The Legend of Zelda: Oracle of Ages/Seasons, a dupla subestimada da Franquia

Zelda: Oracle of Ages/Seasons

É estranho nos depararmos com a palavra “subestimado” quando se trata de qualquer jogo da franquia The Legend of Zelda. É claro que ela não é imune a erros e apesar de toda magnitude que ela representa em diversos clássicos que já nos foram apresentados, sabemos que tenho alguns que são meio sofríveis (The Legend of Zelda: Wand of Gamelon que o diga), mas vamos falar aqui de um grande acerto, porém ainda assim são pedras preciosas pouco visadas: The Legend of Zelda: Oracle of Ages e The Legend of Zelda: Oracle of Seasons, a dupla subestimada da franquia, chega ao NSO

Mas isso não vem ao caso nessa coluna. Hoje, vamos falar sobre dois dos jogos mais incríveis e pouco lembrados da franquia nas elaborações de lista dos melhores Zeldas (com base na opinião de quem vos escreve): The Legend of Zelda: Oracle of Ages e The Legend of Zelda: Oracle of Seasons.

Lançados em 2001 originalmente para Game Boy Color, eles chegaram prometendo inovação como todo Zelda, além de uma excelente história, personagens marcantes e excelentes horas de jogatina. Os jogos tiveram excelentes números, atingindo um total de 3,96 milhões de cópias vendidas, além de terem sido muito bem recepcionados pela critica especializada, obtendo notas altas, como 10/10 da IGN, 9.2/10 da Gamespot, 5/5 da revista Nintendo Power e atingindo uma avaliação geral de 92/100 no famoso site compilado de notas Metacritic.

Tá, mas diante de tantas informações positivas, por que a dupla é subestimada se fez tanto sucesso?

Exatamente porque o brilhantismo do jogo não deve ser retratado apenas à sua época e, infelizmente, como dito acima, ele é um tanto quanto esquecido na listagem “dos melhores Zeldas”, não marcando presença na lembrança afetiva quando comparados com outros jogos da franquia.

Opinião de quem jogou na época: quando ainda era um pré-adolescente, Carlinhos, que tinha acabado de ganhar de presente do pai os cartuchos da dupla, achou os games incríveis. A Nintendo acertou em cheio nessa adição surpresa ao NSO, ainda mais pouco tempo depois de um dos maiores jogos lançados para o Switch, que é o Zelda: Tears of the Kingdom.

A dupla traz o que de fato se espera de melhor em um jogo da série: excelente jogabilidade, gráficos com cores vivas e ambientação incrível, além de uma trilha sonora tão agradável que remete à terapia e personagens únicos dentro de um mundo com uma riquíssima história. Os jogos, por si só, são um capítulo a parte no quesito inovação, já que ambos possuem um final condensado, sendo obtido apenas após finalizar os dois jogos (dica do redator: jogue primeiro o Oracle of Seasons e depois o Oracle of Ages para ter acesso a um vídeo curtinho de um prelúdio de um dos jogos da franquia, mostrando que a dupla é sua antecessora direta).

Essa inovação é fruto da genialidade da desenvolvedora Flagship, uma subsidiária da Capcom, que liderada pelo designer e fundador da empresa, Yoshiki Okamoto (que inicialmente tinha proposto à Nintendo um remake de The Legend of Zelda para NES) e sua equipe, juntamente com o diretor do jogo Hidemaro Fujibayashi, propuseram a ideia de um novo jogo, ou melhor, de uma trilogia (Mystical Seed of Power, Mystical Seed of Wisdom e Mystical Seed of Courage).

Os três novos títulos seriam baseados no símbolo sagrado da franquia, a Triforce, representando cada jogo um dos fragmentos dela e sem possuir uma ordem certa para eles, porém interligados para levar a um final consolidado. O desenvolvimento enfrentou muitas dificuldades para adaptar o projeto grandioso para um console portátil devido à tecnologia disponível na época. Diante de tantos problemas, a equipe de desenvolvimento decidiu, por sugestão do pai de nós todos, Shigeru Miyamoto, criar apenas dois jogos, de modo a facilitar a coordenação deles. Consequentemente, Mystical Seed of Wisdom foi cancelado, Mystical Seed of Power foi adaptado para Oracle of Seasons e Mystical Seed of Courage para Oracle of Ages.

Os jogos têm um visual clássico do Zelda 2D, com o jogador tendo a visão por cima (top down) e gráficos muito parecidos com Zelda: Link’s Awakening, lançado em 1993 para Game Boy. Apesar de ter sugerido acima começar pelo Seasons, os jogos têm histórias independentes e podem ser jogados conforme a sua escolha.

Ambos começam de forma similar, com a Triforce guardada dentro do castelo de Hyrule, chamando por Link. Ao se aproximar dela, nosso herói é teletransportado para um outro mundo, sem motivo ainda aparente.

Em Ages, Link acaba caindo na terra de Labrynna e logo se depara com Impa, que está à procura de Nayru, o Oráculo do Tempo (caso você esteja familiarizado com a série, sabe que se trata de uma das Deusas que representam a Triforce e também é representada por um dos dragões em Zelda: Breath of the Wild e Zelda: Tears of the Kingdom, Naydra). Ao avistarem o Oráculo, ela acaba sendo possuída pela vilã Veran, que no corpo de Nayru, além de bagunçar o fluxo do tempo, manipula a rainha Ambi para… acha que contarei a história?! Vá jogar!

Já em Seasons, Link acaba caindo na terra de Holodrum e se depara com Din, o Oráculo das Estações (sim, também é referência a uma das Deusas e também é representada como dragão o dragão Dinraal em BOTW e TOTK), que acaba sendo aprisionada pelo vilão Onox em um cristal. Onox afunda o templo das estações no subterrâneo de Subrosa e, consequentemente, bagunça todas as estações do jogo, além de, é claro, causar o iminente ataque às terras, se tornando uma ameaça ao mundo.

Os jogos também possuem focos diferentes: Ages é um jogo que explora mais puzzles, enquanto Seasons tem maior foco na ação. Como dito acima, ambos possuem um final único, obtido quando você termina um dos jogos e lhe é cedido um código, que deve ser introduzido antes de iniciar o novo jogo. Ao terminar, você irá se deparar com… bem, para não estragar sua surpresa, faremos uma matéria diferente sobre isso.

A você, que nunca teve a oportunidade de jogar algum dos jogos, desejo horas de uma jogatina prazerosa com esses que são dois dos maiores jogos do Game Boy Color. E mesmo que eles não possam estar na sua lista de melhores Zeldas, que pelo menos sejam lembrados com muito carinho, afinal, só podemos escolher alguns títulos entre tantos jogos incríveis.


[A coluna acima reflete a opinião do redator e não do portal Project N]

Um grande entusiasta da Nintendo, "fanZeldaboy" e confesso dono de um sofisticadíssimo sotaque nordestino visse?