Theatrhythm Final Bar Line - Épico e gigantesco, a celebração de décadas mais que merecida

Theatrhythm Final Bar Line – Épico e gigantesco, a celebração de décadas mais que merecida

Quando pensamos no legado de uma franquia tão grande quanto Final Fantasy, atribuímos seu sucesso e carinho dos fãs a diferentes elementos. Porém, sempre coloquei em segundo lugar em ordem de importância sua trilha sonora. Final Fantasy não é só a minha série favorita, mas retém as minhas trilhas favoritas de qualquer mídia.

Desde o primeiro jogo, eu tenho faixas que marcaram minha vida e que são um prazer imensurável vê-las reproduzidas pelos jogos Theatrythm. Na verdade, a série de jogos de ritmo dificilmente falha em exaltar e celebrar todos os maravilhosos anos de peças únicas e incomparáveis que a série trouxe em cada novo mundo, protagonista e sistema de batalha.

Final Bar Line, segue uma proposta muito similar a jogos anteriores. Porém, apesar da adaptação dos controles de toque para os controles padrão, acredito que seu maior diferencial seja seu escopo e grandiosidade, que ultrapassa todas as expectativa que um novo título da série tinha como uma celebração de 35 anos de Final Fantasy, sendo dessa vez muito uma celebração de todas as realizações que a Square Enix ao longo dessas três décadas.

Um gigante imparável, pronto para engolir tudo que vê pela frente

Theatrhythm Final Bar Line - Épico e gigantesco, a celebração de décadas mais que merecida

Desenvolvido pela Indieszero, publicado pela Square Enix, Theatrhythm Final Bar Line se mostra como um grande ar fresco dos jogos de ritmo, saindo da zona de conforto de ter apenas animações bem produzidas de fundo e suas mecânicas de precisão.

O jogo tem como principal proposta a inserção de elementos de RPG. Você tem a sua disposição todos os títulos categorizadas por “series quests”, onde reviveremos uma progressão em ordem aleatória e limitada das campanhas de cada Final Fantasy. Começando com apenas alguns títulos desbloqueados, precisamos progredir neles para alcançarmos recompensas e evoluir nossos personagens, adquirindo habilidades, summons aleatórios, dirigíveis e companheiros.

Isso vai influenciar nas fases, onde o nosso objetivo ao dar os inputs é fazer com que nossa Party continue progredindo pelo cenário e cada resultados dos gatilhos vai gerar um golpe diferente em força e habilidade contra inimigos selecionados do título enumerado da série.

Temos gatilhos vermelhos que envolvem apenas apertar qualquer botão, temos verdes que precisamos segurar e temos amarelos que envolvem mover o analógico em uma determinada direção. E o jogo faz um ótimo trabalho em mesclar todos os movimentos de forma intuitiva, mesmo que em modos mais difíceis isso se torne um caos, mas gera um exercício de reflexos e coordenação.

Theatrhythm Final Bar Line - Épico e gigantesco, a celebração de décadas mais que merecida

Essa coordenação de party de RPG, com desafios em cada fase que concedem recompensas valiosas como cards de imagens em alta definição das campanhas publicitárias e também de segmentos in game dos jogos título da música, criam uma satisfação que amplia o que já é conseguido ao realizar cadeias perfeitas de notas.

Se torna realmente mais um RPG bem estruturado que apenas um jogo de ritmo, o que na minha opinião o coloca como o melhor que já joguei até hoje (o que é claro que pode mudar ao revirar a biblioteca que ainda não explorei).

Com alguns modos extras, o jogo apresenta desafios interessantes como uma sequência infinita, onde o objetivo é completar o maior número de quests possíveis, e até um modo online competitivo de até 4 pessoas, que cria um caos de desespero ao ver as mudanças em posições de liderança em pontos.

Theatrhythm Final Bar Line - Épico e gigantesco, a celebração de décadas mais que merecida

Porém, como se trata de um jogo de ritmo, me permiti deixar a parte essencial dele para o final. A músicas inseridas aqui estão numa qualidade de áudio tão impressionante, que eles conseguiram me apegar a títulos que eu nunca tive o menor carinho, como Final Fantasy II.

Todas as músicas estão em suas versões originais, até mesmo as de chip tune do Nintendinho e Super Nintendo, e as em formato Mid do Playstation 1. Mas isso de maneira nenhuma é um problema em vista de termos uma remasterização, e não um rearranjo propriamente dito. E com os efeitos especiais dos controles acertados, as músicas recebem uma incrementação quase épica em certos pontos.

Há também alguns modos em que vídeos em FMV são usados como background. Vemos cenas de partes memoráveis dos jogos, e em alguns casos filmes, acrescentando a essa boma de nostalgia mais pólvora. Mas é uma distração no meu caso, porque me sinto impossibilitado de focar nos controles e acabo prestando atenção demais nos vídeos desses momentos tão marcantes.

Theatrhythm Final Bar Line - Épico e gigantesco, a celebração de décadas mais que merecida

Com mais de 500 músicas confirmadas quando somadas todas as DLCs, temos franquias como Nier, Chrono e até sidelines da própria série de Final Fantasy como os jogos Mobile. Todas têm o mesmo nível de carinho, e claramente procuram explorar os pontos mais fortes dessas composições com o mesmo níveis de tratamento de áudio. Porém, algo que pude notar é a ausência até então das músicas de Dragon Quest, que é uma franquia tão importante, ou até mais, que Final Fantasy. Principalmente no Japão. Como temos músicas ainda a serem confirmadas, pode-se mudar o cenário.

Mas Final Bar Line é o tipo de jogo difícil de se soltar. É uma situação perigosa, que nós que não trabalhamos diretamente com videogames e temos empregos seculares podemos nos encontrar evitando abrir o jogo porque sabemos que horas e horas a fio serão investidas sem a menor percepção.

E isso só prova a maior qualidade que este jogo poderia ter: Final Bar Line é a celebração definitiva do legado não só de Final Fantasy, mas de uma vida de JRPGs que mudaram a indústria vez após vez.

Theatrhythm Final Bar Line - Épico e gigantesco, a celebração de décadas mais que merecida
Theatrythm Final Bar Line
Veredito
Final Bar Line é a experiência definitiva de um jogo de ritmo envolvendo as trilhas de Final Fantasy, com ótimos elementos de progressão com caras conhecidos de um jogo de RPG. Intuitivo, genioso, refrescante e viciante, dificilmente veremos um Theatrythm novo durante uns bons anos.
Design
100
Trilha Sonora
100
Diversão
100
Gameplay
100
Custo x Benefício
80
Reader Rating0 Votes
0
Prós
Melhor repertório disponível das trilhas icônicas de Final Fantasy
Gameplay impecável e mais madura
Elementos de RPG que agregam a experiência não o tornando enjoativo
Contras
Custo Benefício não muito atraente
Falta de legendas em pt-br, o que já não é mais novidade para a série.
96
Nota Final

[Nota do Editor: Theatrhythm Final Bar Line foi analisado a partir da sua versão para Nintendo Switch. A cópia do jogo foi gentilmente cedida pela Square Enix para avaliação.]


[A coluna acima reflete a opinião do redator e não do portal Project N]

Um fã de Da Vinci e Miyamoto. Não me pergunte quem é quem.