Trine: Ultimate Collection, da publisher Modus Games e publisher Frozenbite, foi lançado para Nintendo Switch em Outubro de 2019 reunindo os três primeiros jogos (Trine: Enchanted Edition, Trine 2: Complete Story e Trine 3: The Artifacts of Power) e o então novo Trine 4: the Nightmare Prince. Se trata da franquia de plataforma e ação 2.5D com quebra-cabeças no velho e bom estilo da progressão lateral.
Os games têm campanhas que podem ser jogadas sozinho ou por até três pessoas, e contam com três personagens. No modo single player você pode alternar os personagens instantaneamente conforme seu desejo ou necessidade. Os protagonistas do jogo são: Pontius, o cavaleiro com sua espada e escudo indomáveis; Amadeus, o mago que move objetos e cria caixotes e plataformas encantadas e Zoya, a ladra (minha preferida) que atira flechas e usa seu ganho para superar os obstáculos e armadilhas.
Olha quem chegou
Trine quando foi lançado lá em 2009, foi muito bem recebido pela crítica e com muito mérito, pois o jogo era muito bonito, com boa jogabilidade e com quebra-cabeças legais.
A gameplay se revela satisfatória e divertida. Como dito, na campanha solo você joga com um personagem, mas pode alterná-los rapidamente apenas apertando L ou R. como se fosse um corpo habitado por três seres diferentes que ressoam conforme desejo de seu mestre, a saber o jogador que os controlam. Essa alternância te dá oportunidade de atuar mais estrategicamente contra seus inimigos, atirando flechas com a ladra ou usando mago para criar caixotes e derrubar os inimigos das beiradas, ou cair na porrada com o guerreiro (que foi com quem menos joguei por ser o mais limitado). Ao longo de sua jornada, você vai recolhendo frascos que te fazem acumular pontos para poder usar no sistema de upgrade. Existem as opções de poder criar mais caixotes e plataformas, flechas elementais, uma marreta tipo o mjölnir, entre outras melhorias que realmente fazem diferença na jogatina.
Visual e trilha sonora mágicos
Temos dois pontos fortes do jogo aqui. o estúdio teve muito êxito ao criar os cenários que harmonizam com a proposta e nos fizessem imergir nesse reino encantado. Todas as cores e formas são um banquete e te imprimem que é uma aventura medieval que se passa em terras desconhecidas e enigmáticas. A trilha sonora é agradável. Certas vezes você sente que está numa taverna ouvindo um bardo, outra hora é envolvido no som de músicos de uma orquestra renascentista tocando em um evento da realeza. É divertido ter essa sensação!
O sucessor
Trine 2 veio para tentar manter o alto nível que se antecessor trouxe. E conseguiu! O segundo game chegou fazendo algumas poucas modificações: foi retirada a barra de energia/mana que era gasta ao criar caixotes, atirar flechas especiais e dar o ‘dash’, uma ligeira melhora em alguns aspectos técnicos, cutscenes mais elaboradas e é claro a inserção de multiplayer online. Talvez tenha alterado algo mais, porém nem tão relevante. O sucessor continuou o legado do primeiro jogo repetindo a mesmíssima essência.
Decadência?
Trine 3 se apresenta para seu público de uma forma nova, agora o jogo é 3D! Não demora muito tempo pra se acostumar com a nova jogabilidade, mas não é tão boa assim… ainda mais se você estiver jogando a coleção em sequência, tendo em vista que há mudanças significativas. De cara se nota no gameplay coisas que foram muito boas como a exploração em 3D, salto escalado, poder agachar, planar por mais tempo usando o escudo como um paraglider (somente o guerreiro), entre outros.
Todavia há alterações que não me conquistaram, principalmente na ladra arqueira (a personagem que eu mais gosto). Agora por ser 3D não se consegue mirar pra onde você deseja, o que existe é somente uma área, que corresponde a faixa central da sua tv, que a mira alcança. Essa mudança me incomodou bastante… Neste jogo o mago controla mais objetos do cenário, porém ele se atrapalha várias vezes quando você tenta selecionar um objeto e ele acaba acionando outro, no começo isso é muito chato mas depois fica menos pior. Também foi removida o upgrade de habilidades.
E aí, o jogo é ruim? Penso que não! Partes do jogo continuam lindas como a jogabilidade divertida, o visual (especialmente o capitulo 6 que parece ter sido pintado em um pergaminho! É muito lindo!) e trilha sonora que te faz ser transportado para os mistérios do reino encantado. Outras alterações não soaram bem, tais como as citadas antes e a obrigação de coletar os ‘Trineangles’ (que são triângulos brilhantes espalhados pela fase) para liberar os novos estágios. Se você não reúne certa quantidade deles a fase fica bloqueada!
Fenix?
Trine 4 Nightmare prince volta as origens, a desenvolvedora Frozenbyte desistiu do caminho do 3D e retornou ao certo, ao que fez Trine ser reconhecido e admirado! Desta vez o passo atrás resultou em um jogo muito bom, melhor até do que os primeiros foram. Nos devolveram a árvore de habilidades, fizeram cutscenes elaboradas, aumentaram o tempo para a conclusão da campanha e agora temos legendas em português! Trine 4 traz de volta a satisfação de jogar um jogo “de boas”. A nova fábula ainda peca nos ‘calcanhares de Aquiles’ da franquia: história simples e combates que deixam a desejar.
Conclusão
Pra nossa sorte, Trine não é pra nos envolver em um drama nem pra sair dando porrada a torto e a direito, mas sim pra contemplar ótimas e deslumbrantes paisagens, pra sorrir ao ouvir músicas folclóricas e se encher de orgulho ao resolver aquele puzzle que parecia que não iriamos conseguir resolver. Sinto que a franquia tem a cara do Switch e não pude deixar de comprá-la… e ainda bem que eu o fiz!
[rwp_box id=”0″]
[A coluna acima reflete a opinião do redator e não do portal Project N]
Deixar uma resposta