Momodora: Moonlit Farewell – dê uma chance a este metroidvania

Momodora: Moonlit Farewell – dê uma chance a este metroidvania

Em um mercado repleto de títulos como Castlevania, Metroid, Hollow Knight e até mesmo Prince of Persia: The Lost Crown, porque jogar mais um metroidvania? Bom, se for apenas “mais um” pode não valer a pena mesmo. Mas o caso é que Momodora: Moonlit Farewell, da Bombservice, não é “mais um” metroidvania. É um jogo com mecânicas clássicas do gênero, mas que entrega tudo em um pacote que entende a necessidade de ser contido dentro de si para que a experiência seja entregue na medida certa.

Moonlit Farewell é o quinto jogo da série, série essa criada por um brasileiro, Guilherme “rdein” Martins. Somente por isso já vale a pena jogar, mas fato é que o desenvolvimento vem se aprimorando ao longo dos anos. Lançado em 2010, o primeiro título era muito menos ambicioso, mas ainda assim muito bom, menos metroidvania e mais plataforma, exatamente o oposto de agora. E não: não é preciso jogar os títulos anteriores para apreciar este.

O principal ponto positivo considerado nesta análise é a duração. Especialmente quando se trata do Nintendo Switch. A experiência portátil ganha força quando a duração de Momodora: Moonlit Farewell é de aproximadamente 8 horas para completar a história, e de cerca de 11 horas para completar todo o conteúdo disponível.

Dito isso, é possível correr, pular, pular duas vezes e claro, atacar em combate corpo a corpo, atirar flechas com o apertar de um botão e outras coisas mais. Mesmo sem o uso dos “sinetes” – leia mais sobre este recurso abaixo – é tudo tão competente que a diversão vem naturalmente. E o fio condutor de tudo é a história – que pode ser acompanhada na íntegra em português brasileiro.

Momodora: Moonlit Farewell – dê uma chance a este metroidvania
Exploração 2D em pixel art. Quem gosta, vai amar. – Foto: Reprodução

Momodora: Moonlit Farewell apresenta o relato da maior calamidade que já atingiu a vila de Koho, cinco anos após os eventos de Momodora III. Logo após o badalar de um sino agourento ser ouvido, a vila se vê ameaçada por uma invasão demoníaca.

A matriarca da vila envia Momo Reinol, a mais capacitada de suas sacerdotisas, para investigar o sino e encontrar o responsável por tocá-lo e invocar os demônios. Ambas têm esperança de que, encontrando o culpado, poderão garantir também a segurança da vila — e, o que é mais importante, da sagrada Árvore de Lun, origem de vida e restauração em Koho.”

O plot, porém, não é o principal. O clima que é. Por exemplo: ao logo da jornada, você passa por trechos desafiadores de plataforma e ao final, como recompensa, colhe e come frutas que aumentam, de maneira fixa, o HP e o MP. Além disso, você faz preces à elementos da natureza, como a um lírio. E não é só isso: ainda existem santuários. E o save point é sempre um sino que, ao tocar, registra seu progresso.

Falando em progresso, o mapa é intuitivo, pode ser acessado pelo botão de ombro e lembra bastante jogos clássicos como Super Metroid. As áreas são temáticas e explorá-las é recompensador, já que cada ícone de interrogação esconde um segredo que te ajuda na aventura. Ficar perdido é normal. Afinal, é um metroidvania. Mas não se desespere e logo achará o caminho, de maneira natural, enquanto tenta acessar um ponto inacessível ou enfrenta inimigos que vão ficando proressivamente mais fortes.

“A jornada é o que nos traz a felicidade e não o destino”

Momodora: Moonlit Farewell – dê uma chance a este metroidvania
Nas lutas contra bosses, se precisar diminuir a dificuldade, não hesite. Vá até o menu e faça isso! – Foto: Reprodução

Em Momodora: Moonlit Farewell existem, é claro, as missões, que são concedidas por NPCs. Mas não é nada óbvio como “mate 100 monstros”. É mais misterioso, como “vá até a vila das fadas”, sem um direcionamento claro de onde ir. É preciso decifrar o mapa, ver quais saídas ainda não foram exploradas e a jornada é o principal, porque no caminho, você faz coisas como libertar fadas, e assim descobre que elas estavam presas.

Durante a trajegória você vê, normalmente em locais difíceis de acessar, cards que parecem cartas de baralho, girando muito elegantes. São os “sinetes”, que personalizam a jogatina. Por exemplo: o sinete “Gume Animado” faz com que você lance “um corte de maior alcance ao realizar ataques corpo a corpo”, e com isso o combate deixa de ser de curto alcance para se tornar de médio alcance.

Outro é “A Incendiária”, que “adiciona propriedades de fogo ao Tiro Potente”, e ao fazer isso consome magia, mas causa dano aos inimigos com o passar do tempo. De acordo com o tipo de inimigo, é claro, pois são vários deles, começando pelas clássicas slimes e indo até monstros mais complexos.

Ou seja: o que, em um primeiro momento, pode parecer um gameplay simples e até mesmo com poucas opções, ganha muitas vertentes e pode ser ajustado de acordo com o gosto do freguês. Ponto positivo.

Aprecie a vista

Momodora: Moonlit Farewell – dê uma chance a este metroidvania
Cenário estoantemente bonito, não? – Foto: Reprodução

Gráficos não são tudo, mas em Momodora: Moonlit Farewell a pixel art é tão bonita, tão envolvente, que torna tudo muito melhor. Em determinados cenários, como os que exibem a lua, é normal largar os controles para apreciar a arte. Nisso está inclusa a trilha sonora, que tem estilo calmo, transcendental e até mesmo filosófico, com bastante presença de piano.

Tudo se encaixa como uma luva, já que a história tem uma vibe ecológica e saudável. Falar com cada NPC, interagir com cada elemento, navegar por cada uma das telas, tentar descobrir como passar de uma nova parte. É tudo leve, com um certo ar de inocência e esperança. Lembra, em certa medida, a jornada de outro metroidvania, Dust: an Elysian Tail.

E a HUD é adaptativa, então em telas em que há conteúdos relevantes na parte superior da tela, os mostradores de vida e magia automaticamente migram para a parte inferior. Inteligência de design.

Outro recurso inteligente está relacionado à dificuldade, e portanto, acessibilidade da jogatina. Com um simples clique no menu é possível mudar a dificuldade de “normal” para “leve”, com a opção de dificuldade adaptativa ligada ou não. Isso torna a viagem mais leve. Afinal, não há prejuízo em reduzir as dificuldades para enfrentar um boss. Tá tudo certo. É como diz a descrição do jogo na eShop brasileira: “Níveis de dificuldade que podem ser ajustados livremente, permitindo que você relaxe e explore o mundo envolvente no seu próprio ritmo ou enfrente oponentes poderosos em busca de um verdadeiro desafio”.

Momodora: Moonlit Farewell – dê uma chance a este metroidvania
Momodora: Moonlit Farewell – dê uma chance a este metroidvania
Veredito
Ao preço de R$ 52,49 e por tudo o que foi apresentado nesta análise, é claro que vale a pena comprar Momodora: Moonlit Farewell. É um jogo muito competente, muito conciso. E a maior qualidade dele é entender a frase "Ou você morre herói… Ou vive o bastante para se tornar vilão”. Isso porque a experiência dura exatamente o tempo que precisa durar, com recursos inventivos que mantêm o jogador entretido do início ao fim, seja pela história, pela gameplay de plataforma com ação, pela exploração ao melhor estilo metroidvania ou pela arte, o que inclui visuais, trilha sonora e tudo mais. E ainda é feito por um brasileiro e está 100% em português.
Design
100
Trilha sonora
100
Diversão
100
Gameplay
100
Custo x Benefício
100
Prós
100% em português brasileiro
Metroidvania de qualidade, mas com boa duração
Mecânica de gameplay personalizável para diferentes estilos
Pixel art, trilha sonora e arte autênticos
Bom custo x benefício
Contras
No modo portátil as letras ficam pequenas, o que dificulta a leitura
Embora nesta análise a experiência de curta duração seja avaliada como positiva, alguns jogadores podem achar o oposto
100
Nota Final

At a price of R$52.49 and for everything presented in this review, it is clear that Momodora: Moonlit Farewell is worth buying. It is a very competent and concise game. And its greatest quality is that it understands the phrase “You either die a hero… Or you live long enough to become a villain”. This is because the experience lasts exactly as long as it needs to last, with inventive resources that keep the player entertained from start to finish, whether through the story, the action-platform gameplay, the metroidvania-style exploration or the art, which includes visuals, soundtrack and everything else. And it is also made by a Brazilian and is 100% in Portuguese.

Nota do Editor: Momodora: Moonlit Farewell foi analisado a partir da sua versão para Nintendo Switch. A cópia do jogo foi gentilmente cedida pela Bombservice para avaliação.


[A coluna acima reflete a opinião do redator e não do portal Project N]

Jornalista especializado em cultura e apaixonado por games desde que se entende por gente