Plants vs Zombies: Battle for Neighborville teve seu port anunciado para o Nintendo Switch na Nintendo Direct de Fevereiro e, mandando a real, quase ninguém levou muito em consideração como ‘’acerto/ponto para a Direct”. Quer dizer, quase ninguém além de MIM! E eu ainda fui criticado por isso. Eu até entendo, pois vários fatores contribuíam para uma “não expectativa” dele:
- A EA ainda está engatinhando com seu apoio no Switch.
- O jogo não tinha lá muito prestígio nas outras plataformas.
- Ele sairia quase junto de Apex Legends, um jogo que estava sendo bem mais esperado.
Eis que as coisas mudam um pouco com Plants vs Zombies: Battle for Neighborville. A qualidade mostrada no lançamento do game, no finalzinho de março, surpreendeu demais e revelou este jogo como um verdadeiro “high tier” no Switch, tanto na qualidade do jogo em si, no seu port – a sua versão no console – como na forma que ele se encaixa na proposta e público nintendista.
É um jogo que acerta onde muitos GIGANTES erram, e é por isso que vamos trazer os motivos pelo qual você não deve ignorar Plants vs Zombies: Battle for Neighborville no Nintendo Switch.
Parte 1 – Entendendo como o jogo funciona
Bom, primeiramente, vamos entender o jogo. O game se trata de um “Team Battle Shooter” ou “Hero Shooter”, e se você nunca ouviu falar desses termos, uma referência BEM próxima é Overwatch ou Palladins. Ou seja, é um jogo onde 2 times se enfrentam, mas diferente de um Splatoon, cada jogador controla um personagem com, não só características e habilidade diferentes (daí o termo “hero”), mas principalmente com funções diferentes, entre:
- Ataque – Também chamado de dano ou DPS (dano por segundo).
- Defesa – Os famosos tanques.
- Suporte – Geralmente focado em cura mas também com habilidades de aumento de atributos como velocidade e ataque dos aliados.
- Enxame – Essa classe é bem única, é focado em “infestar’’ o campo com personagens mais fracos.
Se você joga MOBA – LOL ou Dota – também já está meio acostumado com esses termos. E os objetivos das partidas não são sobre quem mata mais, e sim um controle de área por mais tempo, defender ou invadir um local ou escoltar algo até certo ponto (sendo a missão do outro time impedir essa escolta).
A novidade desse jogo é que são duas equipes, as plantas e os zumbis, cada qual com seus personagens, então ao contrário de Overwatch que dá para os 2 times terem os mesmos personagens, aqui ora você tá no time planta, ora nos zumbis.
Esse sub-gênero de jogo de tiro se tornou popular, pois ao contrário de um shooter comum, tem espaço para vários tipos de jogadores, e mesmo sendo chamado de shooter nem todo personagem exige um exímia mira do jogador, alguns personagens sequer dão tiro. Então se você é atento ao time, pode ajudar curando, ou se você sabe administrar bem seu HP e suas habilidades, pode ser um defensivo. Resumindo e tirando as papas da língua: Mesmo quem é noob em jogo de tiro consegue curtir.
O jogo também possui um modo horda ou tower defense, em que não há um time rival, somente uma enorme quantidade de inimigos controlados por CPUs, só que bem mais fracos, e a missão é proteger uma torre – daí o termo Tower Defense – entretanto, como Tower Defense, ele não é muito bom. Não o modo, esse é sim bem divertido, mas fãs de Tower Defense talvez se frustrem, pois não há muitas opções de construção, não existe progresso ou sentido de você ganhar moedas e adquirir itens melhores, etc. É mais um modo horda mesmo, só que em vez de sobreviver a missão é proteger a torre.
MAS NÃO É SÓ ISSO!
O jogo também conta com um modo de exploração livre, uma, entre aspas, “campanha”, ou seja, uma aventura com história (mesmo que bem básica). Aqui você tem um mini mapa aberto com missões principais até culminar em um chefe, mas com muitos extras envolvendo desafios de níveis maiores, incluindo alguns bem complicados, exploração e até solução de puzzles. São 3 dessas áreas, sendo uma exclusiva para plantas e outra para zumbi.
Entendendo como ele funciona, e sua proposta, é hora de falar de fato sobre as qualidades do jogo e os defeitos. Mas as qualidades estão em muito maior número.
Parte 2 – Muitos prós e alguns contras
Alguns pontos muito importantes :
- Ótimo online – Primeiramente, o sistema de achar partidas online é MUITO rápido, muitas vezes, dependendo do dia e horário, se tratando de segundos mesmo. E isso não tem só a ver com o número de jogadores ativos. Outros jogos como o próprio Splatoon, com certeza tem bem mais gente jogando e demora mais, é ponto do matchmaking do jogo mesmo. Além disso, a conexão do jogo é muito lisa. Mesmo distante do roteador, caso você jogue no portátil, você ainda tem uma partida sem lag (mas também não abusa jogando lá no vizinho!). Não é que é impossível de achar lag, nos testes chegou a acontecer, mas foi bem raro, e NENHUMA partida foi encerrada por queda nos servidor.
- Localização – Não só o jogo está em português como existe uma página de suporte para tirar dúvidas, conhecer os personagens entre outras coisas, também em português. INCLUINDO uma janela exclusiva para a versão Nintendo Switch – dizendo o que essa versão tem de novidade. E você pode consultar ela aqui.
- Não é uma cópia de Overwatch – OK, não é um jogo do mesmo nível de Overwatch que está entre os melhores jogos da geração, mas ao menos ele é autêntico e tem suas características. Além do fato de serem 2 times, o que obriga o jogador a saber jogar com mais personagens, ao menos um de cada time, os personagens também tem um menu de equipar habilidades e você pode salvar 3 configurações diferentes. O legal é que novas habilidades são desbloqueadas conforme o nível de cada personagem sobe e ele é promovido – uma espécie de ranking para cada personagens, ou seja, fator replay. Você vai querer subir de classe e checar as novas habilidades com todo mundo. Isso é legal porque dá um sentido, uma missão pra você jogar e re-jogar o multiplayer online.
- Fator replay IMENSO – Só o modo de exploração livre – aquela “campanhazinha” – já dão muitas horas de jogo. Só para derrotar o chefe de uma das áreas leva de 3 a 5 horas e o mapa tem MUITA coisa para explorar, é muita side quest, muito coletável escondido, etc, e isso estamos falando de um mapa, sendo que são 3 no total. Sendo sincero, comparando com Splatoon, temos que admitir que o multiplayer online é bem mais divertido. E não é exagero dizer que só esse modo já valeria a compra se você gosta de explorar e caçar coletáveis. Aí você soma com o fato de você ter a missão de upar no máximo todos os personagens, já vão mais dezenas e dezenas de horas. Mas o que mais rende conteúdo são os itens, e falando neles:
- Muitos itens pra desbloquear, eu disse MUITOS – Dentre skins, piches, acessórios, efeitos, até coisas mais sérias como personagens e habilidades, tem uma infinidade de coisa para você desbloquear aqui e o melhor: NADA DE MICROTRANSAÇÃO! Tudo com dinheiro do jogo, tudo obtido nos modos de jogo, missões, etc. Em especial, existem duas moedas no jogo: Moedas mesmo e lâmpadas. Essas lâmpadas você usa em uma loja que funciona como um passe de batalha. Existem itens raros, mas você precisa passar por itens não tão raros, como uma trilha de recompensas. Para você completar todas essas trilhas é no chute, mas um chute seguro que vão mais de 100 horas de jogo. NESSE SENTIDO em específico, Plants vs Zombies dá aula para o Overwatch com suas lootboxes, aquelas caixas que mesmo quando você paga, não sabe o que vem dentro, sabe? Aqui tudo pode ser planejado, é mais satisfatório e limpo!
Mas nem tudo são rosas, vamos para os defeitos:
- Apesar de não ter dado um mês do lançamento, o que impossibilita qualquer um de virar um profissional, a impressão que deu é que o jogo é um pouco desbalanceado. A começar pelas plantas em relação aos zumbis, mesmo isso podendo ser impressão, ao menos nos personagens, é nítido. Nas plantas, temos o personagem inicial, o Disparaervilha que dá um dano absurdo, é muito OP, e nos zumbis tem o All-Star também que defende muito e mata muito, é uma coisa de louco. Esses personagens raramente não estão nos times, enquanto outros como o zumbi mago são esquecíveis.
- O jogo acha partida fácil, mas também acontece do jogo só te largar em uma partida em andamento e você nem tem tempo para se achar nem nada, inclusive aconteceu já de entrar na partida, nem fazer nada e acabar.
- Faltam mais opções rankeadas. No geral, é recomendado encarar o jogo como uma experiência mais casual, e isso não é necessariamente um problema, mas caso seja o tipo de experiência que você busque pode decepcionar. Se ele fosse um jogo de luta, nesse sentido, seria como um Naruto Storm, tem espaço pra treinar e “ficar bom”, mas não é o ideal pra competir.
Agora vamos para nossas considerações sobre a versão nintendo Switch em específico.
3 – O Jogo no Nintendo Switch
Vantagens:
- Sensor de movimento, mas ele é diferente, em vez de mirar você gira o controle deixando-o em um ponto fixo, reto, mas abaixando o lado esquerdo que anda para o lado esquerdo. Precisa acostumar, ou deixar para jogar sem mesmo.
- Inclusão de tela de toque pra várias utilidades.
- Possibilidade de entrar no jogo offline e jogar todos os modos offline, mesmo os multiplayers colocando CPU/Bot (coisa que muitos pedem no Splatoon). Essa possibilidade exclusiva do Switch é principalmente pensando nos muitos que vão jogar offline quando no portátil.
- Edição completa, todas as DLCs, e só lembrando, sem microtransações ou qualquer gasto extra.
Desvantagens:
- Rodar a 30 fps.
- Infelizmente a perda do modo tela dividida que no Switch não tem.
E só pra lembrar, esse é o primeiro jogo da EA no Switch rodando na engine Frostbite, engine essa que ela usa nos FIFAs então logo ela poderá deixar de lado aquelas versões Legacys que são literalmente o mesmo jogo com time atualizado (assim esperamos). A engine se deu super bem e tanto no modo portátil como TV, o jogo é MUITO bonito.
FINAL – Considerações e pontuações
Ninguém deu muita bola pra Plants vs Zombies: Battle for Neighborville no Switch, mas a equipe do jogo deu bola para o Switch! Ele pode não estar numa lista de melhores jogos da geração, mas é um shooter divertido, com bom online e bom offline. Acessível e até mais recomendado do que Splatoon ou Overwatch para dar a uma criança ou um completo novato jogar.
Com uma proposta fantasiosa engraçada que combina muito com o público nintendista, modos de jogo muito divertidos e um ótimo port que trouxe visuais muito agradáveis, a verdade é que temos aqui um exemplar jogo third que ficou excelente no Switch e merece sua atenção e caso tenha sua compra, vai te divertir por dezenas talvez centenas de horas.
- Preço padrão: R$200,00 na eShop do Brasil (Está barato!)
- Ponto Alto: Bom e divertido em tudo.
- Ponto baixo: Não é excepcional em nada
- Dificuldade: Satisfatória, não é injusto, mas tem espaço pra um bom e longo aprendizado
- Acessibilidade x Desafio: Ótimo, tem conteúdo para todo nível de jogador, mesmo offline.
- Avaliação Final: Um dos melhores do gênero no console.
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