Square Enix e Capcom comentam sobre o uso dos Game-Key Cards no Nintendo Switch 2

Square Enix e Capcom comentam sobre o uso dos Game-Key Cards no Nintendo Switch 2

Desde que a Nintendo revelou os Game-Key Cards para o Switch 2, a recepção entre os fãs foi majoritariamente negativa. Para muitos colecionadores, trata-se de uma falsa mídia física: o cartucho vem praticamente vazio e exige o download completo do jogo, tirando o valor do item como peça de coleção. Mas, do ponto de vista das publishers, a história parece ser mais complexa.

Square Enix: a visão técnica

Naoki Hamaguchi, diretor da série Final Fantasy VII Remake, explicou em entrevista ao site JP Games que, para títulos de grande porte, os Game-Key Cards surgem como uma necessidade técnica. Segundo ele, a leitura em um cartucho tradicional é inferior à velocidade de um SSD, algo que impacta diretamente na experiência em jogos de alta definição como o game da Square Enix.

Entre desenvolvedores, a discussão sobre o formato pode ser diferente do que os fãs imaginam. Para jogos de alta qualidade, o maior problema é a velocidade de carregamento, que é inferior em cartuchos. Isso limita o que é possível fazer no Switch 2”, disse Hamaguchi.

Eu entendo as críticas, mas acredito que os fãs poderiam ver os Game-Key Cards como parte da cultura do console. Eles ampliam as possibilidades e permitem que mais pessoas tenham acesso ao jogo.”

No caso de Final Fantasy VII Remake, a situação é ainda mais clara: o tamanho do jogo excede os 64GB disponíveis nos maiores cartuchos, tornando o uso do Game-Key Card praticamente inevitável.

Capcom: uma questão comercial

Já a Capcom adota um tom diferente. Em entrevista ao VGC, Koshi Nakanishi, diretor de Resident Evil Requiem, afirmou que a decisão de usar ou não Game-Key Cards não parte da equipe de desenvolvimento, mas sim de uma estratégia de vendas.

Não é uma decisão de desenvolvimento para nós, é mais uma decisão de estratégia comercial”, explicou Nakanishi.

Embora não tenha confirmado oficialmente se Resident Evil Requiem terá ou não um Game-Key Card, o comentário reforça a percepção de que custos de produção estão no centro da discussão. Como a Nintendo atualmente só oferece cartuchos de até 64GB, as publishers precisam escolher entre arcar com os altos custos de fabricação ou adotar a solução híbrida do Game-Key Card.

Além disso, Nakanishi comentou que a Capcom decidiu lançar Requiem, Resident Evil 7 e Resident Evil Village no mesmo dia, 27 de fevereiro de 2026. Segundo ele, o estúdio começou a adaptação pelo Village e, após ver que o processo foi bem-sucedido, decidiu expandir para os outros títulos.

Entre técnica e estratégia

As falas de Hamaguchi e Nakanishi mostram que o debate sobre os Game-Key Cards não tem uma resposta única. Para alguns estúdios, como a Square Enix, eles são uma solução técnica para superar os limites do hardware e do armazenamento. Já para outros, como a Capcom, são simplesmente uma forma de equilibrar custo-benefício e estratégias comerciais.

Enquanto isso, os fãs continuam divididos: de um lado, a preocupação com a preservação e a coleção; de outro, a promessa de que jogos de maior porte possam chegar ao Switch 2, mesmo que em um formato que não agrade a todos.

Um grande entusiasta da Nintendo, "fanZeldaboy" e confesso dono de um sofisticadíssimo sotaque nordestino visse?