“Abra os olhos…” Assim, meus amigos, de maneira tão simples e ao mesmo tempo tão poderosa, começa a aventura mais audaciosa de uma das séries de maior sucesso no mundo do entretenimento eletrônico. Esta frase, tão curta e dita de uma forma tão dramática, tem uma carga de sentimento tão grande por trás que é imensurável para aqueles que estão colocando o cartucho no console pela primeira vez. Tudo é sobre abrir os olhos e entender, pelo menos tentar em um primeiro momento, o que se passa à sua volta e o que o espera lá no horizonte ao mesmo tempo perto e longe.
The Legend of Zelda: Breath of the Wild é o título mais recente da franquia que tanto amamos e em 2021 completa 35 anos do lançamento do seu primeiro título. Ao mesmo tempo, este é o título mais audacioso já feito, já que não há nada parecido no mercado em termos de liberdade. Esta palavra, afinal, é o que define o jogo em si. Não irei focar nisso, porque já estamos cansados de saber. Vou focar aqui na minha experiência com este título.
Eu adquiri este jogo em 2019, dois anos depois do seu lançamento. Até então eu estava afastado do mundo da Nintendo e do mundo gamer em si, já que eu não tive a oportunidade de ter o Nintendo Wii. Comprei este jogo juntamente com o console, e qual não foi a minha surpresa em descobrir que havia um novo jogo Zelda nas prateleiras! Como estava um pouco afastado desse mundo maravilhoso da Nintendo, não fazia ideia do que estava por vir.
Minha primeira sensação ao jogar foi de espanto. Jamais tinha visto um mundo tão vasto e tão lindo na minha frente. Passei horas e horas tentando descobrir o que fazer (o que eu acho uma maneira muito orgânica de jogar, já que a vida não tem menu com um ponto no mapa indicando onde você deve ir!) e ao mesmo tempo apreciando o que via pela frente. Não fazia ideia de que eu poderia ir literalmente para onde quisesse! Essa descoberta causou em mim dois sentimentos distintos: o de frisson com a liberdade e o de desespero com o fato de que eu não sabia o que fazer com essa liberdade. O jeito foi andar até cansar os dedos!
Essa liberdade é muito maior do que simplesmente poder ir onde quiser! Você, na pele de Link, decide como vai conduzir essa jornada, como vai passar pelos obstáculos e até mesmo quando você quer terminar a aventura! Isto é inimaginável!
Outro ponto que faço questão de apontar aqui, já que este texto se trata tão somente de uma carta de amor a esse maravilhoso título, é a música e os efeitos sonoros inseridos no jogo. Tudo foi feito minuciosamente, cirurgicamente, para criar as sensações de solidão, ausência e tudo o mais que você precisa sentir nos momentos marcantes do jogo. Até o ato de caminhar pelo prado em um campo aberto é acompanhado de uma música bem baixa ao fundo, tal qual você faria na sua cabeça se estivesse caminhando por um jardim vazio de pessoas. Ao mesmo tempo, a música cria uma tensão extrema quando você enfrenta os temíveis Lynels. O coração até pula!
A grande questão que quero abordar, na verdade, é: o quanto isso tudo nos faz querer jogar novamente depois de fecharmos o jogo? Posso te dizer uma coisa, meus amigos: MUITO! Confesso a vocês que não sou do estilo que gosta de “platinar” os meus jogos. A minha coleção de troféus na outra plataforma é uma tristeza! Se tivéssemos esse mesmo sistema no Nintendo Switch também seria uma tristeza! Breath of the Wild, porém, é o único jogo até hoje que me fez querer realmente fazer tudo o que há para ser feito! Claro que eu não consegui fazer isso em uma só gameplay, por isso mesmo estou começando neste momento a minha quarta gameplay! E toda vez que eu joguei este título, sempre o fiz de formas diferentes, sempre tentei caminhos diferentes só pra ver no que ia dar! Nesta quarta vez vou tentar fazer tudo o que há para fazer em uma só gameplay. Espero que dê certo!
Agora eu pergunto: Por quê quero jogar o mesmo jogo várias vezes? Eu te respondo de uma maneira bem simples: Porque eu simplesmente não consigo parar! Não consigo parar de observar as constantes mudanças de clima, não consigo parar de apreciar a natureza selvagem, as mudanças de ambientes, não consigo parar de tentar maneiras diferentes de encarar desafios. Penso que Breath of the Wild é uma pequena metáfora da vida. Sempre há muitas maneiras de fazer as coisas no nosso dia a dia. Algumas dão certo, outras nem tanto. Sempre, quando podemos, queremos apreciar um belo pôr do sol, um jardim florido. Às vezes nós queremos chegar ao nosso objetivo de maneira mais rápida, seja na vida pessoal, profissional ou acadêmica. Pode ser que dê certo, pode ser que não. Está aí a magnitude de Breath of The Wild. Se você ainda não experimentou, me diga o que acha depois de perceber que você já gastou mais de 400 horas na Hyrule destruída, assim como eu.
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