Lançado originalmente em 2023, Turbo Overkill já havia conquistado os fãs de FPS retrô com sua estética cyberpunk exagerada e um ritmo de jogo que não dá trégua, bem ao estilo de Duke Nukem com pitadas do bom e velho Doom. Agora, a Ultimate Edition chega ao Nintendo Switch trazendo todas as atualizações já lançadas, melhorias de performance, ajustes finos e novos conteúdos extras, consolidando a versão mais completa do game até aqui.
Em Turbo Overkill, produzido pela Apogee Entertainment e desenvolvido pela Trigger Happy Entertainment, você assume o papel de Johnny Turbo, um caçador de recompensas meio humano, meio máquina, equipado com uma serra elétrica implantada em sua perna. Seu objetivo é enfrentar a IA rebelde Syn e seus exércitos cibernéticos na cidade de Paradise, um cenário sombrio e vibrante que mistura neon futurista com o caos de uma sociedade dominada pela tecnologia.
A narrativa, ainda que não seja o foco principal, cria o pano de fundo necessário para justificar a carnificina estilosa que o jogo entrega — e já adianto: a adrenalina aqui é deliciosa.

Jogabilidade
A jogabilidade é onde Turbo Overkill realmente brilha. O jogo exige reflexos rápidos e mantém o jogador em movimento constante, seja enfrentando hordas de inimigos ou navegando por cenários que pedem agilidade. A mobilidade é variada, com dash, wall-run, grappling hook e o icônico slide com a serra elétrica, transformando cada fase em um verdadeiro playground de velocidade e destruição.
Mesmo no nível básico, o arsenal do jogo impressiona: você começa com armas tradicionais, mas logo encontra opções únicas, como a espingarda de pulso com disparo alternativo triplo que lança uma esfera de bloqueio atordoante, perfeita para inimigos maiores, e uma metralhadora que também funciona como lança-chamas.
O destaque vai para duas armas de peso: o rifle telefragmentador, que permite eliminar inimigos ao se teletransportar para dentro deles, limitado a adversários básicos, mas que ganha nova vida com uma atualização transformando seu disparo primário em um canhão eletromagnético devastador; e o Canhão de Íons, a mais cyberpunk de todas, funcionando como um empréstimo de poder orbital, onde você coleta bilhetes que “alugam” disparos do satélite em órbita, soltando raios dignos de um armageddon futurista.
Além disso, upgrades para o corpo de Johnny e fases recheadas de colecionáveis dão incentivo extra para revisitar estágios e experimentar combinações diferentes de armas e habilidades.
Estrutura e Capítulos
Turbo Overkill divide sua campanha em três capítulos, no melhor estilo clássico shareware. O primeiro é o mais tipicamente cyberpunk, com destaque para a missão de arrombar um cofre em uma boate holográfica digna de Tron, seguida por uma homenagem direta ao filme Dredd de 2012, dentro do gigantesco bloco de torres “Appletrees”. O clímax é pilotar um aerocarro entre arranha-céus, explodindo telhados antes de saltar para a ação terrestre.
O segundo capítulo é o ponto mais fraco, sofrendo com um nível excessivamente longo na “Refinaria Tóxica”, mas se redime com o inesquecível nível “Êxodo”, uma fuga em alta velocidade sobre uma motocicleta futurista no estilo Akira.
O terceiro capítulo é uma overdose de adrenalina, começando com “Infestação”, que evoca O Exterminador do Futuro 2 antes de virar quase um nível perdido de Doom Eternal, e seguindo para “Eclipse Terminal”, onde a luta acontece no espaço, entre destroços de naves e fragmentos planetários. O único problema é o final prolongado, já que vários desses estágios poderiam facilmente encerrar a jornada.

Dificuldade
O jogo, em sua configuração padrão, tende para o fácil. Existe uma seleção com cinco níveis de dificuldade, mas há uma limitação incômoda: você pode reduzir o desafio durante a campanha, mas não aumentá-lo.
Isso diminui o impacto de inimigos criativos, como o adversário elétrico dividido em dois por um exoesqueleto ou a hedionda “Tecnopede”, com seu pescoço formado por torsos humanos disparando lasers. Para aproveitar ao máximo, a dica é começar já na dificuldade mais alta que você se sentir confortável.

Experiência no Switch 2
No Nintendo Switch 2, a Ultimate Edition roda a a 60 FPS estáveis, tanto no modo portátil quanto no modo dock, representando uma melhoria significativa em relação à versão original para Switch, que apresentava quedas de desempenho e limitações gráficas.
Visualmente, Paradise é um espetáculo neon decadente, com ambientes coloridos e sombrios ao mesmo tempo. O modo portátil merece destaque: a intensidade da jogabilidade funciona surpreendentemente bem em sessões curtas, tornando cada partida uma injeção imediata de adrenalina.
Os controles também ajudam: a mira automática faz um ótimo trabalho, e mesmo desligada, deslizar pelos cenários e retomar reflexos clássicos é extremamente natural.
Conclusão
Turbo Overkill: Ultimate Edition é a versão definitiva de um dos FPS retrô mais intensos dos últimos anos. A mistura de armas criativas, mobilidade insana e ritmo frenético cria uma experiência quase ininterrupta de ação e caos. Mesmo com algumas limitações técnicas e narrativas pouco desenvolvidas, a jornada continua memorável, cheia de momentos marcantes que brincam com referências da cultura pop e elevam o jogo além do simples tiroteio. Para quem busca adrenalina portátil, neon e destruição exagerada, esta edição é obrigatória na biblioteca do Nintendo Switch 2.
Turbo Overkill: Ultimate Edition is pure adrenaline wrapped in neon. A modern retro FPS that doesn’t shy away from going over the top and delivering memorable moments. Despite a few pacing and difficulty hiccups, it’s an essential experience for fans of high-octane action — especially on the Nintendo Switch’s 2 handheld mode.
[Nota do Editor: Turbo Overkill: Ultimate Edition: foi analisado a partir da sua versão para Nintendo Switch 2. A cópia do jogo foi gentilmente cedida pela Apogee Entertainment para avaliação.]
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