Vamos começar esta coluna jogando limpo: quem nunca reclamou de um filme, jogo ou livro que considera “fan service”, que atire a primeira pedra! Todos nós adoramos reclamar deste tipo de produto, mas, convenhamos, nós gostamos da coisa! Falam isso da nova trilogia de Star Wars (Kylo, seu lazarento!), de finais de séries (um abraço para Jon Snow e Daenerys Targaryen, seus lindos!) e outros exemplos. Mas nós choramos em ambas as ocasiões (ou foi só eu?). Falamos isso também de jogos! É exatamente nesse ponto onde queria chegar. Para a nossa alegria, em 20 de Novembro a Nintendo lançou um jogo que eu considero um dos maiores fan services que já fizeram: Hyrule Warriors: Age of Calamity. E isso é uma ótima notícia, amigos!
Fiquem tranquilos, este texto não contém spoilers porque este que vos escreve ainda não terminou o jogo.
Desde os primeiros momentos do jogo, percebi que este seria um game muito voltado para os maiores fãs de Link e suas aventuras. Já foi dito aqui no site, inclusive em um maravilhoso review, o quanto o formato MUSOU é válido devido ao contexto da história. Dito isso, posso afirmar que Age of Calamity é sim, com todo o orgulho a que se possa dispor, um fan service de excelente qualidade! Você verá isso quando avançar no jogo e perceber o que se colocará à sua disposição para jogar e o que você vai vendo no decorrer dessa triste narrativa.
Fan service nos jogos não é uma novidade. E também não é necessariamente uma coisa ruim. Temos que parar com essa premissa e começar a ver isso com bons olhos, quando, claro, for um produto de boa qualidade. começando pelo próprio Age of Calamity, que é um lindo jogo. Além dele, posso citar o jogo Streets of Rage 4, lançado em Abril de 2020 pela Dotemu. É um jogo que nos remete ao período de ouro da indústria de games, a geração 16-bit, cheio de jogos no estilo Beat ‘em Up. Por quê uma franquia como essa foi ressuscitada agora na oitava geração de consoles, com jogos enormes de mundo aberto, gráficos com ray-tracing e tudo o mais? Porque nós, dinossauros que nos apegamos aos nossos jogos favoritos da infância, estamos sempre sedentos por algo que nos faça lembrar daquilo que nos constituiu como jogadores de video games hoje. Lembrar de épocas passadas, de tempos que não voltam, relembrar franquias (seja ela de qualquer mídia) que já estavam adormecias nas nossas mais profundas memórias, é o que nos move hoje. Falo isso porque eu sou uma dessas pessoas! Quem aí não está ansioso pelo novo filme de Matrix?
O fan service foi feito justamente para agradar as pessoas que querem sempre mais um pouco do que gostamos demais. E isso não é um problema! Breath of the Wild tem muita história que precisa ser contada em um jogo (ou vários), vide o livro enorme que foi feito pela equipe que produziu jogo, chamado Creating a Champion. Portanto, estejam prontos para um jogo que não é somente fan service, é fan service com crachá de fan service, cara de fan service e visual de fan service. E é exatamente o que queríamos. Mais conteúdo de um universo vasto que foi criado e que não poderia ficar restrito somente a um jogo e sua sequência, ainda sem uma data de lançamento e um total mistério.
O fan service nos jogos, e na indústria do entretenimento em geral, foi feito para atingir as pessoas em cheio nas suas emoções. E por mais que não gostemos de muito do que foi feito nessa seara (Matrix Reloaded e Revolutions estão aí para provar isso, apesar de eu gostar), temos que entender que são produtos bons para muitas pessoas, mas não para todos. De fato não é esse o objetivo, mas sim atender àquelas pessoas que jogam, assistem e leem alguns conteúdos e que ficam com aquela sensação de “quero mais”.
Sim, eu quero assistir Matrix 4.
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