Star Wars: Bounty Hunter é a mostra que nostalgia não sustenta qualidade

Star Wars: Bounty Hunter é a mostra que nostalgia não sustenta qualidade

Um dos maiores ícones da cultura pop, Star Wars é uma expressão que, ao ser proferida em qualquer ambiente, chama a atenção pelo seu impacto. Sucesso de bilheteria no cinema, sucesso em brinquedos e artigos colecionáveis, o fenômeno criado por George Lucas atravessa gerações. Mesmo em uma fase onde filmes e séries de qualidade discutível estão sendo produzidos (perdão, amigos(as), eu gosto da Rey, mas a trilogia dela não desce), a franquia se mantém cada vez mais sólida como um verdadeiro marco da indústria, sem se enfraquecer com as produções mais fracas.

Star Wars: Bounty Hunter é um jogo lançado originalmente em 2002 para o Nintendo GameCube, e faz parte da história expandida de Star Wars Legends. O game foca em Jango Fett, o famoso mandaloriano caçador de recompensas que conquistou o coração dos fãs, tornando-se um personagem extremamente popular. O jogo se passa antes dos eventos de Ataque dos Clones, revelando muito da história do personagem antes do filme.

Na trama, Fett é contratado pelo Lorde Sith Darth Tyranus para eliminar o Jedi Negro Komari Vosa. No entanto, ao aceitar a missão, ele se vê envolvido em uma intricada rede de contrabando de “bastões da morte”, enfrentando poderosos sindicatos criminosos e um antigo rival, enquanto desvenda uma perigosa conspiração.

Star Wars: Bounty Hunter é a mostra que nostalgia não sustenta qualidade

jogo em si recebeu críticas mistas no seu lançamento, o que tornou surpreendente o anúncio do remaster pela competente Aspyr. Apesar de estarmos em uma época em que os mandalorianos nunca estiveram tão em alta, graças à brilhante série protagonizada por Pedro Pascal (embora retrate outro personagem), o remaster parece uma decisão precipitada e pouco assertiva. Isso é ainda mais evidente em um momento em que o mais recente game da franquia, Outlaws (não lançado para o Nintendo Switch), vem recebendo uma enxurrada de críticas na internet.

E, amigos e amigas de uma galáxia muito, muito distante, sinto dizer que, além de parecer desnecessário, o relançamento realmente transmite a sensação de que não faz muito sentido ao nos depararmos com o game.

Star Wars: Bounty Hunter é a mostra que nostalgia não sustenta qualidade

Se há algo que este jogo faz bem, é expandir ainda mais esse belíssimo universo, apresentando uma história inédita. No entanto, não traz nada muito diferente do que a maioria dos jogos da saga já oferece. O problema é que o jogo não envelheceu bem. É lógico que você pode arregalar os olhos e exclamar junto com este redator: “Mas claro, é um game de 22 anos atrás!” No entanto, quantos jogos retrô ainda são maravilhosamente jogáveis, mesmo com décadas de existência?

O ponto é que o jogo possui certas mecânicas que hoje causam estranheza por simplesmente não existirem. Por exemplo, não há mapa. Sim, não há mapa. Perder-se é praticamente inevitável em diversos momentos (pelo menos para este jogador nada habilidoso). Além disso, algumas mecânicas de combate, que já eram problemáticas na época, tornaram-se ainda mais desafiadoras em um mundo onde a fluidez domina cada vez mais os games.

O processo de remasterização pelo qual o jogo passou levanta dúvidas sobre se ele foi realmente polido o suficiente para os padrões modernos. Embora seja interessante encontrar visuais retrô em vários momentos, quando se trata de um trabalho de remasterização, o aspecto gráfico deveria se destacar. Infelizmente, a sensação de um visual arcaico é gritante em muitos momentos.

Star Wars: Bounty Hunter é a mostra que nostalgia não sustenta qualidade

Mas vejam bem, é Star Wars. Apesar das falhas do jogo, o charme da franquia traz um “up” à experiência. Primeiro, pela narrativa: reviver a saga de Jango Fett antes de seu trágico fim na batalha contra Mace Windu é empolgante. Cada elemento e cada ponto da história são fascinantes, enriquecendo ainda mais esse universo vasto e maravilhoso. Além disso, é incrivelmente gratificante ouvir a voz de Jango, dublado por Temuera Morrison, o ator que deu vida ao personagem em Ataque dos Clones.

No entanto, o que encanta no jogo é apenas a boa história e a recriação do sentimento de fascínio que Star Wars desperta. O jogo carece de um trabalho técnico mais refinado. As mesmas problemáticas persistem, como combates confusos e, por vezes, desnecessariamente difíceis.

No fim, o que vale a pena adquirir o game é apenas pelo chamariz que a franquia traz. É um game que o fã compra independente da qualidade. A remasterização poderia ganhar um capricho a mais, poderia trazer uma empolgação diferente. O game em si acaba se tornando uma indicação apenas pela franquia que leva no nome. Como um todo, a sensação que dá era que era melhor continuar no gamecube.

Star Wars: Bounty Hunter é a mostra que nostalgia não sustenta qualidade
Star Wars: Bounty Hunter
Veredito
É um jogo que envelheceu mal e que infelizmente não teve um bom trabalho feito pela Aspyr. Problemas poderião ter sido corrigidos e assim não o fizeram. No mais, se sustenta por ser uma história com selo Star Wars e que engradece ainda mais o maravilhoso universo de George Lucas.
Design
55
Trilha Sonora
75
Diversão
76
Gameplay
70
Custo x Beneficio
70
Prós
Uma rica parte da história que merece ser contada
Contras
Poderia ser um trabalho melhor para uma remasterização
Jogo se torna dificil em diversos momentos
Envelheceu muito mal
69
Nota Final

It’s a game that has aged poorly and unfortunately didn’t receive proper treatment from Aspyr. Issues that could have been fixed were left untouched. Still, it holds up thanks to its Star Wars seal of approval, further enriching George Lucas’ marvelous universe

[Nota do Editor: Star Wars: Bounty Hunter foi analisado a partir da sua versão para Nintendo Switch. A cópia do jogo foi gentilmente cedida pela Aspyr para avaliação.]


[A coluna acima reflete a opinião do redator e não do portal Project N]

Um grande entusiasta da Nintendo, "fanZeldaboy" e confesso dono de um sofisticadíssimo sotaque nordestino visse?