The Legend of Heroes: Trails through Daybreak II – Uma expansão?

The Legend of Heroes: Trails through Daybreak II - Uma expansão?

De verdade, apreciei muito o primeiro jogo da série. Ele me marcou como um ótimo RPG de ação com elementos de turno, trazendo uma história envolvente e personagens cativantes. Acredito que devemos cobrar de produtoras como essas a localização de seus jogos para o nosso idioma, pois isso poderia atrair ainda mais pessoas para esse tipo de narrativa. Um bom exemplo é Metaphor: ReFantazio, que possui uma mecânica de combate semelhante à de Daybreak e, apesar da grande quantidade de texto, está localizado. Sendo assim, não vejo justificativa para que a Falcom e a NIS America não façam o mesmo.

Já em Trails through Daybreak 2, a história se passa logo após os eventos do jogo anterior, acompanhando o mercenário Van Arkride e sua amiga Elaine, enquanto eles investigam um misterioso monstro vermelho, cuja aparência remete a algo familiar. Em uma reviravolta interessante, esse primeiro encontro termina com Van e Elaine mortos, levando Agnes, assistente de Van, a voltar no tempo em um ato desesperado para salvá-los. No geral, o jogo mantém uma experiência agradável, embora pareça essencial ter jogado o primeiro título para compreender plenamente os acontecimentos deste. Ele expande e complementa partes da história que ficaram em aberto no jogo anterior, reforçando a sensação de continuidade. A jogabilidade permanece semelhante, mas agora mais refinada, o que contribui para uma experiência ainda mais sólida.

The Legend of Heroes: Trails through Daybreak II - Uma expansão?

O jogo introduz a ideia de multiverso ao adicionar linhas do tempo nas quais o jogador retorna para escapar de situações complicadas. Isso torna a narrativa mais densa e, em alguns momentos, irregular. Van morre repetidamente em diferentes realidades e passa boa parte da trama tentando evitar esse destino, o que faz com que certos trechos da história se tornem cansativos e até sem sentido, especialmente quando ele tenta salvar a própria vida de forma insistente.

Essa adição do looping temporal amplia o conceito narrativo, sugerindo que há ainda mais a ser explorado. Embora alguns fios soltos de Daybreak sejam amarrados, muitos mistérios permanecem, e a sequência parece intencionalmente deixá-los em aberto para desenvolvimentos futuros.

É uma mecânica interessante — não costumo jogar títulos que envolvem viagem no tempo, então não tenho muitas referências para comparar falhas ou acertos. Mas houve um caso em que a cena de uma fase se repetiu por cerca de dez minutos, de forma idêntica ao que já havia acontecido, o que me fez pensar que eu havia cometido um erro no processo de looping. Apenas depois de perceber que havia deixado uma ferramenta para trás é que consegui avançar. Essa espera, no entanto, torna a experiência um pouco cansativa.

The Legend of Heroes: Trails through Daybreak II - Uma expansão?

E mesmo o jogo nos debruçando sua historia Daybreak 2 nos apresenta de forma ainda melhor o desenvolvimento dos personagens e as jornadas pessoais que os membros do grupo, como Agnes, Feri, Aaron e Quatre, passam entre o crescimento crível de aliados NPC como a jornalista novata Marielle, que ainda está tentando seguir os passos de Dingo. Vários moradores da cidade do primeiro jogo também têm suas narrativas surpreendentemente desenvolvidas transportadas e continuadas, mostrando a atenção fenomenal aos detalhes.

O jogo assim como no primeiro, e na serie Trails aprofunda muito bem em suas missões secundarias, elas oferecem quantidades incríveis de construção de mundo, adicionando itens para ajudar no combate de Van e seus aliados. No primeiro jogo haviam um sistema de moralidade que afetava diretamente com quem trabalharia com Van nos proximos capitulos, contudo neste Daybreak 2 não há esse sistema então não importa as atitudes que tome, isso não afetará a historia.

The Legend of Heroes: Trails through Daybreak II - Uma expansão?

Trails through Daybreak combina combate baseado em turnos com elementos de ação em tempo real, de forma semelhante ao que a série Ys faz. Você se aproxima de um inimigo, desfere vários ataques até deixá-lo atordoado, e então a batalha transita para o sistema tradicional por turnos. Apesar de simples, Daybreak 2 adiciona algumas camadas interessantes: agora é possível executar um poderoso ataque duplo chamado Ex-Chain entre dois personagens, o que torna as batalhas mais dinâmicas e com desfechos mais rápidos e emocionantes.

Outra novidade é a possibilidade de esquivar de ataques inimigos no último segundo, o que permite trocar de personagem no controle e liberar um golpe especial que garante o atordoamento do inimigo. Embora o núcleo do sistema de combate ainda esteja firmemente baseado em turnos, essas adições ao gameplay em tempo real são bem-vindas e enriquecem a experiência.

No sistema por turnos, há uma linha de ação onde são posicionados os turnos dos personagens e inimigos. Durante as batalhas, pontos específicos aparecem nessa linha, oferecendo vantagens como acertos críticos garantidos. Isso adiciona uma camada extra de estratégia: por exemplo, se o turno de um inimigo se alinha com um bônus de crítico, você pode usar um ataque de freeze ou delay para agir antes dele ou forçá-lo a perder a vez — algo extremamente útil em lutas mais difíceis.

O posicionamento do grupo também continua sendo um fator importante. Alguns ataques possuem efeitos adicionais dependendo do ponto em que são executados no campo de batalha, o que exige atenção ao espaço e ao movimento dos personagens.

The Legend of Heroes: Trails through Daybreak II - Uma expansão?

Cada habilidade em Daybreak 2 possui múltiplos efeitos, o que incentiva o jogador a pensar estrategicamente. Por exemplo, a técnica Falcon Talon, usada por Aaron, causa dano extra ao atingir inimigos pelas costas. Mesmo quando não é possível atacar por trás, ela ainda tem chance de causar paralisia, o que a torna útil em várias situações. Ou seja, mesmo que você não consiga aproveitar todos os efeitos em um turno específico, essas habilidades continuam sendo extremamente valiosas. Nada disso é exatamente novo em relação ao primeiro Daybreak, mas é importante destacar que essas mecânicas continuam funcionando bem e não foram prejudicadas na sequência.

O jogo também mantém um sistema de personalização bastante flexível na construção do grupo. Cada personagem possui quatro linhas de equipamento: Arma, Escudo, Condução e Extra. Nelas, é possível inserir gemas chamadas Quartzo, que ao serem encaixadas de forma estratégica, desbloqueiam habilidades passivas para o personagem. Esse sistema adiciona profundidade à progressão e permite uma boa variedade de builds.

Daybreak 2 ainda trouxe alguns minijogos novos que não estavam presentes de forma tão evidente no título anterior. O tradicional minigame de pesca retorna, agora reformulado e simplificado. Em vez de exigir uma sequência exaustiva de comandos como em muitos outros RPGs, aqui você apenas precisa pressionar o botão com bom timing dentro de uma área indicada para capturar o peixe. É uma mecânica interessante, embora eu pessoalmente continue não me saindo muito bem na pescaria — inclusive, achei difícil pegar os peixes.

Além disso, o jogo apresenta um novo minigame de hacking, bastante simples, no qual o objetivo é evitar robôs hostis enquanto se avança por um pequeno labirinto. Também há um divertido jogo de cartas chamado Seven Hearts, onde você empilha cartas elementais para causar dano aos oponentes — uma adição que traz ainda mais variedade à experiência geral.

The Legend of Heroes: Trails through Daybreak II - Uma expansão?

Além dos novos minijogos, Daybreak 2 também introduz a masmorra opcional Märchen Garten. Trata-se de uma dungeon com nove andares, na qual você pode usar qualquer personagem da sua formação. Ao atravessá-la, você coleta fragmentos que podem ser trocados por diversos itens aleatórios, em uma mecânica no estilo “gacha”. Apesar de opcional, essa área é bastante útil, pois ajuda a manter todos os personagens no mesmo nível em relação à história principal e ainda oferece pedras de habilidade, que servem para fortalecer as técnicas do grupo.

A trilha sonora é, sem dúvida, um dos destaques. Me tornei fã da música de abertura, “CRIMSON SIN” — para mim, é mais uma prova de que a Falcom realmente entende como criar trilhas marcantes e envolventes. Por outro lado, o estilo visual do jogo deixa a desejar. Embora funcional, não é o mais bonito, e o frame rate apresenta quedas ocasionais, o que acaba sendo um lembrete incômodo de por que ainda estamos na expectativa por um Switch 2.

The Legend of Heroes: Trails through Daybreak 2 pode ter seus tropeços na forma como constrói e apresenta sua narrativa multiversal, mas mantém a qualidade com personagens bem desenvolvidos, um sistema de combate excelente e uma experiência geral bastante agradável. No entanto, é importante destacar que, para aproveitar realmente tudo o que o jogo tem a oferecer — especialmente no que diz respeito à motivação dos personagens e ao impacto da trama — é essencial ter jogado ou ao menos conhecer bem o primeiro Daybreak.

The Legend of Heroes: Trails through Daybreak II - Uma expansão?
The Legend of Heroes: Trails through Daybreak II - Uma expansão?
Veredito
O looping temporal pode ser repetitivo, mas o jogo possui uma mistura refinada de ação e combate por turnos. E na minha humilde opinião a serie Daybreak podia ter iniciada sendo localizada para vários idiomas, quanto a historia, o jogo parece de verdade uma expansão do jogo Um, trazendo coisas de outros jogos da serie Trails e deixando um pouco confuso para pessoas que não estão acostumadas.
Design
75
Trilha Sonora
75
Diversão
80
Gameplay
80
Custo X Beneficio
70
Prós
Upgrades no combate agradarão mais jogadores
Contras
A mecânica de voltar no tempo abusa muito rápido
Deficiências visuais e de desempenho
76
Nota Final

The time loop may be repetitive, but the game has a refined mix of action and turn-based combat. And in my humble opinion, the Daybreak series could have started by being localized into several languages, as for the story, the game really feels like an expansion of Game One, bringing things from other games in the Trails series and making it a little confusing for people who are not used to it.

[Nota do Editor: The Legend of Heroes: Trails through Daybreak II foi analisado a partir da sua versão para Nintendo Switch. A cópia do jogo foi gentilmente cedida pela NIS America para avaliação.]


[A coluna acima reflete a opinião do redator e não do portal Project N]

Olá me chamo Emanuel ou só "Nuel", sou Game Designer e nasci na cidade mais quente do Brasil, tento de tudo para ficar longe e relaxar em jogo competitivo, mas meus favoritos sempre são os jogos de farming e JRPGs.