Houve um tempo, ali pelos meados dos anos 90, durante o grande auge dos consoles 16bits (Com o SNES em seu momento mais aclamado), em que os jogos de plataforma viviam os seus anos dourados. O estilo de jogo era extremamente aclamado pela critica e popular entre os consumidores. A união entre personagens carismáticos com uma jogabilidade simples, mas desafiadora, era uma fórmula quase certa para o sucesso. É nesse período que grandes clássicos como Donkey Kong Country e Super Mario World mostraram todo o seu potencial e fizeram a alegria de muitos jogadores, entre eles esse que vos fala.
O Bom e velho jogo de plataforma sempre foi o meu estilo favorito e sempre que posso busco um novo jogo para desbravar seus desafios e me divertir durante horas. É nessa busca que a pouco menos de 1 ano me deparei com o lindo projeto “Kaze and the Wild Masks” e já me enchi de expectativas. Agora é chegada a hora de falar um pouco dessa mágica aventura que chega até nos pelas mãos da Soedesco, mas desenvolvido pela PixelHive Game Studio!
É do Brasil!
Temos que começar falando de algo extremamente importante! Kaze and the Wild Masks trata-se de um jogo nacional! Isso mesmo! A indústria nacional de games tem crescido a cada dia e está sempre mais se mostrando totalmente capacitada para realizar grandes projetos! A PixelHive Game Studio se trata de um estúdio fundado em Porto Alegre e, apesar de já ter trabalhado com outras empresas, traz a nós a sua primeira IP, mostrando que não brincam em serviço!
Entre Cristais e legumes
Nossa história começa num belo dia em que Kaze e seu amigo Hogo resolvem ir atrás de um antigo artefato mágico. O que eles não esperavam era que aquele artefato teria poderes tão grandes que acabariam transformando Hogo em uma estranha, mas fofa, criatura. Se já não bastasse isso, o caos acabou se instaurando nas chamadas “Crystal Islands”, para onde você acaba sendo lançado. Agora é hora de recolher as gemas espalhadas, derrotar os vegetais que acabaram se revoltando contra os moradores das Crystal islands e, claro, buscar uma forma de fazer Hogo voltar a sua forma normal.
A história aqui é bem simples, contudo, ela não é tão necessária assim para o jogo, uma vez que os seus pontos fortes fazem com que isso seja totalmente relevado. Apesar disso o universo criado pela PixelHive é riquíssimo, de um cuidado que não fica devendo nada a um título AAA.
O jogo é de um carisma próprio daqueles clássicos dos anos 90 que citamos anteriormente. Começando pela própria protagonista Kaze, uma coelha antropomórfica, cheia de atitude e carisma próprio dos “mascotes” da geração 16 bits. Os inimigos também não deixam nada a dever nesse quesito, se tratando de vegetais amaldiçoados que se revoltam contra os animais moradores das ilhas (o mundo dá voltas não é mesmo? Rsrs).
Já as fases merecem um destaque todo especial, pois não é só uma questão de carisma, mas sim de técnica. O level design adotado é bastante apurado, mostrando que os desenvolvedores foram muito felizes nas escolhas feitas. Todos os cenários são feitos a mão, ricos em detalhes e de grande diversidade, fazendo com que cada novo desafio seja único e memorável.
Eu peguei a referência
Falamos de vários jogos que fizeram sucesso nos anos 90 no estilo plataforma, e obviamente Kaze and the Wild Masks bebe largamente dessa fonte em busca de inspiração. Entretanto desses jogos foi tão homenageada aqui como os amados jogos da franquia Donkey Kong Country. Essa amada franquia da Nintendo possui uma larga base de fãs, e muitos estúdios se inspiraram neles para fazer seus jogos. Assim, essa inspiração não é algo necessariamente nova, porém eu preciso dizer: Nenhum, eu repito, NENHUM jogo inspirado em DK me fez ter a mesma imersão no estilo como fez Kaze.
A cada fase nova você sente aquela magia que Donkey Kong Country trazia em seus primeiros títulos, fazendo com que a aventura seja realmente empolgante. As referencias a franquia são diversas tais como a presença de fases bônus diversificados, vasos que podem ser lançados assim como os barris, as letras colecionáveis que formam não mais a palavra Kong, mas sim Kaze e até mesmo a movimentação da protagonista é muito semelhante ao estilo da Dixie Kong com direito a orelhas planadoras e até mesmo usá-las como forma de agarrar itens e argolas flutuantes.
Porém a maior referência está nos itens que dão nome ao jogo: As Wild Masks. Ao longo das fases você encontrará essas estranhas máscaras que são capazes de te dar novas habilidades. Elas se assemelham muito aos animais de Donkey Kong, porém mais do que montarias elas o transformam totalmente. São quatro máscaras diferentes e cada uma delas possui propriedades únicas, sendo elas: Tigre, Tubarão, Águia e Lagarto. Com a Mascara de tigre você ganha o poder de dar pequenas corridas no ar além de poder escorregar nas paredes (lembra bastante a movimentação de Megaman X); a máscara de águia te dá o poder de voar e soltar um projétil para derrotar inimigos; Como tubarão sua movimentação aquática fica mais apurada e é capaz de derrotar inimigos submarinos; por fim o lagarto é uma mascara que se diferencia de todas as outras, pois a movimentação se torna automática cabendo a você apenas dar saltos (podendo usar um pulo duplo) e uma investida para baixo super rápida, lembrando bastante ao que tínhamos nas “fases de carrinho” de Donkey Kong Country.
Ao falarmos de tantas referencias pode soar como algo batido ou mesmo sem inovação alguma. Porém, posso garantir: Kaze possui um carisma único e vai te trazer sim um pouco de nostalgia, mas também trará o seu próprio estilo, rico em beleza e desafiador por natureza.
Uma aventura bonita e desafiadora
Sabemos bem que, apesar da simplicidade do estilo plataforma, nem todos os jogos são fáceis. Kaze and the Wild Masks não possui nada muito fora do comum no estilo e num primeiro momento ele pode parecer um pouco fácil. Contudo essa impressão logo é quebrada pois a curva de aprendizado dele é bastante acentuada, e quando você menos percebe está num canto chorando por não conseguir passar de uma fase (é real, sofri isso algumas vezes). Mas não se assuste, pois existe um modo mais casual que traz mais checkpoints e uma porção extra de life para ajudar. Entretanto se você for como eu e gosta de jogar da maneira como o jogo foi pensado por seus desenvolvedores vale lembrar que não se trata de uma dificuldade exagerada e frustrante, mas não dá para negar que ela está sim presente, sobretudo quando o objetivo é conseguir coletar todos os itens das fases.
Em cada fase temos 1 objetivo principal e 3 objetivos secundários. O principal é simples: Chegar ao final da fase, mas os secundários consistem em conseguir as 3 gemas disponíveis em cada fase. A primeira gema se consegue ao completar a palavra Kaze, a segunda quando você consegue encontrar e vencer as 2 fases bônus existentes e a última para se conquistada é necessário coletar 100 gemas roxas espalhadas pela fase. Acredite, você irá ter bastante trabalho para conseguir fazer tudo isso, mas a recompensa vale a pena: Fases extras podem ser desbloqueadas usando essas gemas, dando uma vida extra ao jogo (que não é tão grande assim, consiste em 4 mundos apenas)
Já que falei do tamanho do jogo, preciso dizer que essa é uma das minhas únicas críticas a ele. Gostaria de ter mais mundos para desbravar e principalmente mais chefes (as batalhas contra eles são bem divertidas, mas desafiadoras). Junto disso a minha maior crítica pode parecer uma coisa boba, mas para um amante de jogos plataforma me incomodou muito: A ausência do clássico botão de correr. Sou daqueles jogadores que em qualquer jogo está sempre segurando o Y (no caso dos consoles Nintendo) para ver se o personagem anda mais rápido, e aqui não poderia ser diferente. Mas essa função simplesmente não existe. Uma pena, mas depois de um tempo a gente se acostuma e a experiência continua sendo fantástica!
Uma aventura encantadoramente desafiadora
Kaze and the Wild Masks é uma grata surpresa nesse início de ano, sendo um dos melhores jogos de plataforma disponíveis até o momento no Nintendo Switch. Feito com um carinho imenso por parte de seus desenvolvedores ele traz um carisma notório além de uma série de níveis desafiadoras que vão colocar suas habilidades a prova.
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[Nota do Editor: Kaze and the Wild Masks foi analisado de uma cópia do jogo gentilmente cedida pela Pixelhive para avaliação.]
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