos de um’, não nego. E como um apaixonado que sou, fiquei preocupado com uma notícia que incluía uma frase muito polêmica de um ‘peixe grande’ da indústria: “a experiência single-player está acabando”. Sinceramente, se isso for verdade, não sei se vou continuar tão apaixonado por games… depois de pensar um pouco sobre o assunto me sinto seguro em dizer que esta afirmação está equivocada. Para elucidar meu raciocínio usarei o The Game Awards como parâmetro. E por mais que nem todos concordem com as premiações dadas (inclusive eu), é um evento onde há análises técnicas feitas por especialistas. Eis o meu ponto: dos últimos 5 ganhadores do prêmio, quatro foram jogos single-player e por quatro anos seguidos (2017 com Zelda Breath of the Wild, 2018 com God of War, 2019 com Sekiro: Shadows Die Twice e 2020 com The Last of Us Part II). Em 2016 Overwatch foi a exceção, um jogo ‘only multiplayer’. E o que essas quatro premiações seguidas de games single-player dizem? Que as pessoas ainda jogam, e muito! Que são jogos valorizados e apreciados!  

É difícil escrever algo sem citar esse momento tão diferente em nossas vidas porque essa pandemia nos obrigou a fazer uma enxurrada de alterações. Com mais tempo pude aumentar a dedicação a jogos com narrativa, histórias mais profundas e complexas. E quanto pude aprender! Me emocionei, me envolvi nos enredos e refleti bastante sobre tudo ao meu redor. Quantas histórias incríveis que trazem tanta imersão que parece que aquela realidade, aquele mundo se mistura ao nosso! Acredito que esses tipos de experiências só podem ser ofertadas por games assim. Talvez com você não funcione desta forma, mas não há problemas. Isso é pluralidade! 

Dos 32 jogos mais vendidos até aqui no Nintendo Switch – todos eles passaram da casa do milhão de unidades vendidas – 20 são single-player (se enquadram nas categorias citadas anteriormente). Fica nítido pra mim que esses tipos de jogos ainda têm muita lenha pra queimar. Imagine quantas histórias ainda não foram contadas? Quantas ideias estão paradas, guardadas numa “gaveta”? 

Single-player não vai morrer!
Não há como pensar no que virá e não pensar na sequência de breath of the wild.. O coração até bate mais forte.

De uma coisa eu sei, que eu quero mais! Mais jogos com narrativas marcantes, com jogabilidade incrível e que nos tragam prazer ao jogar videogame. 


[A coluna acima reflete a opinião do redator e não do portal Project N]