Zelda Cup 2021: Twilight Princess

Zelda Cup 2021: Twilight Princess

Sobre homens, lobos e Twili: Como Twilight Princess mudou o rumo do jogo

Sobre homens, lobos e Twili: Como Twilight Princess mudou o rumo do jogo

Nota: esta coluna irá se referir somente à versão lançada para GameCube.

Sabe quando você está olhando para as capas de jogos em uma loja, se depara com uma, acha linda e decide levar pra casa? Não sei quanto a você, mas foi exatamente assim que começou a minha história com The Legend of Zelda: Twilight Princess em 2007. Apesar de ter sido lançado oficialmente em 2006 para Nintendo GameCube e o recém-chegado Nintendo Wii, somente no ano seguinte consegui por as mãos nesta obra de arte digital. Outra coisa que vale ser mencionada aqui: a capa, que é linda demais e também é uma das minhas preferidas, passa a ser somente a ponta do iceberg do que você recebe quando coloca o disco para rodar.

Os primeiros atos do jogo dão somente uma amostra do que está por vir nesta aventura audaciosa. Link, nosso eterno herói silencioso, parte em uma aventura para resgatar as crianças de sua vila que foram raptadas. Neste intento, ele se depara com uma parede de escuridão, é levado para dentro, se transforma em um lobo e é encarcerado. Lá, ele encontra uma criatura diferente chamada Midna, que o ajuda a fugir. Ela o leva à princesa Zelda, que o transforma em homem novamente. É neste momento que percebemos o que realmente está por vir: Hyrule está sendo tomada pela escuridão, se misturando com um outro mundo, o Twilight Realm, em uma empreitada patrocinada por um novo inimigo chamado Zant e o nosso eterno inimigo mortal Ganandorf.

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Wolf Link e Midna: a melhor dupla de criaturas das sombras

Foi neste momento que eu percebi, em 2007, que este não se trataria de uma aventura típica de Link. Este jogo tem um tom mais sombrio – considero este o mais sombrio de todos o títulos de Zelda até hoje. Foi maravilhoso me aventurar por este reino escuro, tomado por criaturas medonhas e sentir a pressão em recuperar a luz do reino novamente. Me senti assim também ao jogar The Legend of Zelda: Majora’s Mask, mas a pressão em Twilight Princess foi muito maior. O que adicionou um elemento muito interessante para mim neste jogo, já que eu via Hyrule sendo tomada pela escuridão se eu me perdesse ou demorasse a resolver algum puzzle.

Twilight Princess é um jogo que quebrou paradigmas na série, porque foi um dos primeiros que colocou Link em uma forma animal que realmente interfere no desenrolar do jogo. Ver Link transformado em lobo, ter que se valer somente disso durante um bom tempo era assustador. Além disso, seu tom sombrio contribuiu para que este título seja considerado um dos melhores jogos já feitos em toda a história.

Outro ponto que devo destacar aqui são as dungeons desse jogo. Em todos os jogos de Zelda, temos as nossas dungeons preferidas e aquelas de que não gostamos muito. Isso não acontece em Twilight Princess. Todas as dungeons são muito bem feitas, com puzzles que nos fazem pensar por muito tempo, com inimigos colocados nos lugares certos e bosses que nos fazem suar no joystick. Cito como destaque dungeons como Snowpeak Ruins, Arbiter’s Grounds e City in the Sky. Essas três dungeons são especialmente diferentes para mim.

Em Snowpeak Ruins, Link se vê preso em uma mansão congelada e tem que fazer o seu caminho através de portas, gelo e um boss assustador. Tenho memória viva de quando enfrentei Blizzeta pela primeira vez. Ver aquela Yeti fofa do início do templo se transformando em um monstro com dentes enormes e me atacando tirou o meu sossego durante um bom tempo.

Zelda Cup 2021: Twilight Princess
Mansão gelada que esconde seus segredos

Já em Arbiter’s Grounds somos forçados a enfrentar os piores criminosos de Gerudo Desert, derrotar Poes e entrar em uma tensa e difícil batalha contra um fóssil possuído chamado Stallord, contra o qual usamos umas das armas mais geniais já criadas, o Spinner. Esta batalha é muito estressante, já que o mínimo erro, principalmente na segunda parte da batalha, o faz recomeçar literalmente do chão, criando um senso de urgência e atenção que jamais vi em nenhuma batalha contra bosses.

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Um dos melhores bosses já feitos!

Indo para as alturas em City in the Sky, Link urge em encontrar o quarto e último pedaço da Mirror of Twilight. Lá, o nosso herói enfrenta seus inimigos literalmente na alturas, com a ajuda da Double Clawshot, permitindo que ele acesse áreas antes inalcançáveis. Neste templo, ele entra em confronto com um dos melhores bosses do jogo, Argorok. Ele precisa usar suas novas armas a fim de arrancar os pedaços de armadura desse dragão para, eventualmente, encontrar seu ponto fraco e terminar o serviço.

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Levando a batalha a um patamar mais alto!

Estes exemplos de dungeons, junto com os outros elementos que menciono neste texto, são misturados a uma história excelente e única na série. Salvar Hyrule e o Twilight Realm ao mesmo tempo não é uma tarefa fácil. É longa e cansativa. Porém é, ao mesmo tempo, uma das melhores pelas quais já passei. Não tenho adjetivos suficientes para elogiar tudo o que é realizado neste jogo, e tudo isso temperado com uma trilha sonora que é digna de ser comparada com aquelas de gênios como Enio Moricone ou John Williams. Até hoje as músicas estão marcadas em minha memória afetiva e tocam na minha cabeça toda vez que me lembro desse jogo.

The Legend of Zelda: Twilight Princess é um dos melhores títulos da franquia lançados até hoje. Certamente é algo nunca visto em um título de Zelda até então, apresentando nosso herói silencioso preso em um corpo de lobo, dungeons e bosses dignos do panteão dos melhores e história e música beirando a perfeição. Não sei quanto a você, mas, para mim, este é um título que sempre irá merecer um relançamento em qualquer console da nossa amada Nintendo!


[A coluna acima reflete a opinião do redator e não do portal Project N]

Nintendista e professor. Mesmo shape do Mario, almejando o shape do Luigi.