Jogos de caça existem há muito tempo mas sem sombra de dúvidas Monster Hunter revolucionou o tema e criou uma própria vertente dando maior dinamismo e acrescentando seres fantásticos junto da possibilidade de criar equipamentos a partir de suas presas. Mas calma, não estamos aqui para falar de MH, o que trago aqui hoje é uma maravilhosa opção ao gênero que faz um mergulho profundo na mitologia japonesa e ganha fácil no quesito mobilidade. Conheça agora Wild Hearts S da Koei Tecmo.

Referência
Citando o óbvio mas não focando nele, Wild Hearts S utiliza muito bem das mecânicas já vistas em Monster Hunter, mas inova com sua fauna ao mergulhar profundamente no folclore Japonês e ao acrescentar diversas possibilidades de mobilidade no ambiente utilizando os ‘KARAKURIS‘ que nos ajudam no ataque, defesa e movimento contra os yokais aqui presentes.
História
Em uma terra distante um andarilho vaga entre a deslumbrante natureza ao seu redor, ele está em busca de algo semelhante a um cervo e persegue seu rastro num clássico inicio de tutorial e após encontrar seu alvo começa a ouvir uma musica diferente vinda de um eremita mascarado que te alerta dos perigos que espreitam e guardam a terra chamada de AZUMA, os temíveis e míticos KEMONOS.
O eremita percebe que você é um caçador já habituado com o local e com o conceito de kemonos e se apresenta como Mujina, explica um pouco do que aconteceu com as civilizações ao redor em um diálogo com perguntas e respostas e após a conversa e definir como é sua aparência você percebe uma grande geada se aproximando quase como se estivesse viva, esse é um sinal de que há um kemono próximo.

Se até então tivemos o tutorial de locomoção, agora inicia o tutorial de combate contra lobos. Porém esses seres possuem gelo ao seu redor e em tudo que eles tocam. Em seguida um terrível e gigantesco rugido revela que o líder dessa matilha está próximo e traz consigo o gelo e o frio para esse local.



Devemos caçá-lo e assim o fazemos mas sem sucesso, pois o que nos salva nesse momento não é nossa habilidade e sim o mover de uma absurda e colossal criatura que dormia enquanto lutávamos ao seu lado. Desacordado, somos encontrados por Mujina que nos salva com uma ferramenta mística chamada semente de karakuri, uma tecnologia antiga ligada a sua alma e que nos permite conjurar equipamentos usando fios de “seda” e agora com essa nova vida seguimos adiante à cidade de Minato, lar dos caçadores de yokais e um dos últimos locais onde ainda se fala sobre as maravilhas dessa tecnologia.
Gameplay
Aqui eu partirei da premissa que você, meu nobre leitor, já conhece e deva ter jogado ao menos um jogo de Monster Hunter ou God Eater, pois assim focarei especificamente naquilo que diferencia Wild Hearts S dos demais jogos de caça aos monstros.
Folclore
Se você estiver habituado com contos e lendas japonesas encontrará aqui diversas referências a esses seres espirituais que conhecemos como YOKAIS, porém aqui recebem outro nome, KEMONOS. Esses seres variam de tamanho e força e são dotados de habilidades que envolvem a natureza e/ou algo próprio.
Os Seivadores, por exemplo, excretam uma substancia laranja que lembra muito a seiva de algumas arvores porém ela te deixará lento e explodirá com o contato já o Roeflor carrega consigo um grande bulbo em sua calda que usa para golpear. Há também fauna menor que os Kemonos, esses já sem tanto poder de ataque ou resistência, que servem de animais locais mesmo.



Todos eles também possuem dois estágios: o normal e o enfurecido. O normal é…normal… É a forma como você o encontra e enfrenta, após muito dano o kemono poderá fugir para se alimentar e caso sofra mais dano ainda se enfurecerá. É perceptível a mudança pois visualmente possuem algumas características novas, como veias flamejantes, desabrochar de mais flores, alguma protuberância agora tem uma cor mais vibrante, seus ataques estão mais rápidos e causam mais dano, por ai vai. Nesse momento o kemono atacara sem pausas e seu padrão de movimento e ataque poderão mudar, então muito cuidado.


O primeiro grande kemono que enfrentamos e pode-se referenciar a um yokai é o Presa-Régia, um javali gigante de quatro presas com poderes referentes a madeira que muito se assemelha a um Hõki (ou a um personagem de One Piece se estiver avançado na história) e caçar os kemonos não apenas nos fazem avançar na história como liberam novas possibilidades de equipamentos e karakuris.
Mobilidade e Karakuris
Em Wild Hearts S temos uma boa mobilidade me geral aliando corridas, deslizes para esquiva e escalada onde nem todas as ações consomem sua stamina (ou fôlego se preferir) para a sua realização, mas a tecnologia karakuri expande nossas possibilidades utilizando itens chamados de Linha de Karakuri, conseguidos em campo, para conjurar plataformas, trampolins, tirolesas e muito mais.
Cada conjuração tem um custo em linha de kararuri, e esse valor é visível na parte de baixo e no centro da tela. Para conseguir mais linhas devemos explorar e extrair isso de arvores e pedras ou caçando diretamente os kemonos das missões. Inicialmente começamos com apenas um tip ode conjuração, que é uma caixa de madeira que pode ser empilhada com até três caixas. Elas servem para ganhar altitude e atacar de cima ou economizar stamina/subir mais rápido algumas paredes, porém quando você cria três fileiras de três caixas empilhadas, elas se transformam em um portão de madeira capaz de impedir golpes de kemonos como o Presa Real que quando atacam o portão ficam atordoados, nos dando a chance de atacar ou sobreviver.


Também há karakuris que nos impulsionam em uma única direção e quando empilhados podem criar armadilhas que causam danos nos inimigos quando acionadas. Aliás, esse trampolim que nos impulsiona pode também nos dar a chance de sobrevivência pois há algumas substâncias, como a dos Seivadores, que só saem dessa forma e se não saírem causa dano.
Essa tecnologia possui sua explicação no decorrer das missões de história e também evolui de forma que novas possibilidades de conjurações são desbloqueadas. Para isso devemos caçar os kemonos e gastar um recurso chamado Orbes de Kemono. Após desbloquear, devemos ver sua exigência de conjuração pois alguns karakuris precisam ter alguns requisitos preenchidos e eles vêm na forma um fosso de energia cintilante chamados de Fosso do Dragão e estão espalhados pelos mapas. Ou seja, alguns karakuris precisam que tenhamos ativado esses fossos de dragão para conseguir criá-los, mas não se preocupe, uma vez ativados, não precisará reativá-los nas missões, mas poderá evoluí-los caso queira ampliando os recursos fornecidos por eles.



Armas e equipamentos
Assim como em muitos jogos do gênero, Wild Hearts S possui uma boa quantidade de armas diferentes que possibilitam customizar sua maneira de jogar e que podem ou não causar mais danos em determinados monstros. Aqui iniciamos com os clássicos Katana, Nodachi (uma espada gigante), Arco, Marreta e uma novidade bem cultural chamada Wagasa Cortante, um guarda-chuva com lâminas. Após avançarmos, novas opções de armas diferentes são liberadas.
Conforme recolhemos materiais dos kemonos caçados, podemos melhorar nossas armas dentro de uma ampla arvore de possibilidades que se expande a cada novo kemono caçado. Existem armas mais simples e outras mais complexas e para construí-las basta falar com um ferreiro e ter seus recursos necessários. Tais armas vêm também com um bonus de habilidade que muda a cada arma, mas se ao invés de construir uma nova arma você quiser melhorar a sua para uma específica você pode somar as habilidades ou as vezes manter mais de uma habilidade passiva.



Já os equipamentos possuem sua funcionalidade e base igual aos dos jogos do ramo, porém trazem uma customização genial para cada armadura. O grande diferencial que é desbloqueado ao avançar da história é que podemos melhorar nossas armaduras dentro de um espectro que varia entre Kemono, Neutro e Humano. Inicialmente todas as armaduras são neutras mas depois desse desbloqueio podemos melhorá-las e de acordo com a melhora variamos nesse espectro onde o lado humano te da mais controle porém com melhoria modesta nos status e o lado kemono aumentam muito mais as melhorias de status mas podem trazer consequências. É como se você pudesse customizar uma mesma armadura de formas diferentes e garantido melhorais diferentes para ela indo para um lado mais feral e instintiva ou mais consciente e humana.

Online
No período em que testamos esse jogo não encontramos muitas pessoas online, por vezes não trazia nenhuma, mas as vezes em que encontramos foi fácil a conexão e interação mesmo sem uso de microfone ou nada do tipo. Embora todas as caçadas te permitem concluir sozinho, algumas caçadas se tornam muito mais fáceis em grupo.
Para jogar online basta solicitar ajuda ao iniciar uma missão, selecionar modo online quando descansar em uma fogueira ou selecionar modo online na tela de título do jogo. Quando online, diversos portais espalhados pelo mapas ficarão ativos e poderão ser usados para entrar em caçadas de outras pessoas caso estejam liberadas. Até mesmo poderá encontrar alguns “fantasmas” de outros jogadores em Minato que te ofereceram missões.

Mesmo que não pretenda jogar online uma pequena ajuda pode se tornar disponível ao encontrar pequenas máquinas redondinhas chamadas de Tsukomos. Elas te ajudam chamando a atenção dos kemonos por diversas vezes quando o perigo é iminente, ou até mesmo te curando, e podem ser customizadas além de ser possível encontrar várias delas, porém apenas uma fica ativa durante a caçada.


Design e Trilha Sonora
Wild Hearts já encantava em outras plataformas e agora em sua versão S não fica atrás. Embora se comparar o poderio gráfico essa versão ainda fica um pouco atrás, seu visual continua deslumbrante e os conceitos visuais formam muito bem aplicados.
Kemonos
Todos os kemonos aqui são muito criativos em sua ideia e execução onde suas referencias a yokais é perceptível mas nem sempre escancarada. Cada um trás consigo uma imagem clara de seu foco de força e poder mas não exatamente onde fica seu ponto fraco. Além disso são todos visualmente belos, principalmente na forma como assimilam partes da natureza a si próprios.
Cenário
Os cenários que inicialmente são simples demonstram muita complexidade durante a exploração com vilarejos, templos e construções destruídas pela ação do tempo, natureza ou dos próprios kemonos. Se quiser o jogo passa a ter um ar de jogo contemplativo quando fora das missões você resolver simplesmente olhar o cenário e ficar ali admirando. O modo foto também incentiva isso, mas cuidado pois as missões possuem tempo e as vezes esse belo local onde você esta contemplando a riqueza de corais nessa costa elevada da ilha simplesmente é o ninho de um Kemono que não está feliz com sua presença.





Efeitos sonoros e ambientação
Músicas com instrumentos tradicionais japoneses preenchem os locais movimentados, mas a natureza simples e pacata seguida de sons dos animais ali presente preenchem suas missões, ao menos até um Kemono aparecer e a tensão surgirá. Como os kemonos são baseados em animais, seus sons e rugidos tendem a ser uma versão mais alta e gutural do que poderíamos ouvir na realidade. Além disso os efeitos sonoros dos golpes e interações com os karakuris são muito bons e a sua resposta é imediata.
Detalhes Técnicos
Pesando incríveis 33gb e localizado para Português Brasileiro, Wild Hearts S ta saindo por R$ 286,00 reais rodando muito bem no Nintendo Switch 2 e conta com demo gratuita para testar antes de se debruçar nesse mundo de caças mitológicas.

A great option for epic and often monumental hunts with very high mobility and equipment customization. I didn’t notice many people online, which makes certain hunts more difficult, but there are still people there and they are very receptive to helping with missions. Without doubts is a game that balances really well fun and challenge and have to be played!
[Nota do Editor: O jogo Wild Hearts S foi analisado a partir de um Nintendo Switch 2 cuja chave foi gentilmente cedida pela Koei Tecmo]


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