Dunjungle: muita ação em um roguelite 2D feito em pixel art

Dunjungle: muita ação em um roguelite 2D feito em pixel art

Indo direto ao ponto e sem meias palavras: Dunjungle é um bom roguelite de ação com progressão lateral em 2D. Mas outra descrição poderia ser: se Dead Cells tivesse um macaco como protagonista, clima menos sombrio e mais colorido e divertido e uma jogabilidade ainda mais arcade, o resultado seria Dunjungle, que acaba de chegar ao Nintendo Switch.

A desenvolvedora, Patapez Interactive, é da Argentina, onde tradicionalmente se come asado/parrilada. Já a publicadora, que tem ação global, tem sede na China, onde se come muito frango xadrez. E esta review foi escrita no Brasil, onde o arroz e o feijão compõem o prato principal. Por que falar de comida? Porque Dunjungle é como qualquer um destes pratos: não apresenta necessariamente algo inovador, mas é tão bem feito que alimenta, enche a barriga e te faz querer repetir.

Dunjungle: muita ação em um roguelite 2D feito em pixel art
Bosses misteriosos? Temos! – Foto: Reprodução

Explicando, a jogabilidade é como a de muitos títulos que se popularizaram ao longo dos últimos anos. Ao iniciar uma “run” (ou partida/tentativa) você vai para um mapa gerado proceduralmente e vai enfrentando inimigos, evoluindo tela após tela, adquirindo e melhorando suas armas e tentando chegar cada vez mais longe enquanto administrando o fator aleatoriedade e o fator habilidade.

Dunjungle é um jogo roguelite repleto de ação sobre um macaco aventurando-se em uma selva sob a ameaça de um poder corruptor que está transformando suas criaturas pacíficas e destruindo tudo em seu caminho.

Você explorará masmorras que estão sempre mudando, templos, criptas e outros lugares misteriosos, onde você encontrará vários tipos de inimigos estranhos e um arsenal de armas, magias e relíquias, concedendo-o uma experiência diferente a cada jogo.

Jogabilidade

Dunjungle: muita ação em um roguelite 2D feito em pixel art
Olha aí o macaco dando um famoso “pulo duplo” – Foto: Reprodução

Armas para ataque à curta distância, projéteis para atirar e muitas skills – tudo isso ao mesmo tempo, com a possibilidade de você configurar o botão que quiser para cada tipo de arma – acompanham o protagonista símio. Veja os números: são 16 classes desbloqueáveis, 33 armas principais distintas, 39 armas/habilidades secundárias em 5 tipos principais, mais de 100 relíquias poderosas, além de 17 encontros com chefes e 7 biomas diversos, cada um apresentando inimigos e terrenos únicos em 3 níveis de dificuldade.

Com tudo isso, é preciso dizer que a jogabilidade é frenética, embora difícil. É preciso se esquivar, defender e saber quando atacar ou não, porque se você for apenas apertando o botão de ataque, vai morrer rápido. Falando especificamente sobre a dificuldade, na experiência deste autor, os ciclos foram muito curtos, exigindo aprendizado para avançar, ainda que o avanço seja pouco. Ou seja: é preciso treinar para ficar bom, porque se não você vai penar para passar as telas.

Ao longo das masmorras, templos, criptas e outros lugares misteriosas, você encontra elementos típicos de roguelites: inimigos diferentes e progressivamente mais fortes, um arsenal de armas, diversos feitiços, relíquias, chefes e salas de desafio. E isso tudo proporciona experiências diferentes a cada partida.

A cada tela, você escolhe portas pelas quais avançar, perks (ou habilidades mesmo) para somar ao seu arsenal, que conta com pulo duplo, dash e tudo que se há direito. Aliás, a progressão tem mapa ao estilo dos metroidvanias, e a cada nova tentativa você volta um pouco mais forte, não apenas pelo fator aprendizado pessoal como também por pequenas evoluções em armas e habilidades que ficam salvas no seu progresso, que é marcado por um ciclo de jogo rápido.

Não há pontos de controle em Dunjungle. Você morre, você começa de novo. Morra de novo, tente de novo!

Mas não se preocupe muito. Você manterá várias coisas para a sua próxima jornada.

Talvez você tenha desbloqueado uma arma nova? Talvez uma nova magia? Talvez você tenha salvado um personagem que estava preso e que agora dará uma mão a você.

Ao longo da sua jornada, você poderá encontrar personagens perdidos, presos, ou que talvez só estejam relaxando por aí. Ajude-os e talvez você volte com um amigo!

E mais importante ainda, sempre que você morrer, você descobrirá mais sobre o mundo de Dunjungle, então não se desespere e utilize o que você aprendeu para chegar mais longe na sua próxima aventura.”

Humor

Dunjungle: muita ação em um roguelite 2D feito em pixel art
Fala sério. Um macaco dando uma espadada em um monstro de lava gigante. É legal, vai? – Foto: Reprodução

Aqui vai outro argumento que reforça o que foi dito no início do texto. Jogos com textos bem-humorados já não são novidade em 2025. Inclusive tem metroidvania assim, como é o caso do Guacamelee!. Mas isso não quer dizer que Dunjungle não faça isso muito bem. Certamente os diálogos com os NPCs vão te fazer rir.

Por exemplo: no lobby inicial, que antecede as partidas, um macaco médico te recebe. E como você sempre volta ali após morrer, as frases são bem engraçadas. Coisas do tipo “você precisa de um bom plano de saúde”, “eu recomendo dois dias de descanso”, “você quase morreu… de novo”, “vai precisar de atestado” e  muito mais, lembrando que tudo está em português brasileiro, o que é um ponto positivo e facilita a nossa compreensão.

Aliás, os desenvolvedores avisam: nem todas as criaturas são hostis! Ao longo do caminho, você poderá encontrar personagens perdidos, presos ou talvez apenas relaxando. Ajude-os e vocês poderão se tornar amigos, lembrando, é claro, de um spoiler: muitos deles são macacos.

Visuais e desempenho

Dunjungle: muita ação em um roguelite 2D feito em pixel art
Tudo está muito bonito, até mesmo ambientes noturnos e iluminados por tochas, como este – Foto: Reprodução

Os visuais, trilha sonora, apresentação, ambientação e tudo o mais são absolutamente impecáveis. Totalmente construído em pixel art e com visão 2D e progressão lateral e vertical, Dunjungle roda leve e liso no Nintendo Switch, com estética essencialmente indie.

Inclusive toda a vibe tropical e de macacos porradeiros nos faz pensar: e se o macacão nº 1 da Nintendo, o Donkey Kong, se aventurasse em outros gêneros/estilos/estéticas/estruturas?

Custo x Benefício

Dunjungle: muita ação em um roguelite 2D feito em pixel art
Muitos inimigos na tela. E aí, vai fazer o que? – Foto: Reprodução

A maior influência de Dunjungle é, claramente, Dead Cells, que custa R$ 99,95 quando não está em oferta. E Dunjungle custa R$ 99,99 na eShop brasileira, ou seja, o mesmo preço. Considerando este fator, vale a pena. E considerando o fator rejogabilidade – que é bem alta considerando o gênero roguelite – também vale. Contudo, promoções futuras podem ajudar a deixar o valor mais acessível ao bolso do brasileiro.

Dunjungle: muita ação em um roguelite 2D feito em pixel art
Veredito
Feito em pixel art e com muito bom humor, Dunjungle é um excelente roguelite de ação em 2D. Embora traga poucas inovações ao gênero, executa tudo o que se propõe com bastante perfeição e entrega um pacote divertido, com muitas oções de armas, habilidades e itens desbloqueáveis e alto fator replay. Compra certa para quem curte este tipo de jogo e boa opção para quem nunca experimentou.
Design
80
Trilha Sonora
80
Diversão
80
Gameplay
80
Custo x Benefício
80
Prós
Muitas opções de armas, habilidades e itens desbloqueáveis
Jogabilidade refinada
Alto fator replay
Visuais em pixel art muito bem feitos
100% em português brasileiro
Contras
Alta dificuldade, sobretudo para jogadores iniciantes em roguelites
80
Nota Final
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Made with pixel art and a great sense of humor, Dunjungle is an excellent 2D action roguelite. Although it brings few innovations to the genre, it executes everything it sets out to do quite perfectly and delivers a fun package with many weapon options, skills, and unlockable items, and high replay value. A sure buy for those who enjoy this type of game and a good option for those who have never tried it.

[Nota do Editor: Dunjungle foi analisado no Nintendo Switch 1. A cópia do jogo foi gentilmente cedida pela Astrolabe Games para avaliação.


[A coluna acima reflete a opinião do redator e não do portal Project N]

Jornalista apaixonado por games desde que se entende por gente