The Rogue Prince of Persia – Entre grandes referências, um jogo que encontra seu espaço

The Rogue Prince of Persia – Entre grandes referências, um jogo que encontra seu espaço

The Rogue Prince of Persia é o segundo título lançado em um curto espaço de tempo dentro da famosa franquia, chegando logo após The Lost Crown, algo que naturalmente despertou bastante curiosidade. O jogo se passa na capital da Pérsia, que se encontra em chamas, cercada pelos hunos e por sua poderosa magia xamânica. Contudo, tudo isso acaba sendo demais para o Príncipe, que acaba derrotado. Após despertar no Oásis, ele parte em uma jornada para corrigir seus erros, reconquistar sua capital e libertar seu povo da guerra.

Visualmente, o jogo é belíssimo. O estilo de arte cartunesco, cheio de personalidade e extremamente colorido, merece nota dez. As animações também proporcionam um espetáculo à parte: cada item possui sua própria silhueta e uma identidade bem definida. O protagonista tem presença e transmite confiança, embora sua história funcione mais como pano de fundo para os acontecimentos do jogo.

A narrativa criada pela Evil Empire é enxuta, bem estruturada e cumpre seu papel até o fim da experiência. Lidamos com inimigos implacáveis, enquanto a magia que nos ressuscita a cada morte é bem explicada dentro da própria estrutura do roguelite, integrando narrativa e mecânicas de forma eficiente.

The Rogue Prince of Persia – Entre grandes referências, um jogo que encontra seu espaço

O jogo oferece pouco mais de dez horas de conteúdo. Ao iniciar uma partida, você começa na zona inicial, o Oásis. A partir daí, escolhe o primeiro bioma, que é composto por diferentes níveis, cada um com seu próprio conjunto de inimigos, ambientes e recompensas aleatórias. O problema aqui, e talvez o maior em The Rogue Prince of Persia, é não conseguir escapar da sombra de inúmeros jogos superiores, além de aparentar não ter ambição suficiente para alcançá-los ou sequer igualá-los.

Ele não é tão profundo quanto outros roguelikes, como Hades, nem tão estiloso quanto seu “irmão” The Lost Crown, tampouco tão refinado quanto Dead Cells. Onde o jogo realmente se sobressai é no visual, que se mostra superior aos títulos citados. A trilha sonora, embora não chegue a superá-los, também é excelente e cativante em cada bioma, remetendo bastante aos instrumentos utilizados em Hades.

Em termos de jogabilidade, The Rogue Prince of Persia é um jogo de plataforma que busca misturar combate e movimento da forma mais fluida possível e, nesse aspecto, acerta. Os cenários ao fundo são muito bem construídos, e é interessante a possibilidade de escalar paredes no plano de fundo para alcançar áreas mais desafiadoras. O jogo também conta com um medidor de agilidade, chamado Sopro de Vayu, que concede um aumento temporário de velocidade, ativado ao sincronizar saltos e ações no ritmo correto. Todos os poderes de movimentação imagináveis estão disponíveis desde o início, mas dominá-los exige habilidade: o jogador evolui de um iniciante desajeitado em corredores livres para um verdadeiro profissional do parkour.

O sistema de armas oferece uma boa variedade, indo de adagas a machados, cada uma com suas próprias habilidades e conjuntos de combos. A estratégia mais eficaz quase sempre gira em torno do uso da incrível mobilidade do Príncipe para atacar e recuar rapidamente. Apesar da boa responsividade, há momentos em que um comando não é registrado corretamente ou em que a animação se estende além do esperado, impedindo uma esquiva no tempo ideal.

The Rogue Prince of Persia – Entre grandes referências, um jogo que encontra seu espaço

Ao longo de cada nível, você encontra novas armas e ferramentas que auxiliam no combate, além de coletar moedas que podem ser gastas com mercadores para a compra de medalhões ou outros itens de equipamento. Os medalhões funcionam como vantagens passivas, concedendo diversos bônus que podem alterar significativamente sua estratégia. Eles variam desde aumento de ataque ou vida até ganhos adicionais de moedas.

Apesar de o jogo adotar um ritmo acelerado, há uma forte ênfase na exploração, e percorrer cada nível se mostra bastante gratificante graças às mecânicas de parkour. A movimentação pelas paredes é extremamente fluida, combinando corridas, saltos e deslizes, e transmite uma sensação muito satisfatória de controle e liberdade.

E, como se parkour, armas variadas e ferramentas não fossem suficientes, o jogo ainda apresenta um recurso acumulativo chamado Cinzas da Alma. Esse item pode ser gasto na área central após concluir uma incursão ou ao ser derrotado em batalha, permitindo desbloquear novas armas e criar medalhões adicionais. As Cinzas da Alma podem ser obtidas de diversas formas, como ao derrotar inimigos ou encontrar baús que as armazenam.

Apesar de relativamente simples de adquirir, o armazenamento dessas cinzas só é possível por meio de altares, e qualquer quantidade não depositada é perdida após a morte. A principal desvantagem desse sistema é que ele tende a perder relevância com o tempo, especialmente quando não há recursos suficientes para gastá-las. É verdade que, no início do jogo, há bastante conteúdo para desbloquear, mas após algumas partidas bem-sucedidas, as opções disponíveis diminuem consideravelmente.

The Rogue Prince of Persia – Entre grandes referências, um jogo que encontra seu espaço

Há também uma árvore de habilidades que desbloqueia diversos benefícios de jogabilidade, como aumentar a quantidade inicial de itens de cura ou revelar recompensas antes de entrar em uma área. No entanto, a maioria dessas melhorias não se mostra particularmente empolgante.

Por fim, embora The Rogue Prince of Persia tenha um escopo menor quando comparado a outros nomes consagrados do gênero, isso não diminui sua diversão. Cada nível é visualmente belo, possui identidade própria e é prazeroso de explorar. Mesmo com sistemas mais simples, o jogo mantém intacto o senso viciante característico dos roguelites.

The Rogue Prince of Persia – Entre grandes referências, um jogo que encontra seu espaço
The Rogue Prince of Persia
Veredito
O jogo casou muito bem sua historia de ressuscitar o príncipe com o sistema roguelike. Ele te entrega uma experiencia fluida, divertida e uma sensação muito satisfatória de jogabilidade, apesar da narrativa não ser profunda, ele uniu o útil e o agradável. Sua musica e visual não pecam e elevam sua qualidade, mesmo o jogo não sendo longo de conteúdo, cada parte se percebe que foi caprichada.
Design
85
Trilha Sonora
90
Diversão
100
Gameplay
100
Custo x Beneficio
80
Prós
Trilha sonora elétrica
Ótimo conjunto de armas e configurações.
Contras
Alguns níveis parecem demasiadamente fáceis
91
Nota Final

The game blends its story of resurrecting the prince very well with the roguelike system. It delivers a fluid, fun experience and a very satisfying gameplay feel. Although the narrative isn’t deep, it combines the useful with the enjoyable. Its music and visuals are flawless and enhance its quality; even though the game isn’t long, every part shows that it was meticulously crafted.

[Nota do Editor: The Rogue Prince of Persia foi analisado no Nintendo Switch 2. A cópia do jogo foi gentilmente cedida pela Ubisoft para avaliação.]


[A coluna acima reflete a opinião do redator e não do portal Project N]

Olá me chamo Emanuel ou só "Nuel", sou Game Designer e nasci na cidade mais quente do Brasil, tento de tudo para ficar longe e relaxar em jogo competitivo, mas meus favoritos sempre são os jogos de farming e JRPGs.