Sonic Colors: Ultimate foi anunciado em 27 de maio como uma versão remasterizada do jogo lançado originalmente para o Nintendo Wii em 2010 e chegaria para o Nintendo Switch e demais consoles, além do PC, no dia 7 de setembro (ou 3 de setembro, caso o jogador optasse pela versão Deluxe do jogo). A promessa da SEGA era trazer uma versão com gráficos atualizados, rodando a 60 quadros por segundo e com diversas novidades na jogabilidade que não estavam presentes na versão original.
Falar sobre excelentes jogos 3D do Sonic ainda é difícil, já que em mais de 20 anos que esse tipo de mecânica foi implementada é possível contar nos dedos quais jogos 3D do personagem funcionam e, mais importante ainda, quais deles são realmente bons. Sonic Colors sempre foi considerado um dos melhores jogos 3D do personagem, então com a chegada da remasterização para o Nintendo Switch é hora de descobrir se essa versão se saiu bem, quais novidades ela guarda e como pode ser decepcionante para algumas pessoas.
História e Jogabilidade
Dr. Eggman acaba de anunciar a inauguração de mais uma invenção mirabolante, um enorme parque de diversões no espaço, onde cada atração é um planeta diferente. Intrigados com os planos de Dr. Eggman, Sonic e Tails partem para o parque de diversões para investigar seu verdadeiro propósito e descobrem que na verdade o parque era apenas uma fachada para máquinas que estavam drenando o poder dos planetas e dos Wisps, uma fofa e carismática raça alienígena, com o objetivo de Dr. Eggman é controlar a terra natal de Sonic de uma vez por todas.
Cabe ao Sonic pôr um fim nos planos de Dr. Eggman mais uma vez. Com a ajuda de Tails e dos Wisps, ele deve explorar diversos planetas e desativar seus respectivos reatores de energia.
Assim como jogos mais recentes do ouriço, Sonic Colors se assemelha muito às mecânicas introduzidas em Sonic Unleashed, com fases que mesclam segmentos 3D e 2.5D e possui golpes como o Hoaming Attack (Ataque teleguiado) e o Boost. Uma das novidades nesse jogo é a inclusão de poderes especiais dos Wisps, que podem ser coletados em cápsulas pelas fases, e, ao serem ativados, transformam o corpo do Sonic e dão a ele habilidades únicas. Ao todo, temos oito Wisps especiais, são eles:
| Wisp Ciano | Transforma Sonic num raio laser, sendo possível alcançar novos locais e destruir inimigos |
| Wisp Amarelo | Transforma Sonic em uma furadeira, cavando determinadas superfícies |
| Wisp Laranja | Transforma Sonic em um foguete e o levando às alturas |
| Wisp Verde | Transforma o Sonic em uma espécie de aerobarco |
| Wisp Rosa | Transforma Sonic em uma bola de espinhos que gruda nas superfícies e pode destruir o que ver pela frente |
| Wisp Roxo | Transforma Sonic em um monstro que engole tudo que vê pela frente e aumenta de tamanho de acordo com a quantidade de objetos e inimigos engolidos |
| Wisp Azul | Transforma determinados blocos transparentes de anéis em sólido, e vice-versa, permitindo que Sonic descubra novos caminhos |
| Wisp Jade | Uma das novidades acrescentada nesta versão remasterizada, transforma Sonic em um fantasma capaz de atravessar paredes |
Além disso temos os Wisps brancos, que dão energia à barra de boost do Sonic. A energia da barra também pode ser preenchida acertando o Hoaming Attack na hora correta em inimigos e outros objetos.
A história principal do jogo dura cerca de 3 horas, são 6 planetas para explorar, cada um com 6 “atos” diferentes e um chefe, além do chefe final. O design das fases são muito divertidos, como por exemplo a açucarada Sweet Mountain, as fases com temática aquática do Aquarium Park ou o planeta natal dos Wisps, entre outros. Diferente de outros jogos mais recentes, o único personagem jogável é o Sonic “moderno”, mas a adição dos Wisps deixa tudo mais interessante.
Conforme você avança pelos planetas, novos Wisps são liberados em fases anteriores, fazendo com que você consiga seguir diferentes caminhos na mesma fase, pegar colecionáveis que você não alcançava antes e tirar uma nota melhor nessas fases, isso faz com que o fator replay do jogo seja bastante alto, ainda mais para aqueles que gostam de fazer “100%” das fases de um jogo. Além disso, após alguns requisitos serem atingidos, é possível liberar o Super Sonic, que pode ser ativado nas fases ao coletar 50 anéis.
As novidades dessa versão
A remasterização ficou nas mãos da Blind Squirrel Games. Segundo a SEGA, por se tratar de um jogo do Wii, muito do código fonte do jogo teve que ser reescrito, já que alguns desses códigos apenas funcionavam naquela plataforma da Nintendo, como algumas animações, efeitos e iluminação. Dessa forma, a Blind Squirrel Games conseguiu implementar algumas novas funcionalidades no jogo, como o suporte do Tails, um novo wisp, cosméticos (luvas, botas, boosts e auras), conquistas, entre outras coisas.
Diferente de alguns outros jogos da série, Sonic Colors: Ultimate não possui limite de vida para o jogador, sendo assim os impactos de morrer nas fases acaba se refletindo na pontuação do jogador naquela fase específica. Para substituir essas vidas e ser um suporte para o jogador não ser tão penalizado, uma das adições dessa versão foi a ajuda de Tails quando Sonic cai em alguns poços / penhascos, algo que não parecia fazer muito sentido quando o jogo foi anunciado, já que existem checkpoints pelas fases. No final das contas, essa funcionalidade foi muito bem vinda, já que é preciso coletar o item do Tails e ele só é ativado em alguns momentos mais específicos das fases, e não o tempo inteiro.
Temos também um modo co-op local para 2 pessoas e um novo modo, o “Rival Rush”, onde você deve chegar no final da fase antes do Metal Sonic em corridas por cada um dos planetas. Através das fases é possível coletar moedas amarelas, onde você pode customizar alguns aspectos do seu jogo, liberar novos ícones para seu perfil de jogador e músicas para ouvir.
Por fim, temos uma trilha sonora remixada para o Sonic Colors: Ultimate. Particularmente eu gosto mais da trilha sonora original, já que algumas músicas remixadas do Ultimate parecem um pouco bagunçadas demais, isso acaba diminuindo um pouco a experiência em algumas fases. Seria interessante se existisse a opção de escolher entre a nova trilha sonora e a trilha sonora original, uma forma perfeita de agradar quem prefere a original, sem desmerecer o trabalho feito com a nova trilha sonora.
Os problemas do Acesso Antecipado
Na semana do lançamento da versão deluxe (03/09), que ocorreu uma semana antes do lançamento geral do jogo, a internet não falava de outra coisa: Bugs!
Além de alguns problemas de câmera e controles já existentes nos jogos 3D do Sonic, os jogadores estão tendo que lidar com novos bugs e glitches. Alguns não afetam a experiência geral do jogo, como menus mal centralizados em algumas situações, mas outros podem afetar sim, como músicas que não tocam corretamente (ou simplesmente não tocam), poderes do Wisps que não funcionam como deveria, além de bugs mais severos que alguns jogadores estão reportando pela internet, onde as cores do jogo ficam piscando de forma desordenada, podendo causar problemas para pessoas fotossensíveis (como ataques epiléticos, por exemplo). Vale ressaltar que a grande maioria desses bugs não estão presentes na versão original de Nintendo Wii.
Como esta análise foi feita na semana de lançamento antecipado, é possível que quando você estiver lendo, algum patch para corrigir esses bugs já tenha sido lançado, ou esteja bem próximo disso. Pelo menos é o que a desenvolvedora prometeu no seu Twitter no dia 05/09.
Porém a maior decepção da versão de Switch fica a cargo do jogo rodar a 30 quadros por segundo(fps), algo que parece não fazer sentido, especialmente por estarmos falando de um jogo do Nintendo Wii, de 11 anos atrás. E não, não dá para culpar o hardware do Switch, de forma alguma, já que The Legend of Zelda: Skyward Sword HD também é um jogo de Wii, que rodava a 30fps, e em sua versão do Switch roda a 60 quadros por segundo e em uma maior resolução.
Fico imaginando, qual a desculpa para esse jogo não rodar em 60fps no Switch? Não dá para saber se é culpa da desenvolvedora ou de algum prazo mais apertado dado pela SEGA, mas o sentimento que fica é que o esforço para entregar uma experiência “remasterizada” em outras plataformas foi maior, deixando o Switch apenas como um port de uma versão mais bem trabalhada. Lembrando que o jogo original também rodava a 30fps, então essa remasterização no Switch não se afasta tanto assim dele. Apesar disso, o jogo roda bastante estável, o que ajuda a pelo menos ser uma experiência decente, mas não deixa de ser frustrante não estar rodando a 60 quadros por segundo.
Quando falamos em jogar no modo portátil, além do jogo aparentemente ter uma resolução menor que a de Sonic Forces, que saiu em 2017, existem momentos do jogo em que você pode perder o Sonic de vista pelo excesso de bloom (que tenta reproduzir efeitos de iluminação da vida real), especialmente na fase Starlight Carnival. Junto a isso, outro efeito que acaba incomodando no modo portátil é o do boost, que tem uma quantidade muito grande de blur, sendo difícil se acostumar com o que está acontecendo na telinha nos momentos em que ele é utilizado.
Como o jogo foi desenvolvido pensando em uma tela grande, quando jogado em docked alguns desses problemas não ficam tão aparentes. Deixarei algumas comparações abaixo, para que fique mais claro como esses problemas funcionam e vocês tirarem as próprias conclusões.
Vale a pena?
Dito todos os prós e contras que a versão do Switch possui, é hora do veredito final. Sonic Colors: Ultimate vale a pena no híbrido da Nintendo? A resposta é… Depende!
É preciso levar em consideração alguns fatores antes de você decidir se o jogo vale ou não a pena para você. Se você já jogou Sonic Colors no Nintendo Wii e gostou ou se nunca tinha jogado antes e, em ambos os casos, o Switch é a sua única plataforma disponível, então sim, esse jogo é pra você!
Existe um caso em que a resposta é “você não deveria comprar isso no Switch”, que é caso você tenha alguma outra plataforma disponível. Sim, Sonic Colors: Ultimate é um jogo muito bom, que vale muito a pena, mas tenho certeza que vale mais a pena em outras plataformas. Lembrando que o jogo está custando R$ 199,90 na eShop Brasileira, em sua edição normal.
O Switch é a melhor plataforma para jogar Sonic Colors: Ultimate? Dificilmente! A versão de Switch é um desastre? De forma alguma! Problemas existem sim, a versão do Nintendo Switch poderia ser um pouco mais polida do que está agora e espero que em futuros patches alguns desses problemas possam ser resolvidos, mas mesmo 11 anos depois Sonic Colors continua sendo uma referência para como a Sega deveria lidar com os jogos 3D do personagem.
Observações finais
O fato do jogo original ser um dos melhores jogos 3D do Sonic ajuda muito a experiência geral quando jogado no Switch. Apesar dos bugs que acontecerem (especialmente nesta versão antecipada do jogo que foi analisada), Sonic Colors: Ultimate ainda é um jogo que brilha muito! Seu design combina muito com sua trilha sonora, sua jogabilidade é divertida e balanceada, variando entre a velocidade frenética do Sonic e momentos de plataforma 2D, e a adição dos Wisps aumenta e muito a diversão e o fator replay do jogo.
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