Curse of the Dead Gods, este belíssimo indie game vai te fazer explorar um templo amaldiçoado e repleto de monstros, tudo isso para suprir o desejo de colocar as mãos em tesouros, relíquias e poderes divinos. Produzido pela Passtech Games e distribuído pela Focus Home Interactive, Curse of the Dead Gods se assemelha muito a alguns jogos bem conhecidos e até recentes, como Hades e Dead Cells, por seu estilo, morreu? volta para o início. Este desafio é conhecido pela alcunha de Roguelike, e seu subgênero mais light Roguelite, porém Curse of the Dead Gods acrescentou muitas outras mecânicas de gameplay e level design para tornar a experiência ainda mais rica e desafiadora.
A ganância de um explorador
A história de Curse of the Dead Gods é simples, você é um explorador chamado Caradog McCallister e está em busca de relíquias, da vida eterna e poderes divinos. Equipado apenas de seu facão, uma velha pistola e sua tocha para iluminar o caminho, irá aos confins destes templos esquecidos para satisfazer suas ambições e sua ganância, só que, ao adentrar este templo amaldiçoado, acaba preso em um labirinto maligno e a maldição irá recair sobre você a cada passo que der.
Esse antigo templo está forrado de armadilhas, monstros e entidades que irão fazer de tudo para acabar com suas chances de chegar a algum lugar ou encontrar qualquer tesouro ali escondido.
Os monstros são impiedosos, porém o Templo por si só é ainda pior que qualquer outra coisa.
De maldito e abençoado, tudo tem um pouco
Além do fator roguelite, que o obrigará a fazer várias tentativas para conseguir avançar no templo, os caminhos são infinitos, a cada nova run uma nova possibilidade de caminhos a serem seguidos. Quando falamos em caminhos é porque a progressão é dividida por andares, onde no final de cada andar você poderá conseguir uma pequena recompensa, porém para receber a recompensa deverá fazer uma oferta aos deuses, podendo ser em ouro ou sangue, seu próprio sangue, e neste caso irá aumentar a corrupção de sua alma.
Tudo no templo está contra você e irá ou tirar vida ou aumentar o seu nível de corrupção. A cada andar que avançamos, golpe mágico que recebemos ou oferta de sangue que realizamos, a corrupção aumenta e toda vez que atinge 100, recebemos uma nova maldição. Podemos somar até 5 maldições, sendo que a 5ª será sempre a maldição final, que irá baixar gradualmente sua vida até atingir 1 ponto de vida.
As maldições são diversas e cada templo terá maldições específicas, algumas que irão dificultar bastante o jogo e outras nem tanto, mas todas estão ali para complicar sua vida.
Conforme avançamos e derrotamos inimigos iremos conseguir liberar novas armas e algumas vantagens, que são as bençãos divinas, estas devem ser compradas com as Caveiras de Cristal e os Anéis de Jade coletados irão permitir que compre mais altares de armas, estes que irão permitir ter mais variedade de armas para escolher antes de iniciar cada incursão.
A luz é sua única aliada
O combate é preciso e exigente em alguns momentos, os inimigos sempre estarão em grupos e irão te atacar em momentos diferentes e de maneiras diferentes, podem ter ataques em área, a distância ou ataques fortes e rápidos, esses elementos dão bastante velocidade aos embates, nos obrigando a esquivar, bloquear, fugir e atacar no momento certo para não acabar recebendo um golpe de outro inimigo que não fosse nosso alvo.
Um fator importantíssimo é a luz e a tocha que carregamos, pois o jogo traz uma mecânica em que os monstros receberão mais dano e infligirão menos dano quando estiverem em uma área iluminada, porém o inverso se aplica em áreas cobertas pela escuridão eles serão mais fortes e receberão menos dano de seus ataques. Por isso, é importante ficarmos atentos aos locais que podem ser acendidos.
E se já não fosse o bastante ainda existem inúmeras armadilhas por todos os lados, podendo ser o seu fim ou, se você for estratégico e utilizá-las a seu favor, sua salvação, pois elas também causam dano aos inimigos. Estas armadilhas são diversas, espinhos que saem do chão, lança chamas, explosivos, entre outros irão desafiar sua agilidade e rapidez para conseguir sair ileso.
O combate é fluído e preciso, as movimentações e ataques de cada inimigo são únicos fazendo com que, apesar da dificuldade, a jogabilidade se torne agradável ao mesmo tempo desafiadora, mas não impossível ou que torne a experiência frustrante.
A ganância amaldiçoa, a ambição salva
Curse of the Dead Gods é ambicioso em mecânicas diversas e dificuldade elevada, mas consegue encontrar o equilíbrio entre o desafio e o prazer, mecânicas criativas, bem amarradas umas nas outras, uma belíssima direção de arte, level design criativo e desafiador com suas armadilhas e salas secretas, variedade de inimigos, variedades de armas, opções de estilo de combate e mecânicas. Tudo isso agrega para uma experiência incrível, e graças a todos estes elementos, cada incursão ao templo apresenta um jogo praticamente novo a frente, desafios e inimigos diferentes.
Tanto a direção de arte, a trilha sonora quanto os desafios do jogo criam uma ambientação tensa e misteriosa, tornando essa sensação perigo iminente algo constante e dando bastante autenticidade a veracidade ao contexto do jogo.
Apesar de não haver profundidade de história ou desenvolvimento de personagens, a jogabilidade e a variedade de modos de se jogar conquistam facilmente o jogador, quando percebemos já estamos na décima tentativa sem nenhum sentimento de repetição ou frustração por falta de recompensas. Muito pelo contrário, graças as mecânicas de escolhas do percurso no templo, das recompensas em cada andar, pelo combate ser tão envolvente e o próprio ambiente nos manter atentos, o jogo se torna recompensador e desafiador, mesmo quando precisamos repeti-lo diversas vezes.
Esquive de todas as armadilhas, se defenda de todos os ataques, acenda todas as fogueiras e lamparinas, acumule dinheiro, colete relíquias, descubra novas armas, as aprimore e não vá pela sombra.
Que a luz seja sempre tua companheira.
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