O futuro dos jogos em mídia física

O futuro dos jogos em mídia física

Você ainda lembra a sensação de abrir um jogo lacrado? Para muitos jogadores, essa é uma sensação que ficou apenas na lembrança, pois a praticidade dos jogos em mídia digital tomou o lugar das prateleiras lotadas de jogos empoeirados e que ocupavam um espaço que poderia ser melhor utilizado.

“Nadando contra a corrente”, os bons e velhos colecionadores, aqueles que são tão movidos pela nostalgia quanto um Opala é por gasolina, ainda buscam o prazer indescritível de exibir suas belas coleções, com relíquias que para um gamer, valem tanto quanto um tesouro dos filmes do Indiana Jones.

Atualmente já não é mais tão fácil encontrar versões em mídia física dos jogos. Alguns lançamentos acabam por ficar exclusivamente em versões digitais, para a tristeza dos colecionadores. Seria essa uma tendência? Não é novidade o fato de que as vendas em mídia digital são muito superiores às das versões físicas, trazendo praticidade ao jogador, que agora pode comprar aquele jogo que deseja sem precisar sair do conforto de sua casa e ainda por cima(se tiver uma boa internet) pode jogar quase que instantaneamente. Parece muito tentador, não é mesmo?

Com a chegada da nova geração de consoles em novembro de 2020, pela primeira vez serão lançadas versões dos aparelhos sem um leitor de discos. Ou seja, quem comprar essas versões já automaticamente está abrindo mão de adquirir um jogo em mídia física. E isso é ruim para os colecionadores? Só o tempo dirá, porém, o mercado sempre funcionou baseado na lei da oferta e da procura…

O que sabemos é que atualmente tornou-se inviável adquirir jogos em mídia física se formos analisar o custo/benefício. Primeiramente há o fator preço: nenhum jogo em mídia física consegue superar as excelentes promoções que as lojas virtuais das respectivas plataformas lançam periodicamente. Além disso, tem todo aquela questão da praticidade que abordei anteriormente, o que torna a mídia física algo quase que desnecessário, servindo apenas para quem coleciona ou deseja enfeitar as prateleiras.

Como colecionador e defensor da mídia física, farei o papel de advogado ”do diabo” e listarei algumas vantagens de se adquirir um jogo em mídia física:

  1. Inegavelmente, a sensação de abrir um jogo lacrado e exibir em sua prateleira é bem tentadora.
  2. Pode emprestar ou trocar com os amigos após finalizar o jogo.
  3. O mercado de jogos usados ainda é muito forte, principalmente em países como o Brasil, onde ser gamer tornou-se um luxo para poucos(levando em conta os altos valores).
  4. O jogo é seu e ponto final. Você não depende de servidores, de capacidade de armazenamento, nem nada do tipo. Aquele jogo é seu, está em sua prateleira e dali não sairá.
  5. Por incrível que pareça, a longo prazo um jogo em mídia física é menos nocivo ao meio ambiente do que um jogo digital. Por mais que a versão física precise de recursos para ser produzida, gerando vários resíduos ao meio ambiente, manter um servidor digital funcionando por vários anos, acaba por gastar uma quantidade enorme de energia, o que significa um dano maior ao meio ambiente no fim das contas. Sem contar que atualmente existe uma grande preocupação com a sustentabilidade na hora da produção das mídias físicas, agredindo muito menos o meio ambiente.
  6. Quem coleciona sempre terá boas histórias pra contar. Já parou para pensar que todo museu começou timidamente, com poucas peças, até que se tornou um ambiente histórico? Então… Você colecionador é um dos escolhidos para não deixar sua geração e suas histórias virarem meras lembranças.
  7. Gerar empregos. Muitos lojistas vivem de videogames. Os jogos em mídia física ajudam muitos trabalhadores a sustentarem seus filhos(sem apelar para o lado dramático, são apenas fatos).

Enfim, esse não é um tópico para discutir qual formato é melhor ou criticar a forma como o mercado de jogos está hoje em dia. Cada jogador sabe o que é melhor para si e tem o livre arbítrio de escolher.

E se servir de consolo para os colecionadores, existem empresas que ainda mantém a tradição da mídia física viva. A Limited Run é um exemplo disso, lançando versões exclusivas em mídia física de jogos que até então só existiriam em formato digital. Ótimo para nós que poderemos manter nosso hobby vivo, pelo menos por enquanto.


[A coluna acima reflete a opinião do redator e não do portal Project N]